Figas no Jornal de Notícias

Figas no Jornal de Notícias
Aquando da entrevista ao JN nos seus 120 anos.

Poder

Pensamento do Conde:
O poder não reside em quem pensa que manda mas sim em quem desobedece.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Amor, o maior Bem

amor o maior bem
amor é eterno bem que não se tem
e que se busca logo de nascença
é um eterno jogo do vai e vem
sem que para sempre nos pertença

amor, amor penso que és só minha
apenas te achei e não te comprei
agora tenho um bem que não tinha
mas receio qu’um dia o perderei

amor há quem o queira livre
isso não se pode compreender
amor: só quando preso noutro vive

e como sempre teu amor quero ter
e por seres o maior que já tive
com laços de amor te quero prender
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Autor: Silvino Taveira machado Figueiredo
Gondomar
Nota: Direitos d'autor reservados
SPA nº 15727

Selecção com chocolate

SELECÇÃO COM CHOCOLATE

Passando por Viseu
A caminho do Europeu,
O autocarro da Selecção,
Leva desejo confesso:
Que quando no regresso
Venha feito campeão

Portugal tem boa equipa,
Nas pernas muita genica,
Com seu povo a aplaudir,
Com sua forte emoção
E com fé no coração
Que campeã acabe por vir

Os jogos são na Suíça,
Onde não haverá preguiça
Na terra do chocolate,
Haverá só tempo de mostrar
Que vai lá só para ganhar
Com o valor da nossa arte

Os corações estão na boca
De toda a nossa tropa
Que representa Portugal,
No final, o que queremos
É ver, ouvir e lermos
Que foi sensacional!
Portugal
Portugal
Portugal
.....xxx.........
Autor deste original inédito:
Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Amor não se vende

O amor não se põe em montra,
não se vende,
não se compra,
apenas se dá.

Quem isto não entende,
só será amado por amor comprado,
que pr aí há,
e amor,
que comprado tem,
nunca será seu,
mas sim d'alguém!

O amor não se vende,
apenas se dá!
Quem o tem
não o dá a ninguém!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(Conde das Bocas)

Amor em cascata

Ao ver a cascata d'água...a caír,
lembrei-me,
amor,
da cascata do teu rir!

Água mole,
em pedra dura,
tanto dá até que fura!

Ao ver a cascata d'água a.... caír,
lembrei-me que,
para chegar a ti,
tenho de a subir!
Depois, os dois,
certamente,
em cascata d'amor,
nos deixaremos,
com fragor,
caír na corrente,
até a um rio,
até a um mar d'amor,
mas, para isso,
ao ver a água caír,
só me falta a cascata do teu amor subir!
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Autor:
Silvino Taveira Machado Figueiredo
(Conde das Bocas)

quinta-feira, 15 de maio de 2008

A Palavra

A PALAVRA

A palavra,
A palavra é átrio de entrada,
onde outras palavras entram,
esperando que alguém as apresente,
ou represente,
que lhes dê a mão,
as guia até ao lugar de seu exacto significado;
da sua real intenção!

Uma palavra só,
só uma palavra é nada,
só é com acção,
ou, então,
não passa do átrio d’entrada!

Palavra só não faz ária na cantoria
Nem poema na poesia!
Uma pedra só não faz o jogo do dominó!

Palavra só
É como um só camelo no deserto,
Não faz caravana!
Uma palavra só não tem chance
De fazer um romance!

A palavra amor,
Por exemplo,
Até pode significar a abóbada dum templo,
Mas, só, isolada,
Sem mais nada é nada,
Precisa de acção;
Doutra palavra estar acompanhada,
Com a palavra fazer, por exemplo!

Então sim,
As duas palavras,
Uma à outra ligada,
Formam uma caravana
Que levará o amor ao seu templo:
À cama,
Ou até mesmo, pode acontecer,
Na caravana,
.......Com camelos a ver!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar-PORTUGAL

Acordar

ACORDAR
O acordar é viver
e ver a luz; nossa mãe,
que nos lembra o viver
da vida qu'inda se tem!

A luz, que banha a vida,
torna a vida cheia de sol,
o que assombra a vida
é uma sombra lençol!

A energia, que de nós vem,
não dominámos até agora,
interruptor nunca tem,
só se apaga...na hora!

Há quem tem luz, com fartura,
porém, estranho! não se nota!
é grande barca, escura,
sem um farol na sua rota!
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Autor deste original inédito:
Silvino Taveira Machado Figueiredo
pseudónicamente:
o figas de saint pierre de lá-buraque,

terça-feira, 6 de maio de 2008

Papagaio forte

PAPAGAIO FORTE
O Nelinho era muito inteligente, porém, muito distraído.
Como era muito amigo dos animais que havia lá em casa; cães e gatos, em liberdade no quintal, esquecia-se de fazer os deveres que os professores mandavam! Um dia, a escola mandou uma carta para alertar os pais que Nelinho não mostrava os resultados de que era capaz.
Perante esta informação, os pais tomaram providências. Como todos os meninos gostam de prendas, acharam por bem, e como estímulo, prometer-lhe um papagaio, caso Nelinho se aplicasse nos estudos.
Foi remédio santo! Perante tal perspectiva, Nelinho aplicou-se a fundo e, à noite, enquanto não adormecia, imaginava a cor do seu papagio. Seria verde e amarelo? Amarelo ou cinzento? E o nome? Que nome é que teria? Que bom, um papagaio só para ele. Deixaria de ter inveja daquele papagaio, que no seu poleiro, à entrada duma grande casa, e visto da rua respondia a quem lhe perguntava:
-“Papagaio louro, quem passa?”
-“ É o Rei que vai à caça”
Ao ouvir a resposta, Nelinho ria de contente, enquanto o papagaio imitava seu rir!
Não tardou a que as notas começassem a melhorar, chegando ao ponto de ser considerado o melhor aluno do ano.... e da escola! Na festa do final do ciclo básico obrigatório, além do Diploma, recebeu dos professores, dos pais e amigos uma grande salva de palmas. Seus pais, sem que ele soubesse, já tinham mandado vir o papagaio do Brasil, escondido numa caixa de sapatos. Era ainda bebé, e com penugem!
De manhã, já depois de ter tomado o pequeno almoço, a prenda foi-lhe apresentada. Imaginem a alegria do Nelinho. Primeiro ficou meio basbaque, a olhar, a olhar! Depois, num impulso afectivo, quis acariciar o papagaio, mas este, receoso, não correspondeu, rejeitando o gesto. Os pais explicaram que era preciso muita paciência! Paciência foi o que não faltou ao Nelinho e aos seus amigos, que lá iam a casa ver a prenda faladora do amigo. Dia após dia, os progressos eram galopantes! Nelinho, dava de comer, dava de beber, estava sempre a falar para ele. A grande questão tinha sido escolher o nome, mas como os papapaios falam muito e nada escrevem, o conselho familiar decidiu dar o nome de Sócrates, que depois passou a ser um senhor de dois poleiros; um no cimo da escada da casa, donde era visto por quem na rua passava e que com ele se metiam e outro na sala de visitas. Aprendia tudo e não tardou a imitar o choro ou o riso das crianças, e até assobiava músicas, sendo aa marcha do filme “A Ponte sobre o rio Kwai” a mais apreciava! A chatice foi quando aprendeu a chamar a Dona Rosa (a vizinha da frente), que muitas vezes vinha ao engano, pensando ser o carteiro ou o padeiro. Também ladrava como os cães e miava como os gatos!
À noite, no seu poleiro de sala, partilhava, com a família, as sessões de televisão, imitando os locutores e aprendendo línguas!
Por vezes, era solto na sala e dava uma volta de reconhecimento. No final pousava no ombro do Nelinho, a quem catava as pestanas, com muita ternura! Aos estranhos parecia uma perigosa operação às cataratas!
Nelinho continuava bem nos estudos e Sócrates ia-o acompanhando nas habilidades discursivas. Tudo entendia e tudo imitava!
Um dia, os pais de Nelinho, como reconhecimento da sua aplicação , oferecerem-lhe uma viagem de avião até Lisboa, na companhia do seu papagaio!
No dia marcado, chegados ao Aeroporto, Nelinho, e seu papagaio ao ombro, viu ser-lhe negado o embarque, porque Sócrates teria de ir numa gaiola, no porão.
Toda a família protestou, porque Sócrates era pacífico, garantiram que não saíria do ombro do Nelinho, porque a ele preso. Além disso, Sócrates apercebendo da situação, logo disse :
“Eu não faço mal, não ferro, não pico e não mordo”. Ao ouvir este português escorreito, o chefe dos aviões ficou surpreedido e pediu para fazer uma experiência: queria que Sócrates, já grande forte papagaio, com forte bico, fosse solto e pousasse no seu ombro até receber ordem em contrário. De bom grado, Nelinho deu ordem a Sócrates para ir agradar ao senhor, e se este quisesse até receberia um beijo. A oferta foi aceite, porque o chefe dos aviões gostava muito de papagaios e sabia das suas potencialidades.
Sócrates passou no exame, depois de ter feito umas festinhas ao examinador! Como a famiília de Nelinho era numerosa,
-ocupavam seis cadeirasno avião- Sócrates, no meio deles, e preso a Nelinho, não seria problema de segurança, tanto mais que tinha todos os certificados de saúde em dia.
De qualquer modo foi um caso excepcional!
O avião levantou, mas passados pouco minutos, um dos motores começou a “tossir”, “a tossir”; a falhar! A cada tossidela, o avião estremecia e perdia altura. O alarme soou. Os passageiros entraram em pánico. A tripulação tentava acalmar os ânimos. Sócrates, calmo, muito calmo, perguntava o que se passava. Disseram-lhe que o avião tinha de aterrar de emergência. Após um motor ter falhado, outro também já se tinha calado!
-“Soltem-me. Soltem-me. Eu posso ajudar” dizia Sócrates.
O avião já só planava!
-“Soltem-me, eu ajudo, eu ajudo. Eu posso ajudar”, pedia Sócrates.
Como o avião já estava despresssurisado, fizeram-lhe a vontade, tendo-se escapulido por uma porta da cauda, entretando aberta, e ainda a tempo de, com seu bico forte, muito forte, segurar o bico do avião, ajudando-o a pousar, devagarinho no chão!
Uf! Acabou tudo em bem!
Mais tarde, os passageiros, como reconhecimento e gratidão, mandaram fazer uma estátua do papagaio forte, que com seu poderoso bico tinha segurado o “bico” do avião, ajudando-o a pousar no chão!
A estátua de Sócrates foi colocada no aeroporto, e cada passageiro ofereceu um quilo de amendoins a Sócrates, como recordação. Sócrates só os começou a comer depois de recuperado da constipação que tinha apanhado por ter saído fora do avião a grande altura! Fazia um frio do caraças! Mas, aqueles amendoins eram bons para coisas as ruins!
Sócrates não tardou que , de contente, no seu poleiro, chamasse a Dona Rosa, e lá vinha ela, senhora idosa e boa pessoa, ao Sócrates dar dois dedos de conversa, de prosa!
Ultimamente, o que ele mais imita é um motor de avião a falhar, logo seguido de:
-“Soltem-me, soltem-me, eu ajudo, eu ajudo”
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Autor deste original e inédito:
Silvino Taveira Machado Figueiredo
(figas de saint pierre de lá-buraque)
Gondomar.PORTUGAL .

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Feitos ao bife!




Dizei-me a quem devo pagar a graça

de ter nascido

não de graça e sem graças,

oara ver esta desgraça

do mundo onde tenho vivido!

O mundo nasceu pior,

mas o Homem quere-o melhor,

por isso trabalha,

trabalhar para melhorar

o que os deuses fizeram imperfeito,

e já tento fez,

tanto melhorou,

que o resultado é o que se vê:

não tarda que o Homem e o Mundo

estejam feitos ao bife,

sem saberem porquê!

Disse.
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Boi do Gerês

TERNURA QUENTE

A ternura é tecido
Que veste bem o amor,
É adubo de jardim florido
Com rosas sem espinhos de dor!

Antes do amor chegar,
Já se sente seus passos
Na ternura dum olhar
Que prende com seus laços!

Passo a passo,
A ternura caminha em frente
Atè à ternura dum abraço,
E,
Por vezes,
De apertados laços nasce gente,
Ficando a ternura dos abraços
Ainda mais quente!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(figas de saint pierre de lá-buraque)

Já não se morre como dantes!


JÁ NÃO SE MORRE COMO DANTES!
Numa manhã, climaticamente polivalente, meti os noventa cavalos do meu carrinho à estrada, a caminho de Ofir, onde tinha um almoço marcado na Cabana, não para os cavalos, mas para mim.
A grande velocidade, um carro fúnebre ultrapassou-me, aliás um carrão, talvez com mais de duzentos cavalos! Ia grande velocidade! Imaginei que o morto estaria cheio de pressa e, se calhar, até pagaria taxa de urgência para não cheirar mal!
Já lá vai tempo em que uma pessoa passando desta para melhor, (melhor?) logo alguém ia de porta em porta e avisava todas as casas do lugar de que um dos seus tinha sido abatido ao rol dos activos. Como tal, precisava de ajuda formal para a passagem ao passivo! Para o velório o corpo jazia em casa da família.Havia sempre espaço para o morto, que era o mesmo que ocupava enquanto vivo. Normalmente era na sala de visitas, de jantar ou até mesmo no quarto onde antes dormia. Na noite do velório, os amigos do ex-vivo espalhavam-se pelos cantos da casa, enquanto que a família providenciava uns bagaços para aquecer conversas e anedotas, que se o morto as ouvisse daria boas gargalhadas, mas não, ali estava ele a cumprir o seu papel de a nada achar piada. À hora do funeral, o armador, nome dado a quem encarregado de organizar o cortejo fúnebre, tratando de, entre os presentes, arranjar voluntários que vestissem as opas roxas e transportar a cruz e grandes velas.
Na hora da despedida, se a família do falecido era de posses, lá vinha, do Porto, de qualquer asilo, um grupo de meninos desamparados, de cabeça rapadas e capas pretas, que viajavam de carro eléctrico até Gondomar, para abrilhantar o desfile da dor!
Antes de iniciar a marcha, não nos modernos carros fúnebres de hoje, mas sim de carreta, com travões às quatro rodas, um grupo de carpideiras pagas fazia ouvir seus lancinantes gritos de dor, (algumas aproveitavam para treinar suas vozes tenoras para o coro da igreja) já que a família, cansada e prostrada pela dor para isso pagava, para fazer chegar ao céu as recomendações pelo viajante que ia caminho!
Não eram raros os funerais de mais de cem homens, (as mulheres não iam) divididos em duas filas, caminhando pela beirada da estrada, onde o trânsito era do tipo do lá vem um, de hora a hora, e quando um carro vinha e deparava com aquele espectáculo, enconstava à berma e esperava que o cortejo passasse, ouvindo o coro dos meninos desamparados, que, pelo seu serviço, nesse dia teriam sopa melhorada. Por vezes, desde a casa até à Igreja o cortejo demorava mais duma hora, em caminhada lenta, dando tempo que os assomados às janelas vissem a importância social de quem ia ali na carreta, cujas rodas, nas descidas, deixavam escapar gritos de dor, devido aos apertos que sofriam dos travões, a mando do condutor que ora os apertava ou aliviava, não fosse a carreta desarvorar estrada abaixo e o morto morrer segunda vez!
Velhos tempos! Agora já não se morre como dantes. Uma pessoa morre e quase que ninguém sabe! Quando se lê o anúncio no jornal, ... o defunto já se foi a grande velocidade, num moderno carrão, e pelos gatos pingados profissionais depositado na capela mortuária da Igreja local, e os mesmos pegam no caixão e o trasnportam, porque quase que já não há pessoas de família ou não o querem fazer.
Hoje é tudo a correr! Até para o cemitério já se vai muito mais depressa! Quando uma pessoa morre, o povo diz que foi desta para melhor! Será por isso a grande velocidade?. Foi o que eu pensei quando vi aquele carrão fúnebre a ultrapassar-me.
Quando chegar a minha vez, francamente, prefiro ir a pé...devagar!
C’ós diabos. É preciso dar tempo ao S. Pedro para preparar os aposentos.
E eu não tenho pressa.
Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo (figas de saint pierre de lá-buraque)
Foto: Ata na Serra da Aboboreira (Baião)

sexta-feira, 2 de maio de 2008

A ESTA HORA

A ESTA HORA
A esta hora milhões morrem de fome!
A esta hora milhões morrem de sede!
A esta hora a miséria a milhões consome!
A esta hora está tudo...como não deve!

A esta hora os ricos estão mais ricos!
A esta hora todos pedem felicidade!
A esta hora ouve-se milhões de gritos!
A esta hora milhões pedem caridade!

Mas,
A esta hora,
Onde estão os bons governos?

A esta hora,
Onde estão as boas pessoas?

A esta hora,
Onde está o que merecemos?

A esta hora,
Vindo de muitas Lisboas,
Pedem-nos para parecermos felizes
E boas pessoas...
Mesmo sendo pequenos!

A esta hora;
Uma hora nunca no tempo acertada
E sempre para a felicidade atrasada!

A esta hora,
-Há sempre uma maldita hora!-
Fora de todo o tempo,
Sem tempo para uma bela aurora!
...........................xxxxxxxxxxxxxxxxxxx....................
Autor; Silvino Taveira Machado Figueiredo
“Conde das Bocas”
Gondomar-PORTUGAL