Figas no Jornal de Notícias

Figas no Jornal de Notícias
Aquando da entrevista ao JN nos seus 120 anos.

Poder

Pensamento do Conde:
O poder não reside em quem pensa que manda mas sim em quem desobedece.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Reflexões rodoviárias figarianas

Reflexões rodoviárias figarianas
Há uns tempos que escuto um slogan sobre prevenção rodoviária:

"Não morra nesta Páscoa (...)"

De tanto ouvir este slogan, e pensando que se não morrer nesta posso morrer noutra lembrei-me de sugerir outros slogans.

"Na Páscoa conduza evitando a ressurreição! A ressurreição não é garantida!"

"Conduza mantendo a vida, a não ser que: queira evitar acidentes morrendo preventivamente!"

"Não seja burro a conduzir muitos cavalos"

"Experimente a sensação de alívio em chegar ao fim da viagem."

Não desviem a atenção em me agradecer.

Olhem em frente.

FigasAbraço

segunda-feira, 29 de março de 2010

História recente, lírica e crítica sobre Gondomar

História recente, lírica e crítica sobre Gondomar


(Ao mexer nos meus papéis, encontrei uma das minhas “pérolas”,
que acho que devo pôr na montra, a arejar! Talvez, quando o Major, de Gondomar já ido, eu lhe faça um Peã, por em Gondomar ter sido tão querido! Há-de ter tão grande brado, que na grei há-se ser santificado, por um simples major ter governado como um rei!)


Em Gondomar
Quando Lira se tocava
Gondomar desafinava
Até que veio novo tocador,
Com o posto de major!

O novo chefe de orquestra
Abriu nova partitura,
Para o povo foi uma festa,
Olés.. e palmas, com fartura!

Tocou a peça dos frangos,
Deu electrodomésticos,
Gondomar dançou tangos
D outros ritmos frenéticos!

Gondomar, tão atrasado!
Enfim, iria ficar no mapa,
E todo o mundo espantado
Com um major, com lata!

Além de electrodomésticos,
E doutras coisas astutas,
Até ouviu aspectos maléficos
Da vida das prostitutas!

Houve um jornal; o Expresso,
Que dele falou tão mal,
Que ainda estou perplexo
De não ter ido a tribunal!

Como grande novidade,
Merecedora de prémio nobel,
Começou a governar a cidade
E os serviços, de télemóvel!

Como um homem da bola,
Com a E.D.P fez negociçãoes
E com bom golpe de tola;
Pagar? Só em prestações!

Grande empresário,
Até da Liga presidente,
E foi até consul hnorário,
Enfim, bom polivalente!

Qaundo começou a trabalhar,
E logo, do pé para mão,
Começou a alojar
Quem não tinha habitação!

E a quem, em Gondomar,
Vivia em mísera barraca,
Logo a todos quis dar
Casa ao preço de pataca!

Tem vereadores esforçados,
De grande influência,
Uns fazem turismo de nabos,
Outros de igual sapiência!

Mas, ramo de loureiro
Com ramo de oliveira,
Não dá bom cheiro
E cheira como lixeira!

Os xuxas , preocupados,
Viam a dívida aumentar,
Pois eles, “mui honrados”
Terão um dia de a pagar!

O povo é que não quis saber,
Com o Major era uma alegria,
E nas eleições voltou a querer
Um major com maioria!

E se a dívida está aumentar,
E já vai em muitos milhões,
Quem vier a governar
Que a pague em prestações!
A não ser que façam uma S. A.C.
“Sociedade Autárquica de Sacária)
E à banca fazer outro saque
Para a carga tributária!

Por mim,
Desejo longa vida ao Major
E eu outra tanta possa durar,
Com uma dívida assim,
O melhor é pô-lo andar!

Outros dirão que deixa obra
E que foi uma figura querida,
Para mim deixa dívida de sobra
Para Gondomar pagar uma vida!

Tenho pena de quem vier a seguir,
Com tanta prestação para pagar,
Com muitos PER,s a ruir
E sem dinheiro para arranjar!

Mas, depois,
Na Guiné ou na Liga,
Ou para qualquer lado,
Que possa ir,
Haverá sempre quem diga
Que viu o Major a rir,
Quase até rebentar barriga,
Por ter comido,
Em Gondomar,
Tanto nabo!
...........xxxxxxxxxxx.................
Autor: Silvino Figueiredo
(Nota: do Original retirei algumas coplas.

domingo, 28 de março de 2010

Dinastia loureira em Gondomar

A questão dum povo poder decidir sobre políticas e do que é bom para a sua terra ou seu país, aliás sobre tudo, é minimamente saber do que está em jogo e ser culto (não é preciso muito, basta não ser ceghuinho) e perceber quais os caminhos, para onde os pastores querem levar seus rebanhos de ovelhinhas cordatas.

Quantos é que repararam que na lista do Valentim a filha estava em terceiro lugar?

Quantos é que sabiam que ela foi alcondorada ao poder, por curiosa desistência dum engenheiro de Rio-Tinto na lista de Valentim, e logo ficou com o importante cargo da habitação? Está-se mesmo a ver os almoços familiares entre pai e filha, a tratar de questões autárquicas! Mais parece uma monarquia, não uma república!

Ora, uma vez terminado o mandato, Valentim apresentou-se ao “mercado eleitoral” e lá conseguiu vender o seu peixe, o que não foi difícil para clientes que se contentam com Malafaias, Tony Carreiras, idas a Fátima, subidas pelo Rio Douro, Gondomar a voar e afins! Uma vez reeleito, e como os processos são como as minhocas, ou seja em cada cavadela surge mais um processo!
Por isso, é natural que as diabetes ataquem o Major e que sirvam para jogar o jogo do empata com os tribunais. Aliás, ele deve ser o autarca que mais tempo perde nos tribunais a tentar provar que é inocente! Um inocente legal!

Eu tive a preocupação de ver a constituição da lista do Major, que foi entregue no Tribunal, e ao ver que a filha estava em terceiro lugar pensei para comigo:
“Pronto. Cá está a jogada para ele mais tarde resignar e preparar o terreno para a filha reinar e m Gondomar!"

Ele vai arranjar um motivo qualquer, uns diabetezinhos servem perfeitamente, depois a filha ganha visibilidade, e, obviamente, terá o apoio do pai, e aí está: Daniela a presidente! O Oliveira não é probelma, porque já está habituado a ser o segundo na hierarquia mas dos primeiros na maquia!

Se o Major tivesse vergonha, (claro que há pessoas que já dela nascem deficientes) retirava-se, a exemplo do Nuno Álvares Pereira, que embora tendo feito umas coisas por Portugal, disso muito beneficiou, pois no seu tempo ficou o mais rico do país, deixando seus familiares bem instalados nos negócios do reino!
Todavia, talvez com remorsos, já no final de carreira, lá foi para religioso, dedicando-se a obras de misericórdia. Naquele tempo não havia electro-domésticos!

Ora, em vez de Valentim se preocupar em continuar na política, e como já está bem na vida e em fim de carreira, devia ir para um convento e levar uma vida de penitência por pecados cometidos, dar umas sopas aos pobres e depois, quem sabe?, vir a ser beatificado e mais tarde santo!

Quando morresse, a família, a uma só voz, olhando o céu, disesse:
-"Reina no céu que em Gondomar reinamos nós!"

Claro que está análise é de alguém que pensa ver longe, mas é natural que o pastor o considere uma ovelha ranhosa. Para que conste, eu sei, de cor, o “Cântico Negro”, de José Régio. Por isso termino com” “Não, não vou por aí”.
Há mais árvores que loureiros e oliveiras!
Basta.
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo

sábado, 27 de março de 2010

Vida em tarde coada!

Vida em tarde coada!

A tarde;
Luz difusa sobre camélias
De vermelho sangue,
Salpicando a chegada da Primavera,
E lírios, desabrochando!

As rosas esperando!

É a vida num vai e vem!
Na Primavera a Natureza mostra a beleza que tem!

A tarde;
Um coar de luz,
Onde a serenidade se senta,
Em busca dum horizonte,
Sempre além do mar,
E no ar um desejo da vida,
Com sua imaginação, de lá chegar!

Se,
ao menos,
a vida pudesse cá ficar!
eternamente,
mas,
é a morte que acaba por levar vida de gente,
para lá morar!

Porém, o poeta,
Imagina, sempre,
Uma Primavera na vida,
Para que qualquer seja florida!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(o figas de saint pierre de lá-buraque)
Gondomar

História "lírica" crítica recente de Gondomar!

Ao mexer nos meus papéis encontrei uma das minhas pérolas,
que acho que devo pôr na montra, a arejar!

Quando Lira se tocava
Gondomar desafinava,
veio um novo tocador
com o posto de major!

o novo chefe de orquestra
abriu nova partitura,
para o povo foi uma festa,
olés.. e palmas com fartura!

Tocou a peça dos frangos,
deu electrodomésticos,
Gondomar dançou tangos
e outros ritmos frenéticos!

Gondomar, tão atrasado,
enfim, iria ficar no mapa,
todo o mundo espantado
com um major com lata!

Além dos electrodomésticos,
e doutras coisas astutas,
até ouviu aspectos maléficos
da vida das prostitutas!

Houve jornal; o Expresso,
que dele falou tão mal,
que ainda estou perplexo
de não ter levado a tribunal!

Como grande novidade,
merecedora de prémio nobel,
começou a governar a cidade,
e serviços, de télemóvel!

Como um homem da bola,
logo finto a E.D.P.,
com um bom golpe de tola;
pagar? logo se vê!

Grande empresário,
até da liga presidente,
fi até consul hnorário,
enfim, polivalente!

Começo a trabalhar,
e logo, do pé para mão,
começou a alojar
quem não tinha habitação!

A quem, em Gondomar,
vivia em barraca,
logo ele quis dar
boa casa por pataca!


Tem vereadores esforçados,
de grande influência,
uns fazem turismo de nabos,
outros com igual sapiência!

sexta-feira, 26 de março de 2010

Criança

Hei-de cair no destino,
talvez de olhos fechados,
talvez com olhos de menino
nunca antes acordados.

Ao cair no destino,
e no seu colo entregue,
pedirei, com olhos de menino,
que menino me carregue.

E se acordar deste sonho,
na translúcida névoa da esperança,
então,
não tenha eu o pesadelo medonho
de deixar de ser criança.
............xxxxxxxxxxx..............
Autor: Silvino Taveira M. Figueiredo
(figas de saint pierre de lá-buraque)
Gondomar

quarta-feira, 24 de março de 2010

Rio de espelhos quebrados!

RIO DE ESPELHOS QUEBRADOS!
Ai rio, que só o és às vezes e ribeira nem sempre!
Ai rio, que guerreiros tingiram-te com sangue de gente!
Ai rio, que bárbaros de construção de ti se acercaram,
te conspurcaram
e te poluiram!
mas agora, que és rio só às vezes e ribeira nem sempre,
há gente que finge que és um grande nilo
e sobre ti derrama lágrimas de crocodilo!

Ai rio, que só o és às vezes e ribeira nem sempre!
Que queres, novamente, ser água pura corrente
e dar de beber à gente, como antigamente,
mas não,
sobre ti ainda batalham hordas dos bárbaros da construção
e partem teus espelhos,
onde em tempos de antanho se reflectia o luar,
mas agora és vergonha de Gondomar,
de grande tamanho!

Para seres assim,
Para estares assim tão conspurcado,
Prefiro que deixes de ser rio só às vezes e ribeira nem sempre,
E que sejas esgoto entubado,
Ou então, que exércitos da poluição se retirem
E que o luar volte na tua água limpa a brilhar!
..............XXXXXXXXXX..................
Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)
Gondomar

Uns bons filhos da...política!

Uns bons filhos da política! Há mais de cinquenta anos que ouvia dizer que Braga era a terra dos três pês! Só mais tarde é que entendi!
Agora, ao ver o debate entre os candidatos à liderança do PPD/PSD vi a coincidência de três pês: Pedro Aguiar Branco, Paulo Rangel e Pedro Passos Coelho. Para cúmulo de pês, as suas tendências de alianças politicas, à direita, são com o PP de Paulo Portas! Ena, tantos pês!

Ao ver e ouvi-los falar num debate da RTP todos mostraram grande vontade de derrrubar o Governo! Só não sabem bem como nem quando e o que fazer com a eventual herança do défice e da crise! O Governo, esse espera que sejam moderados e responsáveis, porque, realmente, os tempos não correm de feição para grandes números circences.Só se espera que sejam uns bons filhos da política. Se estão à espera que apresentando uma moção de censura terão o apoio das esquerdas e que estas esperarão que um Governo do PSD aplique as necessárias políticas a favor dos mais desfavorecidos, então tirem o cavalinho da chuva.Sejam uns bons filhos da política, Tenham juízinho!...............xxxxxxxxxxxx..................Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo

terça-feira, 23 de março de 2010

Desaguar




DESAGUAR NUM FINAL DE TARDE!

Um rio leva água entre chão verde,
Beija fráguas e segue à sua foz,
Mata a sede a quem dele bebe
E secas que há dentro de nós!

Rio,
Que vai em zig-zag,
Ora estreito,
Ora largo,
Como fogueira que arde
Em fogo vivo
Em leito de água apagado!

Da sua fonte até à foz
A um rio quanta água vem?
É como rio de sangue dentro de nós;
Ninguém sabe o que se tem!

Sabe-se que rios desaguam na sua foz,
Não do rio d’amor que desagua em nós!
................xxxxxxxxx.................
Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(figas de saint pierre de lá-buraque)
Gondomar

Sol e sombra!

SOL E SOMBRA!

Sol,
Quantas vezes me visitaste e
Quantas sombras me deixaste?

Dizem que quando nasces és para todos,
Mas,
Mentira falaz,
Porque quando nos da frente bates fazes sombra aos detrás!

O dia tem sua noite,
Que tu a iluminar demoras,
A muitos dás muito dia da tua poesia,
Mas a muitos mais fazes sombra em mais horas!

És como o mar,
Que não nos consegue dar praias que nos valha;
Para cada um ao teu sol estender sua toalha!

Sol,
Desde quando que nos visitas deste a todos as mesmas vistas?

Uns aquecem-se a sul
Outros arrefecem nos frios e nas sobras do norte... e da morte!

Gostamos de ti,
a rodos,
mas vê lá se quando nesces dás sol e sombra
por igual a todos!

Mas quando?
..........................xxxxxxxxxx..........................
Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(figas de saint pierre de lá-buraque)
Gondomar

Ensejos

ENSEJOS
Quero falar do que tu sabes;
Do que tenho para te dizer;
Palavras que são verdades,
Mentiras se não as disser!
Quero falar de teus desejos
Para eu abrir minha alma,
As palavras são ensejos
Para à angústia dar calma!
Com palavras, sem dano,
De tudo eu te quero falar
E matar qualquer engano!
Então, é chegada a ocasião
De dar voz a meu coração
E dizer, apenas, que te amo!
...........xxxxxxxx................
Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar

segunda-feira, 22 de março de 2010

Divagação sobre poesia

Divagação sobre a poesia

Oral ou escrita, a poesia é a síntese da expressão mais profunda do sentimento humano, traduzido por palavras veículantes de harmoniosas sonoridades, transmutacionais da matéria em espírulas espirituais.

A poesia vê para além do longínquo horizonte! É a aproximação ao divino! O poeta pare versos de espantos perante toda a criação que o rodeia, mas, consequência da sua humana condição, também denuncia humanas hipocrisias e suas contradições! A poesia é alquimia que transmuta a matéria, dela retirando extraindo etérea espiritualidade!

Reportando-nos à história do aparecimento do Homem na Terra, atendendo que esta tem, segundo cientistas, 4.500 milhões, a vida tem 500 milhões e que o Homem apareceu há cerca de 50 mil e a escrita há 4000 anos, constata-se que desde a idade da pedra, subsequentes períodos de desenvolvimento, em milhares de anos, foram necessários para que, desde os primeiros sons guturais humanos, pouco mais ainda que “macacos”, se chegar à formulação da linguaem oral e escrita, e dentro destas as formas poéticas; catalizadores de emoções!

Nesses recuados períodos, em que a linguagem humana não passava de espasmos vocalizados, a poesia residia no espanto dum olhar perante a alternada visão do Sol e da Lua, perante rios e mares ou ficava quase petrificado perante dantescas tempestades; terreno propício para habitáculos de deuses, entretanto criados pela mente humana, nomeadamende pelos egipcios e gregos, basta analisar, destes últimos, a evolução da sua Teogonia!
Lentamente, o Homem habituou-se à musicalidade dos ventos, ao ribombar dos trovões, à luminosidade dos raios e ao fogo provocado.

O conhecimento actual revela que o aparecimento do Homem não foi espontâneo, tanto na forma como na inteligência, tendo sofrido, como animal que é, influências da actividade cósmica, em permanente evolução em todos os aspectos. As pinturas rupestres datam entre 20000 a 10000 anos! Imaginem todo o processo até se chegar à moderna pintura ou desde a primeira nota musical até à grandiosa sinfonia!
Em termos poéticos, não se sabe quando apareceu o primeiro beijo entre homem e mulher, quais os jogos de sedução mútua, qual o primeiro poema ou a quem dedicado!. Talvez o primeiro poema fosse apenas um sorriso ou na forma de maçã, dada por Eva! Todavia, não é difícilm de intuir, que a primeira poesia oral, fosse o acalanto; o  óóóó duma mãe embalando seu filho, hoje melhor estruturado:

“Nana nana meu menino,
que a mãezinha logo vem,
foi lavar teus paninhos
à pocinha  de Belém”

Sucessivos cataclismos, entre eles incêndios e destruições da antiquíssima biblioteca de Alexandria, causaram perdas irreparáveis de conhecimento, entretanto adquirido, para o estudo de eventuais formas mais antigas da poesia.

Realçar que estudiosos dizem que a Biblioteca de Alexandria, fundada no século III  A.C., na altura era o maior centro de conhecimento da antiguidade, albergando entre 400 mil a um milhão de papiros, alguns deles com dezenas de metros de comprimento! Felizmente, que um dos seus mais famosos bibliotecários; Calímaco, fez um catálogo, com notas biográficas sobre os autores do acervo que na altura existia e que serviu, posteriormente, para nfluenciar Virgílio nas suas obras Bucólicas e Eneida, e que por sua vez influenciaram toda a literatura ocidental!

O espólio literário mais antigo parece ser os hieróglifos egípcios, alusivos a cerimónias religiosas ou também amorosos, como demonstra o poema abaixo, com mais de 3000 anos!

”Há sete dias que não vejo a minha bem-amada.
O desalento se abateu sobre mim.
Meu coração tornou-se pesado.
Esqueci até minha vida.
Quando os médicos vêm à minha casa,
Seus remédios não me satisfazem...
Ninguém descobre minha doença.
Mas se me dizem: "Olha! Ei-la",
Isso me restitui a vida.”

A passagem da linguagem oral à escrita teve como primeiro suporte primitivo a pedra, depois placas de argila e papiros até chegar ao moderno papel, actualmente prevalecente. Outros suportes, dentro da evolução tecnológica electrónica, perfilam-se no horizonte, dispensando, cada vez mais, o papel!

Desde suas formas rudimentares até ao formato do soneto evolutivo do septssilábico ao decassílabo, muito aperfeiçoado por Petraca, que com seu amigo Bocacio, posteriormente muito influenciaram a Europa com este modelo, até chegar ao soneto alexandrino, iniciado por Lambert Licors econtinuado por Alexandre de Bernay, mas mais tarde a sua estrutura foi modificada por Shakespeare, que em vez de três quadras e dois tercetos, utilizou três quadras e um dístico!

Muitas formas poéticas, ainda sem preocupação de rima, mas sim apenas adaptada para à  Lira, instrumento em voga na antiguidade, com diversas posições da acentuação tónica e silábica serviram para realçar e glorificar feitos épicos de atletas ou guerreiros, em que “Píndaro, poeta dos Jogos Olímpicos; no Século V A.C., o maior dos poetas gregos, cujas odes revelam audácia de pensamentos e metáforas, harmonia e majestade de estilo e uma invenção plena de vigor.
Sabiam que nos jogos os atletas corriam nus? Os primeiros foram no século oitavo A.C. e o primeiro campeão foi o cozinheiro Coroebus de Elis, que venceu a única prova; corrida de 192 mts. Nesse dia chovia muito, por isso só aconteceu essa corrida!

A preocupação estética do gregos pela beleza do corpo, levava-os a que não houvesse nada a esconder, embora fosse proíbida a presença das mulheres.
Píndaro, escrevia (por encomenda) hinos, cantos guerreiros e odes triunfais em honra dos atletas vencedores dos Grandes Jogos Gregos! De realçar, que já nesse tempo, os atletas vencedores eram glorificados pela cidade donde originários, e a sua preocupação era que tivessem uma estátua e um hino. Para esse fim, Píndaro recebia encomendas para cantar os feitos do vencedores. Aqui logo se põe a expressão do nosso Pessoa quando diz que um “poeta é um fingidor”, pois que, certamente, para receber mais uns dracmas acrescentaria uns exageros.

Se uma estátua era uma glória fixa, erigida num local da cidade do vencedor, o Poema-Hino; Peã ou Péon, como lhe chamavam, servia para a difusão da glória dos atletas nas rotas comerciais pelo Mediterrâneo e outros mares, levando longe o nome do campeão!

Digamos que se na altura não era a Internet poderiamos chamar a Internáutica informativa!

A poesia, desde cedo, pela letra, aliada à música, passou a servir de identidade dum povo, plasmada no seu Hino Nacional,
É mais pela letra da poesia dum Hino, por exemplo o português: “Heróis do mar, nobre povo, nação valente e imortal, levantei hoje, de novo, o esplendor de Portugal” do que pela música  ou pela página dum romance que um povo se identifica! Não, não é por uma página dum romance ou por uma novela ou conto! A música pode ser dispensada, a letra da poesia não!  As palavras é que são a força da alma; do espírito!

Os modelos poéticos, como qualquer outra arte, foram evoluindo, neles existindo formas de expressão, como na pintura, na música, na escultura e na arquitectura, sejam formas narrativas, descritivas, abstratas ou idealistas. Desde formas evoluídas, consideradas clássicas, atè à sua ruptura e desconstrução em formas livres, processo que na poesia foi iniciado por Stéphane Mallarmé no séulo XIX.
As temáticas evoluiram, desde a religiosa, pastoril, romântica, até chegar à sátira dos costumes, de escârnio e mal-dizer e à crítica dos poderes vigentes.

Desde a antiguidade; na Pérsia, Grécia, Império Romano, que os poetas eram tidos como seres superiores, próximos de deuses. A corte persa de Mahmud de Ghazna , Século X, albergou 400 poetas, onde reinou a poesia didática. O significado de poesia, em grego, era fazer, criar!
Os poetas eram considerados uns criadores e ainda o são.

Por outro lado, a poesia, como representante da parte mais espiritual do Homem, comercialmente pouco vende. Da literatura em geral, o seu ramo poético, em particular, pouco vende!

São raros ou inexistentes os êxitos que enriqueçam seus autores, quando comparados com obras doutros géneros, romance, novela, conto ou ficção!
Também não é timbre dos poetas produzirem para o êxito comercial.

Para um poeta, em termos de tempo, é relativamente fácil fazer um poema, porque em minutos pode traduzir o pulsar do seu sentimento para o papel. Nos outros géneros, acima mencionados, demoram meses ou anos!

Porque fazer poemas é como respirar, os poetas têm necessidade, não de os vender, mas sim de os mostrar e com outros partilhar, daí compreender-se o aparecimento de pequenas tertúlias para esse efeito.
Mais valia será quanto maior for a partilha. Se poeta não consegue ver os seus versos editados,
porque não tem quem o patrocine, já fica feliz em os soltar no ar intimista duma tertúlia, como o eram nas cortes reais, onde eram protegidos, ou em serões palacianos da fidalguia!

Nos últimos séculos, movimentos arcadianos ou parnasianos irradiaram seus conceitos e adaptaram-nos à realidade da evolução social e tecnológica.

Devido aos modernos recursos disponíveis, hoje, mais que nunca, cada ser humano pode imprimir a sua marca poética em suportes electrónicos, (o autor deste texto, por exemplo) sendo a Internet um distribuidor universal da edição de cada autor.

Como tudo, como nas constelações estelares, só as estrelas com maior brilho seduzem e chegam mais longe, pelo seu próprio brilho ou porque poeiras cósmicas não deixam ver o brilho de outras estrelas, que eventualmente até terão mais brilho, mas ainda fora da nossa visão física ou intelectual!

Entretanto, a evolução não pára. Hoje, reina o experimentalismo e não tanta a preocupação de seguir cânones que vigoraram durante séculos, mas que, entretanto, foram, paulatinamente, abandonados. No fundo, bem no fundo, não há nada de novo sob o Sol. Se o Homem nasceu e andou nu e devagar, devagarinho vestiu-se até chegar à moda do século XVIII e XIX, com as senhoras bem enfunadas e cavalheiros cheios de rendas e folhinhos! Hoje, livremente, o homens e mulheres despem-se sem preconceitos e anda-se por aí com modas às três pancadas com direito a desfiles em chiquérrimas passereles.

Notar que após o fim do Império Romano e subsequente e lenta reestruturação territorial da Europa, nomeadamente após o período Carolíngio e o desenvolvimento do tecido urbano das cidades italianas, devido ao comércio das especiarias com a Àsia, antes de serem substituídos pelos Portugueses, com a descoberta da rota da India, as ricas famílias italianas, não querendo ficar atrás da opulência da Igreja, com suas catedrais e palácios episcopais, muito contribuiu para o florescimento de ateliers e escolas de artistas, tanto na escultura, como na pintura, na construção e decoração dos grandes palácios senhoriais! Numa fase inicial recorreram aos cânones gregos e romanos, mas depois divergiram para novas formas até chegarem ao estilo barroco, rócócó, e chegarmos às formas de muitos Gugenheims no mundo, ou como o da Casa da Música, no Porto!


Também na poesia todas as formas são permitidas, e como cada homem reina um criança, a menina poesia pode brincar com suas quadras, quintilhas, sextilhas, oitavas, sonetos alexandrinos ou outros mais pequeninos, com versos homéricos, épicos, sáficos ou  "seráficos", com seus troqueus, espondeus, jambos, dátilos, em estilos pindéricos ou pindáricos, como diz o Figas.

Não esquecer que o aqui focado é uma sumária análise das origens da poesia no Ocidente, para não falar dos Haikos japoneses (três versos, em que o primeiro e o terceiro são de cinco sílabas métricas e o do meio tem sete, assim como a recente forma de Poetria ou Poetrix, que são três versos, no total maáximo de trinta sílabas, oriunda do Brasil.

E pronto. Para terminar, basta dizer que um poema dum só verso pode conter imensa poesia;
“Amor, amo-te”, por exemplo!

Agora, brincando um pouco (à Figas) há quem substitua um poema por um colar de pérolas ou de diamantes, casaco de peles de vison, etc!

Mas, se as jóias brilham no peito a poesia fica no coração!
Cada um que escolha! Todavia, a poesia é mais ecológica!

O que é preciso é que, de qualquer forma, a mensagem esteja lá.
Que no poema haja poesia.
Não basta saber encastelar palavras!
Não esquecer que um poema
Pode ter a forma correta na forma e na métrica, mas de mensagem deserta!

Porém,
a poesia que se vista com beleza,
que poetas a saibam cantar,
que a bela poesia portuguesa
seja a maior no céu a brilhar.
................xxxxxxxxxxxxxxxxxxx..................
Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(o Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)
Gondomar

Lírios do campo!


LíRIOS DO CAMPO

Um amigo me pediu
Uma poesia positiva,
Eis a que me saiu
Vêde se da positiva:

Quando virdes alguém pedir
Não deveis chorar,
Mas sim, apenas, lhe pedir
Que vá pedindo a cantar!

Coisa baril, que se farta,
Neste país, nesta nação,
É reinar política de sucata
Tingida pela corrupção!

Muitos ganham milhões
Com brancos colarinhos
Muitos mais nem pra excursões
Ao Portugal dos pequeninos!

Quando virdes um corrupto
E um político corrompido,
A um chamai de bom astuto
A outro de bom amigo!

Portugal é um banco,
tem oliveiras e loureiros a enfeitar,
São anjinhos de branco
Que nunca pecam a sacar!

E como crítica à corrupção,
Que muito por aí há,
Engenhosa expressão que se aplica
É: “Porreiro, pá”

São todas boas pessoas,
Todas pessoas sérias
Que nos cantam boas lérias
Em fadindos de Lisboa!

E assim vive nosso povo
Neste lodo de lástima,
Apertado por este polvo
Leva suas pernas a Fátima!

Minha poesia chega ao fim,
Penso que positiva,
Sem crítica, sem pranto,
Pois tenho, cá para mim,
Que cantei lírios do campo!
Eu tenho um,
Na minha terra,
Em Gondomar,
Que dizem que é um santo!
Falta pouco
Que em vez de o condenar
Lhe façam um altar
E seja canonizado santo!

Um amigo me pediu
Para fazer poesia positiva,
Eis a que me saiu,
Vêde se da pedida,

Mas, tenho, cá para mim,
Que foi positiva,
Sem crítica, sem pranto,
E que apenas vos cantei
Lindos lírios do campo!
........xxxxxxxxxx..............
Autor destes lírios:
Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar

quinta-feira, 18 de março de 2010

Rosa azul

ROSA AZUL
A flor do meu amor é azul
Como o azul céu!
No azul da vida vive ela e vivo eu!
Caminhamos sobre o verde da esperança,
Mas olhando sempre o azul;
Manto diáfano sobre o branco,
Por vezes pincelado de amarelo outonal,
Não há rosas azuis,
Há-as de muitas cores;
as de cor vermelha,
as de cor de rosa,
as de cor amarela,
Mas a rosa azul, que ninguém tem,
Tenho-eu eu; meu amor!
É ela!
que reina sobre o tapete da verde esperança,
sob o céu azul,
diáfano manto sobre o branco!
............xxxxxxxxxx..............
Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)
Gondomar

Rolha Santana

ROLHA SANTANA
Sabe-se que Américo Amorim é um dos mais ricos do mundo. Sem dúvida que indústria da cortiça em geral e das rolhas em particular para isso têm contribuído, nomeadamente com exportação de rolhas para Cuba, onde Américo Amorim tem grande participação no desenvolvimento da terra do seu amigo Fidel!
Mas, se até agora, as rolhas eram exportadas para o mercado internacional, porque reconhecida a sua alta qualidade, agora, sem dúvida, o mercado interno alargou-se com o consumo de rolhas por parte dos partidos políticos! Neste caso, é de realçar a grande quantidade de rolhas que o PSD precisa para consumo interno! Claro que, a indústria corticeira arranjará uma rolha personalizada; a “Rolha Santana”!
Sim, porque o homem que se diz herdeiro de Sá-Carneiro, o homem que queria soltar a língua aos portugueses, agora vai pelo caminho da rolha!. Ainda bem que não sou militante do PSD nem de nenhum partido para estar sujeito à lei da “Rolha Santana”.
Desculpe lá, Sr. Américo Amorim, para mim é menos uma! Todavia, meus parabéns antecipados. As acções da cortiça vão subir. São mais uns milhões para festejar, abrindo rolhas das garrafas de champanhe, com a “Rolha Santana”!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar

sábado, 6 de março de 2010

"Poesia em Gondomar"

Convidado pela ARGO(Associação de Artistas de Gondomar) o Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque, que é o Silvino Figueiredo, fará uma palestra sobre "a Poesia em Gondomar", no dia 17 de Março (Quarta-Feira) na Sede da Argo, em Fânzeres, pelas 21h30. Durante a palestra ocorrerá leitura/declamação de poemas de autores gondomarenses e outros.
Entrada livre.

Tratantes tratam de nós!

TRATANTES TRATAM DE NÓS!
Roubam aqui e ali,
A roubar são senhores;
Engenheiros e doutores,
Que abundam por aí
Sem justiça para si!
Fingidos bons governantes,
Alguns veros meliantes,
Que cuidam nos bem tratar!

Quem não se sabe cuidar
Contrata os bons tratantes!
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Autor:
Silvino Taveira M. Figueiredo
(Figas de Saint Pierre de Lá-buraque)
Gondomar

quinta-feira, 4 de março de 2010

Vendaval (às folhas caídas)

Veio forte e num momento
Da vida arrancou raíz!

VENDAVAL
Quando oiço vento forte
Censuro-lhe sua força,
Que bate! Tudo destroça!
E que leva pouca sorte,
Vinda de sul ou de norte
A quem na vida feliz;
Com colorido matiz,
Mas que vento violento
Veio forte e num momento
Da vida arrancou raíz!
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Autor: Silvino taveira Machado Figueiredo
(figas de saint pierre de lá-buraque)
Gondomar

terça-feira, 2 de março de 2010

Flores levadas, mas retornadas!

FLORES LEVADAS, MAS RETORNADAS

Madeira,
Algumas pétalas tuas,
Arrancadas,
Para o mar por levadas levadas!
Mas,
Não desesperas,
Jardineiros do teu Portugal
Farão novos canteiros.
Vais ficar contente,
Novamente com teu sorriso
Em teu jardim florido!

Algumas das tuas pétalas, arrancadas,
Para o mar por levadas levadas,
Mas lá, do eterno horizonte,
Querem-te ver, de novo, feliz,
Com novas flores
Nos teus montes floridas,
Onde as possamos ver e nos perder,
Também felizes,
Nossos sentidos,
Olhando o Longínquo horizonte,
Recordando pétalas tuas
Arrancadas,
Para o mar por levadas levadas,
Mas por nós, agora, em terra recordadas
Com mais uma flor em cada canteiro;
Como flores levadas mas retornadas!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(figas de saint pierre de lá-buraque)
Gondomar