Figas no Jornal de Notícias

Figas no Jornal de Notícias
Aquando da entrevista ao JN nos seus 120 anos.

Poder

Pensamento do Conde:
O poder não reside em quem pensa que manda mas sim em quem desobedece.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Tronco poético

TRONCO POÉTICO


Sou um poeta,

Já um pouco velho

Como tronco já carcomido,

Com ramos secos; quebradiços

Como meus versos de pés-quebrados

E quase sem sentidos; mortiços!

Porém,

De vez em quando

Uma flor poética em mim desponta

E, de dia,

Alguém passando dá conta

E se encanta com seu encanto,

Corta-a e leva-a para sua casa!

Eu não digo nada, mas fico contente.

Quem me dera que, como semente,

Um dia de mim cortasse um pouco da minha raiz

Eu ficaria feliz,

Porque meu tronco poético, já carcomido,

Renasceria de novo noutro tronco novo e viçoso

E de poesia florida coberto

Para enfeitar a poesia da vida!

…………..xxxxxx………..

Autor:Silvino Taveira Machado Figueiredo

( Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)

Gondomar

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Tudo normal

Ah, sim,


hoje é natal,

mas muitos mais dias nunca foram,

mas, depois veio este bem; este mal,

de continuar tudo mal depois do natal!

... É normal.



Temos mensagens de reis

papas e presidentes,

ficamos contentes!

É Natal.

............xxxxxxxxxxxxx...................

Autor:Figas De Saint Pierre Gondomar

domingo, 23 de dezembro de 2012

Viva o Rei

VIVA O REI


O Homem e suas crises de crescimento!

O Homem e suas crises de identidades

E de divindades!


O Homem

E suas crises de miséria,

De fome e de doença!


O Homem,

Sempre em crise por tudo querer ter!



Crises antes do Dilúvio!

Crises que levaram a guerras;

À criação e destruição de impérios,

Da criação de escuridões

E a descobertas de claridades!



Vieram crises de económicas,

Crises financeiras,

Industriais,

Crises nas bolsas,

Nas ações de capitais

Nas almas e nos corações

De mulheres casadas ou solteiras!


Os homens e suas crises de senhores ou de escravos!


Crises sempre houve de carne humana na cama!

Crises de fim de mês e de fim de semana!


Mas, afinal,

Falamos de que crise?

Qual crise e de quem?

De homens ou de ANIMAIS,

Que cada vez há mais!?

Tanto vale, porque o Homem é o “Rei”!



A crise que estamos a passar

É devido ao “Rei” estar a reinar!

Mas,

Qual é a novidade desta crise

Se o Homem sempre em crise viveu e vive!



Mesmo, quando chegar o fim da crise,

ao fim do Mundo,

Haverá a crise do fim,

Porém, com crise acabada

O mundo não tem piada!

Viva o “Rei” e as crises que dele vem!

Amen

……………xxxxxxxx………..

Autor deste original:

Silvino Taveira Machado Figueiredo

(o figas de saint pierre de lá-buraque)

sábado, 22 de dezembro de 2012

Folha outonal!

Luz de outono;


luz repousante;

macia; calma;

que beija corpos em primaveras,

que alumia sonhos de quimeras

... em estações sucessivas,

até que vem o inverno

e varre folhas caídas!

.......xxxxxxxxxx.........

Autor desta folha outonal:

Figas De Saint Pierre

O amor é um chá!

Silvino Figueiredo


O amor é chá,

que quente se toma,

lentamente,

mas sem o deixar esfriar.

Se arrefecer,

... além de mais açucar se acrescentar,

o melhor é voltar aquecer,

..fortemente.

........xxxxxxxx..............

Autor deste chá:

Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Quem dá mais ou onde se paga menos?

Quem dá mais ou onde se paga menos!


Gérard Depardieu, famoso ator francês, que se fartou de representar o heroico papel de Obélix da aldeia gaulesa contra os romanos, farto do “patriotismo”, que o não livrava de impostos, a troco de redução dos mesmos sobre a sua fortuna trocou de identidade, e de francês de nascimento passou a quer ser ou já é belga por adoção fiscal! De admirar? Não. Não é.

Já estávamos habituados a que os ricos pusessem “patrioticamente” suas fortunas em off-shores, renegando contribuir para o desenvolvimento do solo pátrio, porém, a novidade é agora chegarem ao ponto de trocarem de nacionalidade por motivos fiscais! A troco de benesses fiscais mandam à fava o sentimento e alma da nacionalidade! Perante isto, não é de admirar que o Governo português queira vender partes d’alma; como a TAP e RTP! Não causará espanto se a seguir privatizarem o exército, a marinha, a força aérea, a polícia, os tribunais, etc. Quem sabe até se não privatizam os ministérios em particular ou o Governo em geral?! Para a privatização ser completa talvez até privatizem a Presidência da República e ponham a bandeira da mesma à venda, ao retalho, numa qualquer feira popular! Angolanos e chineses estarão interessados? Os portugueses até parecem já não se interessarem por ter identidade própria?! Quem dá mais?

………………xxxxxxxxxxxxxxx………….

Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo

Gondomar

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

"Está um frio do caralho!"

Ontem, o tema na Tertúlia Poética, no Olimpo Bar, era o frio!


Assim, a tremer, fiz este “poema”…para me aquecer!

ESTÁ UM FRIO DO CARALHO!

A poesia

A tudo pode dar estética,

Até num dia de frio,

De muitos brr’s,

Quando diz:

-“Está um frio do caralho!”,

Logo compensado com a beleza das manhãs

E o encanto do seu orvalho!

Mas,

Se não fosse o frio

E os nossos brr’s

Não acenderíamos lareiras,

Não cantaríamos as janeiras

Nem diríamos,

À volta das fogueiras:

-“Está cá um frio do caralho!”

Brr!

Amor,

Acende-me tua fogueira,

Que eu sinto frio no….coração!

………….XXXXXXXX……………..

Autor:Silvino Taveira Machado Figueiredo

(o Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)

Gondomar

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Alpista para pássaros de boavista!

                                                                                            Parecem nabos,
                                                                                            mas não,
                                                                                            é semente d'alpista;
                                                                                            normal refeição
                                                                                            para pássaros de boavista!

É Natal em Portugal!

Natal, em Portugal


Pois

Que eu também fui menino

E em palhas deitado!

Também tive amor e carinho;

Também fui adorado!

Depois,

Na vida carreguei cruz

E após algum caminho andado

Apagaram-me a luz;

Fiquei desempregado,

Crucificado!

E me puseram um letreiro,

Que diz:

-“Aqui jaz, triste e abandonado,

Quem muito fez,

Mas agora nada faz!

Coitado!”

E sem emprego e sem dinheiro

Querem que seja feliz!



É Natal em Portugal,

Em cada ano uma vez,

Eu também sou Português!

Reina dinheiro, paz e amor

Entre governantes

E a fé entre ignorantes!

…………xxxxxxxxxx…………….

Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo

(o Figas de Saint Pierre de Lá-buraque)

Gondomar

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Micro Identidades!


MICRO IDENTIDADES!

A atual questão de redução do número de freguesias, agregando vários territórios numa só freguesia, mostra o paradoxo dos nossos políticos autarcas, que defendendo e beneficiando do desenvolvimento da sociedade defendem a manutenção duma estrutura administrativa territorial vinda do século XVIII!

Mouzinho da Silveira, numa das suas reformas, reduziu de oitocentos concelhos para o número atual de pouco mais de trezentos! Com essa reestruturação, muitas freguesias, herdeiras do modelo paroquial, tiveram que integrar outros concelhos! Claro que, à época, não havia participação do povo nestas questões. Como hoje, mas sob roupagem diferente, as mudanças são sempre impostas, vindas de cima, ou porque devido a lutas políticas internas ou impostas por terceiros, que é agora o caso da Troika a impor esta redução de freguesias, porque da nossa parte ficaria para as calendas gregas! Normalmente, o Povo, sempre menos esclarecido, sempre manobrado por políticos; quais pastores que querem preservar suas ovelhinhas no redil, não vá o inimigo tosquiar sua lã, vai na cantiga de quem invoca falsas e micro identidades territoriais!

No caso de Gondomar, com doze freguesias, que hoje são só quase apenas gestoras de espaços para mortos e não para circulação dos vivos, mendigando esmolas às Câmaras, exemplo clonado por centenas de municípios, rejeitou, por duas vezes, em Assembleia Municipal, a redução de freguesias. Nem uma menos sequer! Todas imprescindíveis! Por sua vez, os fregueses, de cada freguesia, (educados pelos mestres) clamam justificações de que a sua freguesia não tem nada a ver com a próxima, esta também não com outra e esta com aquela outra! São as tais micro identidades! Mas, afinal, se em Gondomar são todas diferentes, onde estão os Gondomarenses?! São povos diferentes em cada freguesia? De diferente cor? Com língua diferente?

A experiência histórica diz que os poderes e interesses instalados resistem às mudanças, por receio de perderem seus tachos, neste caso arengando sacrossantas micro identidades territoriais que, segundo eles, quais raças arianas, não podem ser miscigenadas com povos da vizinhança! Por este exemplo se vê a hercúlea tarefa da busca da união na Europa e da identidade europeia, pois cada um, estando no grupo, só pensa no seu interesse individual. Ou seja, através da participação no coletivo querem defesa-comum, mas ninguém quer ir para a tropa!

Portugal só foi grande no tempo dos Descobrimentos! Daí para cá só temos tido o gosto de ser pequeninos! Por mim, acabava com todas as freguesias nas grandes áreas metropolitanas, passando os edifícios a Lojas do Cidadão e as atuais Câmaras a desempenhar o papel de Juntas de Freguesia, subordinadas ao poder central duma só Câmara para toda a área metropolitana. Mas, isso, infelizmente, só acontecerá no tempo dos meus bisnetos, como várias Troikas pelo meio. Já agora, quando é que Gaia e Porto se juntam? De que é que estão à espera? Seria outra Budapeste. Eu sou por Porgaia.

………………xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx………………………..

Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo

Gondomar

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Fraquejar d'amor

Fraquejar d’amor!




Um coração forte

Só o é de facto

Se por outro tiver um fraco

E mostrar, de verdade,

Nas carícias e no carinho

Que, na realidade,

Por outro tem um fraquinho!

E se no seu modo de amar

Algo de frio transparecer

É só para disfarçar

O que muito quer aquecer!

Ele há muitos corações

Que no amor são tão loucos

Que em amorosas convulsões

Por outros morrem aos poucos!

Não há coração forte,

Que no amor, de facto,

Não tenha por outro um fraco!

…………xxxxxxxx…………..

Autor: Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque

Gondomar





domingo, 9 de dezembro de 2012

CONTA SUADA!

CONTA SUADA

Logo à entrada ela reparou e pensou:


-“Que chic!. Meus pais nunca me trouxeram aqui!”

Veio o empregado, que, solícito, os guiou por caminhos de bom ambiente, perfumado com música clássica das Bodas de Fígaro. Sentaram-se à mesa, coberta, com toalha de linho, louça fina, talheres de estilo, e a elegância dos copos de cristal da boémia, rodeando um belo arranjo floral! Ele pegou na carta do menu e dando-a a ela, disse:

-“Amor. Escolhe”

-“Não. Escolhe tu “-

-“Que tal uma santola?”

“-Pode ser”, (disse ela)

Tiveste bom gosto. Este restaurante é mesmo muito chique!

-“Tu mereces tudo”, disse ele

Depois, na mesa; no altar de sacrifícios, a santola cumpriu o seu destino de satisfazer humanos e sensuais desejos, esperando com a santola fazer catarse espiritual! Todavia, uma santola não foi suficiente, porque, de seguida uma lagosta teve o mesmo destino de viajar até ao âmago da satisfação, situado no pico da pirâmide do êxtase!

No meio do jantar, um ramo de flores foi oferecido ao som do violinista executando a Primavera, de Vivaldi

-“ Oferta da casa, disse o gerente, previamente, recomendado para que assim fosse dito.

-“Estás a gostar?”. Perguntou ele à namorada.

-“Uma delícia. És tão querido!” Meus pais nunca me trouxeram aqui, disse ela.

Ele calculava os ganhos promocionais, para os seus avanços na relação afim de preparar o casamento, tanto mais que ela era um bom partido, filha dum novo rico, emergente da corrupção vigente e certamente que algumas das sobras do seu riquíssimo eventual futuro sogro o aliviaria dos encargos no futuro, de que tanto precisava para levar uma vida com a máxima qualidade visto que o seu porte de D. Juan não bastava!

Além do mais, a namorada, ainda não tinha tido tempo de entrar na High-Society beneficiando da visibilidade de seu pai na área dos negócios públicos!

Ela nunca entrara naquele restaurante, mas, c’os diabos, alguma vez teria de ser, tanto mais que se aproximava o tempo de entrar em período de noivado proposto pelo namorado!

Ele, que também era a primeira vez que lá ia, de soslaio ia vendo que, em algumas mesas, a conta, depois de apresentada, era paga com cartões dourados! Aí, sentindo-se um pouco humilhado, lembrou-se que o seu cartão era somente de débito. Numa das mesas, reparou que alguém, após a conta ser longamente observada, chamou o gerente, que era também o proprietário. Porém, tudo ficou resolvido no meio das agradáveis notas da música clássica, que impregnava o ambiente zen.

Começou a ficar preocupado. Estava na altura da sobremesa. Que escolher?

Não evitou de olhar, mais pormenorizadamente, os preços. Chiça!

-“Eu estou cheio. Amor. Não me apetece mais nada. Só café. Mas tu, amor, diz-me o que queres para a sobremesa?”

Inevitavelmente, doce como ela era, sua namorada só podia escolher doçuras para alimentar sua ternura. Foi o que aconteceu com um reforço de doces “Barrigas de Freira”

Enquanto ela estava na fase final do repasto, eis que:

-“Vou ao quarto de banho” disse ele, enquanto se dirigia aos fundos. No regresso passou pela caixa

e pediu, receosamente, a conta.

Olhou. Não disse, mas pensou: Ui! Que tombo!”

O seu cartão de débito tinha saldo insuficiente!

Depois duma rápida conversa com o gerente, que não gostava de broncas no seu restaurante e estava preparado para todas as eventualidades, foi-lhe apresentado um papel para assinar; era uma declaração de dívida!

Dirigindo-se à mesa, acompanhado do gerente, lá estava a sua futura mulher, muito satisfeita.

Que ouvi u do gerente: -“Tive muita honra em ter mais, uma vez, o Sr. Albuquerque, no meu restaurante. Tanto mais que, agora, veio acompanhado duma linda senhora. Espero que venham cá muitas vezes”, disse, solícito, o gerente-proprietário, enquanto afastava, elegantemente, a cadeira da mesa, com todo estilo.

“-Com certeza. Gostei muito”

Ela não estranhou. Já estava a ficar habituada à etiqueta! Ele é que não.

Não sabia bem explicar, mas não se sentia com ânimo para executar o que tinha pensado, como final apoteótico daquela noite romântica.

Já em casa, sentiu um ligeiro suor na testa, que atribui à lagosta suada, que tinha comido,

Mas, tal suor perdurou até quando veio o carteiro e lhe entregou uma carta, com registo de recepção.

Era a primeira prestação por conta da conta!

Aquela lagosta seria, realmente, muito suada, ...em prestações!

Enfim. Cenas dum D.Juan com jeito para amores, mas para contas não, embora fosse um técnico das Finanças, que já tinha topado os negócios do futuro sogro. Pensava que o teria na mão! A verdade, é que a corrupção exige sempre uma sociedade, neste caso seria alargada, para permitir muita lagosta suada!.......................xxxx------------Autor:Silvino Taveira Machado Figueiredo-Gondomar

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

UM ENORME AUMENTO DE PRISÕES SOCIAIS

UM ENORME AUMENTO DE PRISÕES SOCIAIS!




A notícia de reclusos que não querem abandonar as cadeias no final das suas penas, invocando que não têm para onde ir, que não têm possibilidades de arranjarem emprego nem podem recorrer a ajudas familiares, (famílias cada vez há menos!) demonstra bem o nível de gravidade da crise social, ao ponto dum ser humano rejeitar a liberdade a troco de mesa, cama, roupa lavada e recreio em segurança!

Passe a minha ironia, infelizmente não tarda que, devido ao galopante aumento de desemprego, que a montante gera todo o enfraquecimento do tecido social a jusante, que milhões de portugueses fiquem em casa, feitas prisões-sociais, sem dinheiro para as normais refeições nem meios para se deslocarem!

Restará ao Estado, pai social nesta emergência, dar abrigo e alimento a quem está preso em sua casa contra sua vontade. Assim, como o Estado protege quem cometeu crimes, permitindo a permanência nas cadeias, grátis, com tudo incluído, deve dar o mesmo tratamento a quem não cometeu qualquer crime de sangue, económico ou fiscal, mas apenas foi vítima dos “mágicos” de milagres económicos virtuais, desmentidos pela dura realidade, devido às recessões e corrupções imputadas a irresponsáveis que ainda não estão a pão- e- água nas prisões!

O Povo, esse, qual borboleta, atraída pela luz do “desenvolvimento”, abandonou terras inteiras de pequenas vilas e aldeias, mas agora foi apanhado nas armadilhas de apartamentos e “casas-prisões sociais”! Quase impedidos, contra vontade, de saírem de casa, por falta de meios económicos e financeiros de toda a ordem!

O Banco Alimentar e outras instituições de solidariedade social, têm sido, até agora, almofadas e amortecedoras das dificuldades de milhares de portugueses, mas o seu número progride para milhões de portugueses, e em breve Portugal dará uma imagem duma grande “prisão-social”, com o Estado Português, enquanto não cria desenvolvimento económico gerador de emprego, a fornecer as sopas dos pobres ao domicílio! Ou será, desta vez, que os ricos pagarão a crise, para evitar o regresso ao tempo duma sardinha para três?!

Será que teremos um Governo a pão e água e não todo espampanante, mas degradante, espetáculo de os vermos a passear, por aí, em brutas máquinas, comendo ricos almoços em faustosos banquetes!

Portugal está cada vez menos país, menos português, cada vez mais aldeia, mais sardinha para três!

………………..xxxxxxxxxxxxx…………………

Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo –Gondomar-

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

As estrelas aquecem!




As estrelas aquecem!



Pai Natal;

Presente celestial

Procurado por todo o lado!

...

Dezembro chegado

E eis-nos, todos,

A procura-lo por todo o lado;

Na luz das estrelas,

Na mansidão das brisas,

Nas ternuras trocadas

E nos afagos dados,

Nos desejos de beijos,

Nos apertos de mãos,

Na união de corações

E na paz entre povos!



Sim,

No Natal todos te procuramos!



Em dezembro vemos-te chegar,

Mas olha ao que chegamos:

Nestes tempos de crise

Deixam-te dependurado, nas varandas,

Nas janelas, nas chaminés,

Mas não te deixam entrar!

Não aqueces os pés!



Rapas cá um frio!

Será por causa do Gaspar?



Será por não trazeres o subsídio?!



Ainda bem

Que sabes usar as estrelas para aquecer!

Nós estamos a aprender!



Quem sabe,

Se para o ano te deixamos entrar

Para nos aqueceres!?

É que estamos,

Também a ficar gelados,

Sem estrelas para nos aquecer!



Pai Natal,

Quando chegares,

Deixamos-te entrar,

Nem precisas de bater!

....XXXX...

Autor:

Silvino Taveira Machado Figueiredo

Gondomar

x


quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A biografia do Major




A BIOGRAFIA DO MAJOR



PARA UM POVO IGNORANTE













Para os meus amigos que andam lá fora a lutar pela vida como eu, aqui fica um pouco da vida real em Portugal...











A biografia do Major



Valentim dos Santos de Loureiro (Calde, 24 de Dezembro de 1938), empresário, político e dirigente desportivo português.

Frequentou o curso de Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, sem o terminar. Juntou-se ao exército sobre o regime salazarista e, anos depois, foi julgado e condenado em tribunal militar por andar a vender munições ao PAIGC que, alegadamente, matava os nossos soldados na Guiné. Foi também condenado por roubar as rações do exército para lucro próprio (ficando posteriormente conhecido por muitos como o "Capitão Batatas" ). Isto porque estava no aprovisionamento militar e desviava géneros e bens alimentares para vender por fora.

Foi expulso, com desonra, do exército.

Foi, depois do 25 de Abril, readmitido e promovido a Major pelo Conselho da Revolução.

Desviou, alegadamente, 40.000 contos do BCP com uma transacção com um cheque em dólares americanos sobre um banco que não existia.

Como cônsul "honorário" da Guiné-Bissau usou esse título para, alegadamente, falsificar certidões de nascimento de jogadores e potenciais jogadores de futebol, que comprou e vendeu numa tipologia de negócio pouco digna.

Distinguiu-se como dirigente desportivo, tendo sido presidente do Boavista F.C. entre 1972 e 1995 e presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) até Agosto de 2006. Actualmente (2008), é presidente da Assembleia Geral da mesma instituição.

Na política, foi militante do Partido Social-Democrata, tendo sido presidente da Comissão Política Distrital do PSD/Porto. Assumiu um papel activo quando em 1993 aceitou ser candidato à Presidência da Câmara Municipal de Gondomar, vencendo as eleições desse ano, e as de 1997 e 2001. Após ser desfiliado do PSD por ser acusado de práticas ilícitas enquanto autarca, venceu novamente as eleições de 2005, com a lista independente «Gondomar no Coração», que alcançou 57,5% dos votos.

Foi ainda Presidente da Junta Metropolitana do Porto, entre 2001 e 2005 e Presidente do Conselho de Administração da Empresa Metro do Porto, S.A.

Em Julho de 2008 foi sentenciado a 3 anos de prisão suspensa, no âmbito do processo judicial conhecido como Apito Dourado.

Foi recentemente condecorado com a Grã Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, por

Cavaco Silva, por motivos referentes aos seus "serviços relevantes a Portugal, no país e no estrangeiro, pelos serviços de expansão da cultura portuguesa, sua história e seus valores". Um gesto inaceitável da parte de alguns, tendo em conta o historial negro do indivíduo.

Pelos Portugueses é considerado uma Vergonha Nacional, mas infelizmente pela classe política é um herói em virtude de pertencer à corja de políticos que temos. Isto nada abona a favor do nosso país e mostra que somos um povo passivo que nada faz para o seu próprio bem futuro.

"Há um século, no mínimo, era a forca..."PARA O CONDECORADO E PARA O CONDECORADOR"



































































































E é assim a Politica Portuguesa, se for politico é tudo legal. Até quando temos de aguentar isto?










































































A BIOGRAFIA DO MAJOR



PARA UM POVO IGNORANTE
Para os meus amigos que andam lá fora a lutar pela vida como eu, aqui fica um pouco da vida real em Portugal...


A biografia do Major

Valentim dos Santos de Loureiro (Calde, 24 de Dezembro de 1938), empresário, político e dirigente desportivo português.

Frequentou o curso de Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, sem o terminar. Juntou-se ao exército sobre o regime salazarista e, anos depois, foi julgado e condenado em tribunal militar por andar a vender munições ao PAIGC que, alegadamente, matava os nossos soldados na Guiné. Foi também condenado por roubar as rações do exército para lucro próprio (ficando posteriormente conhecido por muitos como o "Capitão Batatas" ). Isto porque estava no aprovisionamento militar e desviava géneros e bens alimentares para vender por fora.

Foi expulso, com desonra, do exército.

Foi, depois do 25 de Abril, readmitido e promovido a Major pelo Conselho da Revolução.

Desviou, alegadamente, 40.000 contos do BCP com uma transacção com um cheque em dólares americanos sobre um banco que não existia.

Como cônsul "honorário" da Guiné-Bissau usou esse título para, alegadamente, falsificar certidões de nascimento de jogadores e potenciais jogadores de futebol, que comprou e vendeu numa tipologia de negócio pouco digna.

Distinguiu-se como dirigente desportivo, tendo sido presidente do Boavista F.C. entre 1972 e 1995 e presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) até Agosto de 2006. Actualmente (2008), é presidente da Assembleia Geral da mesma instituição.

Na política, foi militante do Partido Social-Democrata, tendo sido presidente da Comissão Política Distrital do PSD/Porto. Assumiu um papel activo quando em 1993 aceitou ser candidato à Presidência da Câmara Municipal de Gondomar, vencendo as eleições desse ano, e as de 1997 e 2001. Após ser desfiliado do PSD por ser acusado de práticas ilícitas enquanto autarca, venceu novamente as eleições de 2005, com a lista independente «Gondomar no Coração», que alcançou 57,5% dos votos.

Foi ainda Presidente da Junta Metropolitana do Porto, entre 2001 e 2005 e Presidente do Conselho de Administração da Empresa Metro do Porto, S.A.

Em Julho de 2008 foi sentenciado a 3 anos de prisão suspensa, no âmbito do processo judicial conhecido como Apito Dourado.

Foi recentemente condecorado com a Grã Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, por

Cavaco Silva, por motivos referentes aos seus "serviços relevantes a Portugal, no país e no estrangeiro, pelos serviços de expansão da cultura portuguesa, sua história e seus valores". Um gesto inaceitável da parte de alguns, tendo em conta o historial negro do indivíduo.

Pelos Portugueses é considerado uma Vergonha Nacional, mas infelizmente pela classe política é um herói em virtude de pertencer à corja de políticos que temos. Isto nada abona a favor do nosso país e mostra que somos um povo passivo que nada faz para o seu próprio bem futuro.

"Há um século, no mínimo, era a forca..."PARA O CONDECORADO E PARA O CONDECORADOR"


E é assim a Politica Portuguesa, se for politico é tudo legal. Até quando temos de aguentar isto?"



























































































































sábado, 17 de novembro de 2012

Loureiro bonsai gondomrense!


LOUREIRO BONSAI GONDOMARENSE

Loureiro a caminho de se tornar um bonsai.

Um meu amigo veio visitar-me. Um Gondomarense, que vivia perto da Câmara e que tinha um loureiro, que há muito lhe dava preocupações! No seu quintal, que não era muito grande, o loureiro tinha vindo a crescer, a crescer e, embora no início até dele gostasse, rapidamente a sua sombra impedia que ervas aromáticas se desenvolvessem! Apenas ervas daninhas cresciam à sua volta! Pediu-me conselhos, porque, dizia ele, eu percebia da poda!

Eu não. Eu percebo tanto como tu. De vez em quando, apenas dou umas tesouradas nas oliveiras e nos loureiros que tenho, e quando ganham filhotes, que fazem muita sombra ao redor, volto a tesourar. Disse eu.

Mas, vendo que meu amigo, realmente, precisava de ajuda, e como não tinha jeito para a poda, eu, como conheço alguém no tribunal, que é jardineiro nas horas vagas e nos fins-de-semana, dei-lhe o contato. Passados uns tempos, novamente meu amigo fez-me uma visita e disse que o técnico do tribunal era muito competente e que tem vindo a tosquiar o loureiro. Não tarda, diz ele, que segundo técnica de poda adequada fique um lindo loureiro, mas muito mais pequeno, mesmo pequenino; tipo bonsai, que depois será retirado do quintal e ficará num vaso, como planta ornamental de interiores! Mostrou-me a foto do andamento da poda. –“Ainda está muito grande!”, Disse eu

-“Sim, mas o jardineiro do tribunal disse-me que lá para o ano já estaria pequenino e logo que ficasse um bonsai podia ficar dentro de casa.”

-“Ah. Vais ver que vai durar muitos anos dentro de casa. Além disso, ainda podes oferecer umas folhinhas para aromatizar pratos gastronómicos, muito apreciados por gente da alta; políticos, malta da justiça, do governo, etc. Pessoal que paga bem. Sabes como é; depois mandam as contas para os off-shores. Um raminho de loureiro ou de oliveira faz sempre jeito em casa! Rematei eu. Logo que acabei de falar em políticos, meu amigo desatou a chorar, chamando-lhes nomes feios!

Vá lá. Não chores. Disse eu, continuando: São uns inocentes. O Povo é que não os compreende!

Eles fazem tudo pelo e para o bem do Povo. Disse eu.

Continua a podar o teu loureiro. Quando ficar um bonsai, talvez fiques famoso por teres o primeiro loureiro bonsai gondomarense, em casa, reformado do quintal!

…………………xxxxxxxxxxxxxxxxxx……………..

Autor desta poda: Silvino Taveira Machado Figueiredo

Gondomar

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Ter filhos é dar sinais exteriores de riqueza!

Filhos; sinais exteriores de riqueza!


O Homem, dito ser gregário, tende na sua evolução a ser solitário e caminhar para a sua extinção.

Um homem, quando em grupo, tende nele a desenvolver o seu egoísmo individual e a separar-se do coletivo!

Da terra, que tudo dava, onde trabalhava e dela se alimentava passou para a ambição de ter máquinas para tudo, para a em tudo aumentar a produção!

Pouco a pouco, braços humanos foram sendo dispensados, porque as máquinas os substituem e tudo fazem! Empresas, de reestruturação em reestruturação, com mais máquinas e menos braços aumentam a produção, mas, no mundo desenvolvido, provocam diminuição da população! Depois, surgem os gritos de socorro dos governantes, do “aqui d’el rei” que lá se vai a nossa grei!

Em Portugal até o Presidente da República, e não só, anda preocupado pela fraca produção da natalidade. Todavia, se antes braços humanos eram precisos para trabalhar a terra, agora sobram para trabalharem em fábricas que os dispensam por falta de trabalho. É com este receio do futuro que homens e mulheres, não abdicando de ter relações sexuais, evitam ser pais, porque os filhos já não são investimento, mas sim só sarilhos e despesas a mais, até muito tarde, sem que se vislumbre garantias sociais de retorno! Os empresários tendem a ver em cada pessoa apenas um número, confundindo homens e mulheres com simples máquinas de produção para obtenção do máximo lucro e sem grandes preocupações sociais, só as tendo quando por lei obrigando, mas nem sempre cumprindo. A do aumento da natalidade não é com eles! Só querem consumidores! Só se preocupam em aumentar as vendas, procurando novos mercados, mas, ponto central deste meu artigo, pergunto quem é que se preocupa com a produção de novas gerações de futuros consumidores! Será que um dia as máquinas vão ter barrigas e estômagos para comer em e vestirem têxteis, de acordo com a moda? Será que vão ter sexo e terem relações sexuais? Usarão a pilula e o preservativo?

Em Portugal, ou na Europa, quais as políticas sociais que garantam, senão o aumento da população a estabilidade do número atual dos habitantes?

Por um lado queixam-se da baixa natalidade, mas por outro fazem campanhas agressivas para o uso do preservativo e da pílula, e aconselham a programar a conceção dos filhos, como se cada casal fosse uma empresa, com seu plano de atividades e respetivo orçamento!

Nos tempos atuais, alguém espera que um casal tenha, em média, já não digo três, para aumentar a natalidade, mas dois filhos? O que se constata é a tendência dum só filho por casal ou até nenhum! Como tal, Portugal, verá o número de portugueses a diminuir, progressivo, mas drasticamente! Não é só Portugal, mas sim toda a Europa a sofrer as consequências da emergência económica da China, a “fábrica do Mundo”, que abastecerá o Mundo do que precisa!

Se aqui os enfermeiros queixam-se de só ganhar 5 euros hora, na China ganham 6 euros dia! Assim, as perspetivas são negras, porque um bilião e trezentos milhões de Chineses, apesar da política de natalidade ser de só uma criança por casal, há milhões que serão explorados durante muitos anos, para desgraça dos europeus, e de todo Ocidente desenvolvido, cada vez menos competitivo! De quem é a culpa? Lembram-se da batalha entre o 7º de Cavalaria americana, que foi derrotado pelos índios na célebre batalha de Little Big Horn? Pois é: Os soldados, comandados pelo Coronel Custer, ficaram muito admirados por, naquela ocasião, em vez de depararem com índios apenas munidos dos seus cavalos, de suas lanças arcos e flechas, verem que tinham carabinas Winchester e Sharp, mais modernas do que as usadas pelos soldados do 7º! Foi uma carnificina. Os brancos foram derrotados. Morreram todos! Do Coronel Custer só sobrou seu cavalo; o Comanche!

Não resisto a transcrever parte da batalha; “Alguns dos índios estavam armados com as recentes espingardas Winchester e Sharp, enquanto as forças militares usavam carabinas mais antigas.” Pergunto eu: Quem deu ou vendeu as armas aos índios? Foram os brancos, negociadores de ouro o de peles! Não tiveram prurido algum em que elas serviriam para matar irmãos da sua raça! Atualmente, a crise é devido à transferência das fábricas e tecnologias ocidentais para Oriente, agora, quais armas de preços mais baixos, põem o Ocidente de rastos! Isto ainda é só o início da batalha! O Ocidente, como já puco vende e pouco produz, e o que precisa vem tudo do Oriente, a quem alguém vendeu tecnologias para “foder” o Ocidente!

Agora, a cada Alemão, Inglês, Francês ou Português e outros povos vários só resta ter vida ao nível do Chinês. Na China a lei obriga só permite um filho por casal, mas aqui, em Portugal, voluntariamente, os casais não querem fazer gente! Ter filhos é dar sinais exteriores de riqueza!

Os casais têm medo que cada filho que nasça vá logo para o desemprego, além de já nascer “caloteiro”, com uma dívida externa de trinta mil euros à cabeça! Reforço que ter filhos é dar sinais exteriores de riqueza! O Homem tende a viver só, cada vez com menos companhia, e o tal mundo desenvolvido tende a ser governado por robôs! O Homem, cada vez mais, rodeado de robôs, será, enfim, feliz!

Se ainda tiver mulher, esta também será: “aquela máquina!”!

O único ponto positivo que vejo, é a Natureza ver-se livre da poluição humana e talvez os mares, os rios e os ares voltem a ser, naturalmente, puros! Sem máquinas!

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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo

Gondomar

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Declaração de voto contra o socialismo segundo "São Marcos"




DECLARAÇÃO DE VOTO CONTRA O SOCIALISMO SEGUNDO “SÃO MARCOS”.



O Marco Martins, não tem culpa alguma! Culpa tem os responsáveis do Partido Socialista que o escolheram.

Nada eu tenho de pessoal contra o candidato proposto pelo PS à Presidência da Câmara de Gondomar, mas sim ao seu comportamento político, que não se adequa à desejada unidade do território e povo Gondomarense.

Cada pessoa é o que é, com suas características próprias, mas quando inserida no coletivo dum Partido, que tem um Ideal, neste caso o do Socialismo, tem que defender o ideal coletivo, não o contrário. Ora, Marco Martins, já me deu motivos de egoísmo democrático.

Pouco tempo, após o início do seu mandato, li eu, na altura no jornal “Progresso de Gondomar”, os seus protestos contra o fraco retorno, previsto no Orçamento da Câmara, da receita que a sua freguesia gerava para a Câmara. Para ele, para o seu “socialismo”, depreendi eu, receita gerada pela sua freguesia a ela teria de ser retornada, em forma de investimentos! Fica-lhe bem defender os interesses da sua freguesia, mas um socialista deve compreender o valor da solidariedade e abdicar de egoísmo uni direcional do “Venha a nós”, esquecendo os outros. Com este socialismo ou solidariedade Portugal nunca teria beneficiado da Europa e seus dinheiros, a fundo perdido, para o seu desenvolvimento. Nalguns casos em 70% dos custos das infraestruturas. Tem de pensar que, um Presidente concelhio, ao elaborar um orçamento, não pode, do bolo das receitas das partes que as geram a elas estornar investimentos do mesmo valor, mas sim, tirando a quem mais tem para desenvolver freguesias que mais precisam! Ou não será isto socialismo? Se um presidente de junta deve preocupar-se com o desenvolvimento de todos os lugares da sua freguesia, um presidente de câmara deve preocupar-se com o desenvolvimento de todas. Neste casp, o Major não foi um bom exemplo, pois que demorou quase vinte anos a dotar uma freguesia; a de S. Pedro da Cova, com um edifício sede de freguesia. Uma gritante falta de sentido de Estado. O que agora acontece é que o edifício está pronto e Major vai embora,quando a freguesia parece que vai perder identidade própria, porque a outras será agregada!

Como é que o PS escolheu um militante: Marco Martins, com características divisionistas?! Nessas leituras, no “Progresso de Gondomar” li o seu brandir de “Rio-Tinto a Concelho”, mas, isso agora está fora de questão. Está mais, até como defendo, para haver só uma unidade administrativa da Grande Área do Porto e, como as freguesias, Gondomar talvez tenha de ser agregado. Que unidade gondomarense pode projetar um candidato de tendência secessionista?! Está arrependido? Eu perdoo, mas não esqueço. Por isso, não acho conveniente a sua escolha, pelo P.S., mas eu não nem político nem analista. Apenas emito a minha opinião, que tento fundamentar

Pode ser do interesse do Partido Socialista, mas não do interesse de Gondomar, com certeza. Pode o P.S. ter analisado que, tendo o Marco Martins características reivindicativas, acho bem que tenha, concite o apoio do eleitorado rio-tintense, o maior do concelho. Por causa desta escolha o meu voto não vai para o P.S, pois o seu ”socialismo” é bom a defender os interesses duma freguesia, mas, quanto a mim, não para defender e homogeneizar o desenvolvimento de todo o território concelhio. Se for eleito, não tenho dúvidas de que, como gratidão, encarreirará o grosso do capital disponível concelhio para investimentos para Rio-Tinto e  Baguim, para ser reeleito.

Como eu não quero ouvir pregar o socialismo, segundo S. Marcos, o meu voto irá para outro candidato. Qual? Quem sabe se para o Dr. António Macedo, se ele avançar. Não é voto para o P.S.D.

Mas, claro que o meu voto independente tem um preço: tirar D. Miguel das ruas de Gondomar, dar um arruamento ao Clube Gondomarense e criar um Museu da Filigrana ou da Ourivesaria Gondomarense. A não ser o Dr. Ricardo Bexiga o Dr. Macedo merece a minha ponderação! Quanto ao candidato do P.S, de quem o líder distrital; José Luís Carneiro, de Baião, disse ser pessoa em quem se podia confiar, eu digo que não. Eu desconfio. Como é que se pode confiar num divisionista’ Onde a prova de ter abjurado?

Sou como S. Tomé, e como já vi o tipo de socialista que é o Marcos Martins, então, socialismo segundo “São Marcos”, não.

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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo

Gondomar

A força dum foda-se!

A força dum foda-se!


Sobre o cinzento do pavimento, ao longe, em rota de colisão com este observador, vinha uma jovem, aí duns quinze anos, qual estrela, de quem não era difícil adivinhar rodeada de muitos satélites! Dos seus mini calções, salpicados de pontos luzentes, sobressaíam coxas carnívoras e bem torneadas! Uma blusa, também com dourados, justinha, delimitava bem a base de dois montes Everestes, cujos cumes, alcançados dariam glória a qualquer alpinista. Bem maquilhada, entre seus lábios sumarentos via-se o brilho dum prateado aparelho corretor dentário! Seu farto cabelo, qual deusa romana, esvoaçava a cada menear do seu andar! Falava para um rapaz, que ia a seu lado, mais ou menos da sua idade, com um gorro cinzento escuro, enfiado até às orelhas, que o fazia parecer um membro dum gangue assaltador de bancos! Tenho dificuldade em descrever suas calças, porque ou eram muito descidas e largas ou não tinha pernas nem cu para as encher! Quando nos cruzámos, como réplica a qualquer coisa que o rapaz lhe tinha dito, ouvi, daquela formosa boca, um rústico foda-se. Assim mesmo! Bem alto! Sem constrangimento! Naquela rapariga, moderna, bem vestida, brilhou a rusticidade da secular pérola do foda-se! Aqui está um bom exemplo da manutenção das seculares! Qual mundo civilizado, qual carapuça! Aliás, o mundo, continua cada vez mais “fodido”, embora digam que mais civilizadamente!

Todavia, aquela rapariga moderna, após séculos de civilização, demonstrou, quando necessário, usar a força do foda-se! Usou-a com força! Com convicção! O par seguiu seu caminho. Fiquei a pensar na energia daquela rapariga. Afinal o mundo pode estar “fodido”, mas não está perdido! Aquela rapariga é um cofre da tradição de força regeneradora da humanidade!

Olhei para trás. Pareceu-me ver que as calças do rapaz estavam mais descidas e que os calções da rapariga eram mais curtos! Para onde iria e o que iriam fazer?

Depois, continuei a pensar no problema da baixa natalidade em Portugal!
Talvez aquele foda-se seja uma das soluções!

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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo

Gondomar

domingo, 4 de novembro de 2012

Alpinistas judiciais!




“Alpinistas” judiciais!

Ao ler a notícia, no JN, de hoje, que o Major, mais uma vez vai recorrer sobre a execução da pena da perda do mandato “que neste momento exercer”, dei comigo a pensar que em nos Palácios da Justiça, os pobres (sem ofensa) são “bobos” da corte enquanto os “nobres” se passeiam, em ricos trajes, empinando narizes e cobertos de brilhantes recursos judiciais, perante as majestades dos Juízes!

Em roda de amigos, costumo dizer que a Justiça é igual para todos, mas é como uma escada com muitos degraus, onde só sobe quem pode e donde se cai ileso ou ferido!

Outra analogia é a Justiça ser como uma alta montanha, a cujo alto cume só bons “alpinistas”, com dinheiro para sofisticados materiais, dos Alpes suíços, conseguem chegar! Os casos de Isaltino Morais e Valentim Loureiro, que foram pronunciados, julgados e condenados, mas nem um foi para a cadeia nem outro perdeu o mandato, são exemplo destes “alpinistas”, peritos em recursos para subirem degraus até ao cimo da escada ou cume da montanha judicial! A cada condenação respondem com mais uma apelação! Sobem mais uns degraus e Advogados e Estado agradecem, pelos honorários e custas que recebem!

Já é tempo da Troika, a exemplo de mandar cortar em tudo, também exigir cortes nos recursos judiciais! A Justiça quer-se célere enão um interminável espetáculo circense de acrobatas e palhaços, em números bufos, perante Juízes, que deviam ter mais juízo!

Estes “alpinistas”, já têm idade para terem juízo, porém, quanto mais velhos mais refinados na teimosia! Deram-lhes o brinquedo do Poder, agora não o querem largar! São uns egoístas! Só de rastos é que largam o brinquedo Mando! Os pobres, esses, na sua maioria, quando vão a Tribunal ficam-se logo pelo degrau da primeira instância!

Para quando a diminuição dos recursos disponíveis? Ou é só cortar nas Freguesias, Câmaras, Empresas Municipais, Institutos Públicos, na Educação, na Saúde, nas Fundações, mas na Justiça não se corta nos infindáveis recursos judiciais?!

Para já corte-se a designação de Palácios de Justiça para darem lugar à denominação de Lugares de Justiça, porque Palácios são para palacianos, não para Povo, enquanto Lugar de Justiça é mais abrangente.

Já agora, que os Juízes deixem, neste mundo, dito moderno, de vestirem como na Idade Média. Não me venham com a treta da manutenção da tradição, porque na Idade Média a justiça era muito mais rápida, quase sem recursos! Então, porque não cumprem a tradição de julgar rápido, sem muitas delongas e sem Sindicatos nem Ordens!

Autor: Silvino Figueiredo

Soletas Voadoras!

Soletas Voadoras!


No descanso do almoço, sopa, pão e pouco mais, quatro trabalhadores em trajes andrajosos; (normais “fatos de trabalho” na década de 40 do século XX) jogavam à malha, na modalidade do 28 pontos, (alternativa à do 31) que consistia em derrubar o meco escondido atrás dum cepo!

Metediço como era, hoje mais calmo, eu perturbava-lhes o jogo com as minhas diabruras de menino de oito anos. Vai daí, um dos jogadores, suspendeu o arremesso da malha de ferro, alçou sua perna direita e num movimento rápido a soleta saiu-lhe do seu pé, e após um voo de dez metros acertou no meridiano capilar do meu crânio, abrindo-me um grande lanho, que mais parecia o Canal de Suez aberto à navegação! Não havendo, no tempo, as facilidades de se recorrer às urgências dos hospitais como hoje as há, lá foi este menino, de soletas nos pés em rap rap rap, quase dois quilómetros, até à Farmácia Cardoso, no Souto, onde o boticário, além de fotógrafo era também “cirurgião geral” e que sem qualquer radiografia, à época não havia, a olho fechou -me o canal com seis pontos de linha norte! Após a cirurgia fiquei surpreendido com a impossibilidade de falar, pois ao tentar abrir a boca, a amplitude do movimento tinha comunicação com a central craniana, que emitia mensagem dolorosa para estar calado. Foi assim uns dias, durante os quais beneficiei da isenção de respostas às perguntas do professor sobre matérias dadas!

Hoje, nestes tempos de crise, chego a temer o regresso das soletas voadoras, pois que sendo simples palmilhas de madeira, com uma simples tira de couro, tipo modernas havaianas, eram terríveis armas. Por vezes, os rapazes treinavam a ver quem lançava as soletas dos pés à velocidade do som contra o alvo! As coisas estão pretas, o povo antes de andar de pé rapado ainda tem o recurso às soletas, porém, o pessoal pode treinar em lançar  soletas contra qualquer gaspar que nos ande a atacar! As malhas são mais pesadas!

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Autor: Silvino Figueiredo

Gondomar

Mulher sai caro

MULHER SAI CARO!


Jovem, negro oriundo de S. Tomé, Inteligente, veio para o Porto frequentar o curso de medicina.

Se fosse angolano e filho de famílias diamantíferas ou petrolíferas talvez não tivesse dificuldades financeiras para tirar o curso, (até, quem sabe, com algumas facilidades de permuta?) mas como em S. Tomé as safras de cacau nem sempre são das melhores o jovem estudante, já no segundo ano, dele sentia falta, ao ponto de quase não ter cacau para comer, para pagar renda e propinas em atraso. Seu curso perigava! Desesperado, foi ter com o Abade da sua paróquia e expôs-lhe a sua desesperada situação, tanto mais que seu pai tinha falecido e apoios institucionais pátrios tardavam ou eram inexistentes.

Para trás estava, há séculos, no tempo dos descobrimentos, para efeito a utilização dos escravos, a discussão teológica se os negros eram ou não possuídos de alma! Para uns sim, para outros não, porém, aos olhos do bondoso Abade, o jovem negro era uma boa alma e merecia ser ajudado a acabar o curso.

-“ Quem sabe se ele não será um bom missionário no exercício da medicina na sua pátria, alargando o “mercado” espiritual para a Igreja?” -pensou o Abade com seus botões.”

O senhor Abade apresentou a situação do jovem aos seus paroquianos e logo surgiu um movimento de solidariedade em volta do futuro médico. Alguém logo lhe arranjou uma boa casa por cem euros mensais de renda, para onde se mudou, deixando de pagar cento e setenta onde antes estava. Depois, ofereceram-lhe sofás, eletrodomésticos, mesas, cadeiras, produtos de limpeza ( fazia questão de dizer que a limpeza fazia ele) Um grupo, de bondosas almas, pagou-lhe as propinas em atraso e prometeu estar atento a futuras necessidades. O rapaz estava cheio de sorte. Caíra no goto da Freguesia. Com o decorrer do tempo, e com a familiaridade já adquirida, alguém lhe sugeriu que arranjasse uma mulher.

Aqui, o jovem negro mostrou já ter adquirido bons conhecimentos científicos, exclamando:

-“Não. Mulher sai caro.”

Não se sabe se alguém lhe ofereceu mulher de borla ou se ele recorre a alguma empresa de relax, em nome individual, das muitas que aparecem publicitadas na imprensa, para aliviar sua tensão sexual!”

O Abade, ao saber disto, ficou preocupado, pois exemplos desta natureza ponham em causa a doutrina do: “ Crescei e multiplicai-vos”.

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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo

Gondomar

domingo, 28 de outubro de 2012

Poema casto

Poema casto




Baixo os olhos

porque ninguém me liga!

Leem-me,

erguem a voz,

mas agridem o silêncio da minha profundidade;

a leitura é só boia que os mantêm à superfície,

mas não me entendem!



Não quero ribombar na abóboda da indiferença.



Sim,

quando me leem o leitor só em si pensa

e fica satisfeito com palmas,

com muitas palmas,

mas eu,

eu sou um poema casto,

só quero alegrar as almas.



Prefiro ser lido …e entendido em

………recato,

e se não me erguerem

não me deitem ao chão,

não me ponham de rasto.


Eu sou um poema casto.

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Autor: Silvino Figueiredo

Gondomar

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Bronca celestial!



Que bronca!

Nem S. Pedro e todos os anjos da guarda chegaram para atender tantos casos de carne mal ressuscitada!

No dia da ressurreição, um homem, de bom coração, foi atacado por um outro, seu santo...irmão!

Exigia que lhe devolvesse o coração que no seu irmão estava transplantado!

Afinal, Deus quem iria premiar as boas ações feitas na Terra? Ao primitivo dono do coração, que era um bom cristão ou ao transplantado, que era ateu declarado e que dele tinha beneficiado, depois de ter retirado o mau coração que tinha?

O primeiro dono do coração apenas queria a execução dum costume terrestre:

”Quem do alheio veste na praça o despe.

Outro ressuscitado, mas sem um fígado, queria-o de volta. Sem ele, mal se aguetava de pé!

Havia quem reclamasse das placas de dentes que tinham ficado na terra! Mulheres, desiliconadas, queriam o silicone ausente das mamas, que lhes tinham custado uma fortuna e não estavam dispostas a andarem ali, com os pingentes mamários, perfurando as nuvens até tocarem os cumes do Evereste! A ser assim, mais valia não terem ressuscitado. Protestavam!

Jovens queriam reaver o poder perdido da ereção. Reformados exigiam saber dos valores das reformas e dos descontos para assim poderem planear excursões da Inatel Celestial!

Desempregados queriam saber do rendimento mínimo e onde ficavam os Centros de Emprego

Grande era a confusão! Dma voz, em off, se ouviu: -“Com o dinheiro que o Vaticano gastou o Céu está falido!”

Alguém foi chamar Deus Pai, que estava no seu descanso eterno, e lá veio ele, pesaroso, barbudo, (nunca foi ao barbeiro!) e cofiando a barba tentou acalmar as almas, mas passado apenas um átimo temporal logo chamou seu dileto filho Cristo (nascido dum truque mágico divino) e disparou:

-“Olha lá meu filho, que é que andaste a pregar? Vê o que está a acontecer! Tanta alma a ressuscitar diferente da minha imagem! Há para aí até troca de sexos, e o mais esquisito é haver transplantes do dito.”

Cristo, aflito, respondeu:-“Mas, meu Pai, Senhor meu, ensinei-os a conformarem-se com a Vossa vontade, mas depressa começaram a mudar cursos de rios, a fazerem barragens, derrubarem florestas, a poluirem o ar. Com a sua ação a Terra muito aquece. Desculpa Pai. Os homens fartam-se de invocar a vontade de Deus; a Tua, mas cada um faz o que lhe apetece! Aliás, fartei-me de pregar que Deus há só um, mas, afinal, cada um continua a ter o Seu!

Não atenderam aos meus ensinamentos. Modificaram seus corpos com próteses de todo o género; placas dentárias, silicone nas mamas, reposições de virgindade com novo híméns, olhos de vidro, transplantes de corações, de fígados, e até, imaginai, Senhor meu Deus Pai, aquilo que Vós não precisastes para me fazer! Foi só pela palavra, não foi?!

-“Cala-te”. Deus interrompeu-o bruscamente!

Então, o Pai Eterno, que não estava para se chatear, reganhou sua omnipotente calma e fez um transplante geral nas almas protestantes e mandou-as (salvo raras excepções) para o Inferno!

O Diabo, bem protestou devido ao aumento do trabalho,disse que tal não estava no protocolo! Além do mais, alegava ele, tinha de gastar mais eletricidade da EDP e nem sequer beneficiava da tarifa bi-horária!

-“Trabalha malandro. Fui eu que criei o mundo, a ti e ao Inferno, para nele trabalhares e me prestares bons serviços, senão, rua. Solto-te entre os portugueses descontentes. De qualquer modo, vou pôr a gestão do mundo em piloto automático e tudo que não estiver nos conformes, devido às tuas tentações, sobrará trabalho para ti. Como sabes, se dou descanso eterno a outros eu tenho direito a dormir descansado sem ser acordado para estas ninharias! Mas, para mitigar a situação, quem quiser órgãos em seu corpo transplantar tem que pagar imposto ao Gaspar, segundo a tabela de artigos de luxo. Entretanto, se acontecer qualquer terramoto, tsunami, tufões, ciclones, etc, e se morrerem milhares de almas, já sabes que foi por eu estar a dormir, depois não me chateies por excesso de trabalho! Já basta destas modernices que agora me apareceram! Um dia, se eu fizer outro filho quero-o melhor que Cristo, que não deu conta do recado e deixou o Mundo chegar a isto, a este estado”

“-Mas, Senhor, a Igreja também não é culpada?" Perguntou o Diabo”

-“A Igreja? Tu, que andas no seu meio, é que deves saber, porque é mais obra tua que minha.” Disse Deus, retirando-se.

O Diabo, abanou vaidosamente a cauda, mas logo viu o muito trabalho que tinha pela frente, até porque já lhe tinha chegado aos ouvidos que teria de churrascar coelhos, visto que não gostam de ser cozidos em lume brando! O Diabo estava chateado, porque trabalhava, há séculos, no Inferno, a recibos verdes, mas já estava amarelo de raiva por ainda não estar no quadro! Qualquer dia perde a cabeça e o rabo e faz greve sem ter cabo! Deus terá de acordar e deixar de andar a dormir. Terá trabalho dobrado!

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Autor:SilvinoFigueiredo

Gondomar

Leite azedo

Leite azedo


Um casal, dependente, há muitos anos, do Banco Alimentar, ela, bem anafada, redondinha, tipo matriosca russa, enquanto ele, tipo dandy, caminhavam rua cima com sacas nas mãos e encontrando uma vizinha, à soleira da porta, ela logo desabafou:

-“Ó dona Micas, tem algum jeito darem-me dois pacotes de leite e mais dois de bolachas, mas não me darem açúcar!? Desde quando é que se bebe leite sem açúcar? Eu não bebo”

As palavras soaram bem alto, atravessando as espírulas do fumo dos cigarros que fumavam, denotando a boa qualidade da nicotina, a avaliar pela qualidade da tosse e do catarro em cada tragada no cigarro!

Assim se nota a qualidade evolutiva do dependente consumidor português; aceita leite e bolachas, mas sem açúcar é grave lacuna do Banco Alimentar, passível de ser levado a Tribunal por contribuir, de forma passiva, ao agravamento do stress do “cliente”, por não receber cigarros grátis! Quem sabe se no próximo pacote da Troika venha o açúcar e também subsídio para a compra de bilhetes para irem ver a seleção de futebol, que anda a jogar sem açúcar!

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Silvino Figueiredo

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Redução de freguesias em Gondomar

Normalmente, só com a ajuda de estrangeiros é que conseguimos sobreviver, seja com ingleses em Aljubarrota contra espanhóis ou contra Napoleão, ou seja agora com a Troika, que, uma vez que lhe estendemos a mão para obter empréstimos, impõem condições leoninas. Já aquando da guerra ultramarina, quando as potências coloniais; Bélgica, Inglaterra e Alemanha tinham dado a independência às antigas províncias ou protetorados, nós invocámos o “orgulhosamente sós” e aconteceu o que se sabe.

Tudo isto denota a forte tendência conservadora do povo português, tanto mais acervado por políticos espertos, que se dizem dele representantes, mas que denotam mais defenderem os seus interesses políticos pessoais. É dentro desta filosofia que pura e simplesmente dizem não a qualquer redução do número de Freguesias em Portugal, cuja última reforma remonta ao século XIX!


Como é possível, num concelho, que tem 89 freguesias; Barcelos, os seus representantes, acharem que não pode haver nem menos uma sequer!?

Que políticos estes sabendo que a reforma é para avançar querem a manutenção do passado e não caminhar para o futuro?

Gondomar também afina pelo mesmo diapasão de ficar tudo como está, nem menos uma freguesia! Fenomenal é não ter havido sequer uma abstenção! Na Assembleia Municipal ninguém ousou discordar do Major!

Tiveram a oportunidade de informar o Governo da sua perspetiva de freguesias agregadas, mas não, preferem que sejam os de fora; Governo ou Troika a impor!

Pessoalmente, acho que a região da área metropolitana do Porto só devia ter uma Câmara .

Sendo assim, porque ganhariam vantagens na sua dimensão territorial, na sua influência política, numa melhor gestão de recursos e de gestão territorial, há muito que acho que o número de freguesias devia ser substancialmente reduzidas, (enquanto não extintas) porque os pressupostos da sua aparição e manutenção estão ultrapassados, seja por desenvolvimento tecnológico informativo ou da mobilidade da sociedade. Não vejo qualquer problema, nesta fase, Gondomar reformular o seu território em quatro freguesias.

Como proposta de trabalho sugiro que S. Pedro, Sousa e Jovim formem uma unidade administrativa, Rio-Tinto, Baguim e Fânzeres outra, S. Cosme e Valbom outra, por fim, as três atuais freguesias do alto concelho; Melres, Medas e Covelo formariam uma só.

A freguesia da Lomba ficaria integrada num concelho da margem sul do Rio Douro!

Esta é a opinião dum cidadão, que não é fanático de nada, nem de religião, nem de futebol, nem de bairrismos saloios. Há que ser pragmático, a favor do bem-estar de todos sem olhar a privilégios de alguns!

Silvino Taveira Machado Figueiredo

Gondomar

terça-feira, 9 de outubro de 2012

É preciso pôr as élites dentro dos limites.

É preciso pôr as élites dentro dos limites




Governo e Câmaras é que nos governam, então, declaro que não me oponho a que devam milhões desde que sejam eles a pagar, não os governados, que para as dívidas não foram chamados!

Da minha parte, que nada devo a ninguém, não aceito que digam que devo milhares de euros! Assinei algum papel? Foi ouvido na compra dos submarinos? Nos desvios de milhões do público para o privado? Etc etc.



...Realmente, o problema é de quem nos governa não dos governados!

Aliás, como é que o Governo, que se diz representante do Povo pode governar se dele foge? Como é que uma Assembleia da República pode dizer-se representante do Povo se é constituída por quase 100% de doutores e engenheiros mas nem 20% da população é licenciada?! Isto está tudo ao contrário, como a bandeira!



A Assembleia da República devia ser composta por 80% dos deputados até ao 12º ano, os restantes por licenciados. Assim sim, seria a proporcionalidade representativa do povo português! Do modo que está temos uma maioria de deputados que apenas representa uma minoria do povo português! Ou seja; quem governa é a élite, mas que leva os não elitados (povo) aos limites! É a élilte a governar para eles próprios!Depois, admiram-se se houver uma revolução e ponha tudo de pernas para o ar. Está-se quase quase a atingir o climax do "perdido por cinco perdido por dez".



É preciso que Povo ponha as élites dentro dos limites, a quem anda a dar-lhe socos na carteira e na barriga.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Rosário de nozes quebradas!

Rosário de nozes quebradas!




A procissão, passou!

O presidente, acenou!

O padre, abençoou!

O povo, ajoelhou!

Andores, passaram!

O povo, os carregavam!

Foguetes, estouravam!

Cavalos, passavam!

E ainda havia,

Quem, de saca na mão,

Ao povo de lado pedia

Para pagar a procissão!



Depois de tudo passado,

De tudo recolhido,

De quanto tinha rendido,

Tudo voltou ao mesmo estado;

ao estado .odido!



Porém, a procissão continua em S. Bento,

Até ao altar de Belém,

Onde os andores de dentro

.odem os de fora a todo o momento,

Depois, dizem que é Berlim

Que quer que nos .odam assim!



Tudo isto em Gondomar,

Mas é igual em qualquer lugar!

Porém, eu, que tudo via;

Passar andores, cavalos e animais,

Mal distinguia uns e outros dos demais.

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Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Não ligam puto ao povo!

NÃO LIGAM PUTO AO POVO!


Costuma dizer-se que os exemplos devem vir de cima; dos quem nos governa, porém, os de baixo também não podem exigir muito, olhando aos exemplos que dão, ficando ao mesmo nível dos que deviam respeitar a vontade do Povo, mas não o fazem, neste caso a vontade do povo de Milheirós de Poiares, Concelho da Vila da fFira, que, sendo consultado em referendo, por maioria de 81% de votos, manifestou a sua vontade de ser agregado ao Concelho de S. João da Madeira. Tal pretensão, levada à Assembleia Municipal de Vila da Feira, foi rejeitada, com o argumento de que, embora respeitando a vontade do Povo de Milheirós de Poiares recusou concretizá-la, alegando que tem de defender a unidade do Concelho da Vila da Feira e que também seria necessário ser feito um referendo aos feirenses! Ora, tudo isto é um exemplo sofístico para se discutir, discutir, discutir, mas nunca se avançar. Veja-se também o caso do Concelho de Barcelos, que tem o maior número de freguesias em Portugal; 89! Pois, maginem, quando Portugal, querendo caminhar para a modernidade, os representantes do povo barcelense, em Assembleia municipal, votaram pela manutenção das 89 freguesias! Inacreditável! Nem ao menos uma, uma que fosse a menos! Deixam tudo para ser resolvido por Lisboa, depois queixam-se! Neste caso, os representantes dos barcelenses decidiram que querem tudo na mesma, mas já se sabe que tal não vai acontecer. O Governo não lhes vai ligar puto. Se Mouzinho da Silveira, que reduziu, no século XIX, os então perto de 800 concelhos para menos de metade, se cá viesse fazia o que vai fazer o Governo; reduzir concelhos e freguesias. No caso de Milheirós de Poiares, se não era para executar a vontade do povo, então para quê fazer o referendo?! Depois admiram-se que o Governo também faz orelhas moucas quando o povo diz para não aumentar impostos ou mudar de políticas, porque não foi o povo que se endividou, mas sim quem o representa e que abusivamente pôs-lhe pesado jugo de impostos para pagar os desvarios da governação!

Para terminar, e olhando o exemplo de Gondomar, que também votou, por unanimidade,(nem sequer uma abstenção) a manutenção das suas doze freguesias, logo se percebe da incapacidade de mudanças, deixando os representante do poder menor tudo para ser decidido pelo poder maior, julgando que ficam bem na fotografia, podendo sempre dizer: -“A gente não queria, mas o Governo mandou, porque a Troika ordenou”.

Depois, o Governo vai cortar a direito. O povo dormirá umas noites, relaxa e depois acorda noutro quarto, noutra casa ou noutra freguesia, mas, espera-se que ainda português….embora pobre, mas que não seja também de juízo. Enfim, é o que temos e o que somos! Não podemos exigir muito aos de cima, porque emanam dos alicerces que estão por baixo, com os mesmos defeitos e virtudes! Por fim, a minha opinião é que não podemos, no século XXI, ter uma estrutura administrativa do século XIX.

Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo

Gondomar

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Sociedade e Associações

SOCIEDADE E ASSOCIAÇÕES


Confrarias, Ordens, Irmandades, Sociedades, Seitas, Sindicatos, Assembleias, Igrejas, Companhias, Clubes, Congregações e Associações, são expressões várias para um mesmo fim: Trabalhar em conjunto para o mesmo objetivo! No caso concreto das associações em Gondomar, o que me interessa focar é a atual caminhada para uma melhor estruturação, para que uma vez consideradas parceiras sociais com Governos e Autarquias, sejam enquadradas, numa perspetiva de equipamentos e recursos humanos, como extensões na aplicação de políticas sócio culturais e desportivas, visando prestar serviços às comunidades circundantes!

Na maioria de caráter polivalente; daí a designação cultural, recreativa e desportiva, embora não tardasse a aparecer associações de caráter temático; tais com Associações de Dadores de Sangue, Defesa do Consumidor, Direitos Humanos ou Clubes de mono atividade; tais como de caça, de pesca, modelismo, etc.

Até 1993, como organismos de cúpula a nível nacional em Portugal, havia a Federação Portuguesa de Coletividades, sediada em Lisboa, e a Federação Distrital das Coletividades do Norte. Porém, nesse mesmo ano realizou-se um Congresso Nacional de Coletividades, em Almada, que originou um acordo para afusão, numa única Confederação a nível nacional (prevista para 2001?) e, a partir daí, promover a a criação de Federações Distritais e Concelhias, para melhor articulação dos objetivos e atividades das milhares de associações espalhadas pelo País, que são cerca de 22 mil (só no norte há 4000) envolvendo 300 mil dirigentes e 4 milhões de associados, sendo o movimento associativo português o terceiro setor da economia nacional, logo atrás do comércio e da indústria! Atualmente, trabalha-se para que surja a Lei-Quadro de Bases para o Associativismo, que considerará as associações parceiras sociais, que, com o Governo, trabalharão na definição e aplicação das políticas para o setor.

As organizações de cúpula têm por objetivo dinamizar e apoiar as associações na resolução dos seus problemas; tais como legalização, candidaturas a projetos subsidiados, apoio na contabilidade, na formação informática e formação de dirigentes! Há em Gondomar 185 Coletividades, sendo 115 federadas na federação concelhia! As freguesias de Rio-Tinto, S. Cosme, S. Pedro da Cova, são as que mais Coletividades têm, sendo o Clube Gondomarense, a Escola Dramática Musical Valboense, Banda Musical de S. Pedro da Cova, Orfeão de Gondomar, quase centenárias!

Até ao 25 de Abril, as associações viviam na base da dedicação dos seus dirigentes e sócios e, com o bairrismo de todos, procuravam atingir os fins propostos. Muitas delas eram o único veículo de cultura, recreio e desporto, com os seus grupos de teatro, tunas, grupos corais, equipas amadoras de futebol, etc.

As Câmaras, nos tempos salazaristas, não tinham “vocação” para subsidiarem as associações!!

A revolução de abril abriu outras perspetivas ao movimento associativo português.

Cada vez mais, Governo e Autarquias, têm nas associações privilegiados equipamentos e recursos humanos, para reforçar a cidadania, a democracia e a solidariedade social, além das atividades lúdicas ou desportivas!

A tendência é para a transformação das tradicionais associações em IPSS,s, podendo assim ser integradas nos projetos sociais do Governo ou Câmaras; OTL,s, ATL,s, Centros de Dia, etc, recebendo subsídios estatais ou autárquicos, por serviços prestados à comunidade.

O apoio que a Câmara de Gondomar dá às Associações do Concelho, através do Pelouro da Cultura e Desporto, é reconhecido por uma grande maioria. Parabéns. Merece.

Com ele, com rigor e objetivos bem definidos, o movimento associativo, em Gondomar, foi “empurrado” para melhor qualidade, aprendendo a programar e a calcular custos, para depois, e só assim, poderem ser subsidiados!

Quanto ao volume da “massa”, da rubrica donde sai o apoio à Cultura, Recreio e Desporto, através das associações, basta dizer que em 1993 foi de 70.000 contos, enquanto para este ano é de cerca de 200 mil! Tais factos falam por si.

Todavia, há umas reticências que eu quero colocar à consideração Dos Gondomarenses, enquanto cidadãos contribuintes: Será ético, justo para outras coletividades, que a Câmara tenha um funcionário como Presidente duma importante coletividade, em S. Pedro da Cova, a tempo inteiro ao serviço dessa coletividade, sendo remunerado pela Câmara? Por que é que esse empregado camarário tem isenção de na Câmara para estar, a tempo inteiro, levar avante a “sua” associação?! Isso representa, desde logo, um avultado subsídio! (3000 contos ano?).

Tal facto é tomado em conta nos subsídios às outras associações?

E quando a Câmara mudar de presidente e o presidente da associação for chamado, como deve, para o serviço da Câmara, para o qual foi contratado? Não se estará aqui, com o pretexto de ajudar o associativismo a misturar alhos com bugalhos?

Associações culturais e recreativas amadoras e não remuneradas. Pagar sim ao porteiro, ao administrativo, aos monitores, a um coordenador, isso sim, agora aos dirigentes?! ….Não.



Não encaixa ver, como pagador de impostos que sou, um funcionário camarário a trabalhar, a tempo inteiro, numa associação! Ou será a associação uma filial da Câmara de Gondomar?

Fora esta aberração, o movimento associativo deve ser cada vez mais apoiado, pois com a colaboração das associações as políticas sociais ficam mais baratas ao Estado!

Na minha opinião, o Movimento Associativo deve manter o espírito de voluntarismo e solidariedade, mas sem cair em subsídio dependência.

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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar

(Nota: Artigo publicado em 14/o4/2000, jornal “Comércio do Porto”, agora aqui transcrito ecorrigido ortograficamente)

terça-feira, 11 de setembro de 2012

PRESENTE E FUTURO DO ASSOCIATIVISMO POPULAR

PRESENTE E FUTURO DO ASSOCIATIVISMO POPULAR.


O tema, acima mencionado, foi tema dum debate, promovido pela Federação das Coletividades de S. Pedro da Cova. Sobre tal assunto faço a seguinte reflexão:

Desde sempre, os homens se reuniram em grupos para atingirem determinados fins, exemplos da caça, pesca, comércio, indústria, etc.

Nomes como Confraria, Companha, Companhia, Liga, Associação, Corporação, Irmandade, Santa Casa da Misericórdia, são sinónimos, com mais ou menos nuances, nos seus objetivos comuns. O seu estabelecimento e posterior desenvolvimento estiveram, sempre, subordinados ao controlo direto ou indireto do poder político vigente.

Porém, lentamente, às restritas reuniões de pessoas para fins guerreiros ou religiosos, da Idade Média, caso das Ordens Religiosas ou Militares, Hospitalares ou até mesmo Corporações Profissionais, o povo foi exercendo maior pressão sobre as Monarquias, buscando maior liberdade de ação, exigida pela cada vez mais expansão comercial dos reinos ou impérios.

Hoje, reconhece-se que a Revolução Francesa foi o resultado desta pressão e o rebentar de espartilhos vários, que impediam o povo oprimido do usufruto das terras e riquezas acumuladas nas mãos de uma minoria de nobres e religiosos.

Quando não permitidas pelo poder reinante, mesmo assim, os homens continuavam a arranjar formas de reunião e de associação, muitas vezes para discussão de políticas e ações subversivas ao poder instituído.

Deste modo apareceram as Seitas Secretas, de várias tendências, extremamente antagónicas entre si: As fanaticamente religiosas e fundamentalistas e as radicalmente ateístas. Com a progressiva conquista de maiores liberdades cívicas, nomeadamente com a vitória do liberalismo sobre o absolutismo, apareceu o direito à livre reunião e associação de pessoas para fins recreativos, culturais e desportivos. Foi o florescer do Associativismo Popular. Todavia, é de notar que os seus Estatutos tinham de, obrigatoriamente, contemplar a proibição de qualquer atividade política ou religiosa, estas apenas reservadas para associações políticas (Partidos) ou para as Igrejas. Rapidamente, o povo tirou proveito desta possibilidade de reunião de associação, verificando-se um rápido aparecimento número de Associações, de raiz popular para todos os fins, sendo que a maior parte se destinava a fins recreativas, culturais e desportivos. Realce-se que foi nos meios rurais em que o Movimento Associativo teve maior expressão em quantidade, enquanto nos meios urbanos, das grandes cidades, apareciam as de maior expressão eclética e de maior influência sobre o Poder reinante. A crescente oferta, nos meios urbanos, de atividades públicas culturais e desportivas, foi tirando bases de apoio às emergentes associações de bairro e a cada vez maior e forte identificação da população com as que (poucas) acabaram por centralizar e representar grande parte duma cidade ou região. (Parte um, continua)

Em Portugal, atualmente, há catorze mil associações para diversos fins, o que, só a nível de dirigentes, envolve duzentas pessoas. Verifica-se que, hodiernamente, o movimento português procura uma melhor organização e, tudo indica que, brevemente, apareça uma Confederação Nacional de Associações, que se torne parceira social do Governo e que represente e coordene o movimento associativo para uma maior intervenção na Sociedade Portuguesa.

Catorze mil associações, a dividir pelos trezentos e oito municípios do Continente dá uma média de quarenta e cinco por concelho!

Ora, acontece que em Gondomar, à sua parte, tem quase duzentas! Talvez, isto se deva ao facto de Gondomar ser o concelho menos desenvolvido da área do Grande Porto. Um facto que prova esse sub desenvolvimento é que nem todas as Juntas de Freguesia têm edifício de sede própria, exemplo de S. Pedro da Cova, que não tem sede de Junta, mas o Movimento Associativo criou mais de duas dezenas de Coletividades na Freguesia.

O tempo altera os comportamentos sociais do Homem!



Após o final da última grande guerra, a Europa viu-se quase toda destruída. Foi um tempo difícil; de desemprego e de duras provações. Quase tudo faltava. Assim, milhões de pessoas não podiam aspirar a bens culturais e recreativos numa base pessoal, mas sim através dum esforço coletivo. O povo, em famílias numerosas, vivia em casas de espaços exíguos e sem condições de habitabilidade. Nas pequenas aldeias e localidades a Associação Cultural e Recreativa era, além da igreja, (além das feiras e festas) o único ponto de encontro para com outros se conviver e jogar, mais recatadamente do que na barulhenta tasca, uma “suecada” ou partida de dominó, damas ou, então, que maravilha, uma partida de bilhar russo, snooker ou às três tabelas, além de se beber uns copos e ir até aos “fundos”, onde reinava o pano verde…. E mais não digo.

Depois, vieram as novidades da rádio e da televisão! Tudo nisto dá para perceber que as associações davam resposta e supriam de uma maneira coletiva às necessidades individuais dos eus associados.

Em Gondomar, há muitas associações de idade respeitável. O Clube Gondomarense é uma delas. Nele chegou a existir um Salão-Teatro, com 300 lugares e, ainda, duas frisas! Tinha, na altura, talvez a melhor biblioteca do concelho. Foi um dos primeiros locais, em Gondomar, que serviu como cinema! Hoje, com os seus noventa anos, perdeu muito da sua vitalidade, ao recordar que por ele passaram muitas orquestras, tunas e grupos de teatro.

Normalmente, na construção da Sede de cada Associação, e na realização das diversas atividades, apenas entrava o bairrismo dos seus associados, a sua contribuição monetária ou em trabalhos profissionais, mas tudo voluntário! Não havia qualquer apoio das Autarquias. Aliás, Salazar, o Pai do Estado Novo, “apreciava”, muito as Câmaras que mandassem o saldo positivo para lisboa, para fundir em barras de ouro e guardá-las no Banco de Portugal! Ajuda às Associações não havia, pelo contrário mandava a P.I.D.E. “farejar” as suas atividades, não fossem elas de subversão aos ideais do “A Bem da Nação”, como proclamava nos documentos oficiais. Várias Associações sentiram na pele esta apertada vigilância e os seus dirigentes obrigados a “cantar”.

Felizmente que com o 25 de Abril veio maior liberdade e maior desenvolvimento social e cultural, mas, simultaneamente, os cidadãos começaram a ter maior acesso direto, em sua casa, por via de maior desenvolvimento económico, a bens culturais e recreativos, que, anteriormente, só nas associações conseguiam! Exemplo Rádio, T.V. Internet, etc. Hoje, já não é preciso ir às Associações para usufruir as “modernices”! A sedução duma “suecada”, bisca, dominó ou bilhar já não chega! (parte segunda.Continua)

Com a maior motorização da Sociedade, -uma família um carro- para não dizer mais, as famílias pegam no seu carrinho e vão dar uma voltinha! Embora, continuando, o teórico bairrismo, cada membro duma Associação já não tem tempo para a frequentar e dar-lhe vida com a sua presença e convívio!



Por isso é que o Turismo se tornou a maior atividade comercial do Planeta! As pessoas tendem, já não a conviver umas com as outras numa área restrita da sua residência, mas sim buscam contactos e convívios cada vez mais longínquos.

Quase que dá, para concluir que um homem já não convive só com outro, mas sim com o Mundo!

Progressivamente, as atuais Direções das pequenas Coletividades têm extrema dificuldade em arranjar “concorrentes” que os substituam! Os jovens de hoje têm outros interesses: tem uma intensa vida noturna, nas discotecas, frequentam as modernas salas de cinema, passam horas nos Centros Comerciais, alinham nos desportos radicais, vão aos concertos, etc. Ainda se as Associações estivessem abertas até às cinco de manhã, pelo menos nos fins-de-semana…Até que era engraçado! Certamente que os jovens não estão muito interessados em frequentar uma Associação, onde só encontram um punhado de “resistentes” na atividade das cartas, damas, bilhar e alguns copos!...sem ofensa. Há que dinamizar, mas como?

Também se verificou que, lentamente, os associados foram perdendo o seu bairrismo de contribuir e de participar, enquanto, que por influências sociais das cada vez mais melhores políticas sociais dos sucessivos Governos e Autarquias, quase que se tornaram subsídio-dependentes. Ou seja, projeta-se determinada atividade ou evento, calcula-se seu custo, depois apresenta-se o projeto à aprovação do Governo, Câmara ou Junta de Freguesia. Se vem subsídio, muito bem, o projeto vai para a frente, se não vem o subsídio não há a atividade projetada. Claro que aqui, além dum correto apoio ao Associativismo entra um interesse eleitoralista dos políticos, que concedem tais subsídios, mas o facto é que as Associações, conscientemente, ou não, deixam de ser independentes, geradoras atividades autónomas e são mais uns braços ou “filiais” políticas dos Governos ou Autarquias, na execução das suas políticas sociais, culturais ou desportivas!

Os dirigentes associativos, por sua vez sabendo da disponibilidade do Poder político para ajudar, desenvolveram a arte de “sacar” subsídios ao Governo, Câmara ou Junta! enquanto que a participação direta dos Associados vai ficando mais fraca, preocupando-se, estes, mais em receber que contribuir!! Depois, acontece ler-se, na imprensa nacional ou local, que determinada Associação deve a sua subsistência graças aos subsídios que recebe de diversas entidades.

Quer dizer que, se uma vez cortados esses apoios, as atividades, até então desenvolvidas cessam?!!

Já não é com o tradicional pagamento da quota de cinquenta, cem, duzentos ou trezentos escudos mensais, que qualquer Associação pode ter alguma ação digna de nota sem ajuda de terceiros!

Que aconteceria, se Salazar cá viesse e ordenasse que não haveria apoios para ninguém e que cada uma, se quisesse, que desse “à perna”?!! Felizmente que o passado só serve para fazer contraponto com o presente e balizar o futuro. Muitas Sedes, de muitas centenas de Coletividades têm bons espaços e boas instalações. Porém, é pena que milhares delas estejam fechadas das nove às dezanove horas e só abram no horário pós-laboral. Claro que isto é normal, devido às ocupações profissionais dos seus dirigentes e associados, mas, quando se aponta, quanto a mim muito bem, para melhores prestações sociais, culturais, desportivas e recreativas, à Sociedade envolvente da Coletividade, então, há que rentabilizar, ao máximo, as instalações existentes. Aqui, o Poder Político tem de pagar os custos, quase que integralmente, para uma abertura em horários normais, afim que os equipamentos, que, normalmente, estão fechados das nove às dezanove horas, tenham utilidade mais abrangente à comunidade envolvente, seja no apoio escolar, à terceira idade e à ministração dos mais diversos cursos de formação profissional, necessários ao meio. Quanto a mim, no futuro, a tradicional Coletividade e cariz cultural, recreativo ou desportivo, tem, rapidamente, de se tornar IPSS (Instituição Privada de Solidariedade Social) para, deste modo, poder beneficiar dos apoios institucionais do Governo e Autarquias.

Em Gondomar, das quase duzentas Associações só meia dúzia é que são IPSS. Há que também rever o papel de dirigente associativo; sua formação e proteção legal. Repito: o tempo altera o comportamento social do Homem! O que, ontem, era feito numa base voluntária, hoje, tem de ser num base profissional e remunerada! Vejamos que, até nos bombeiros a tendência é para uma maior profissionalização, porque a defesa do Património Nacional não pode estar, eternamente, à mercê de voluntarismos. Não se pode estar à espera que haja, sempre, “comendadores” que ofereçam, com muita festança mais uma ambulância! Não há mais lugar que o regedor, que a troco quase de nada, tinha a maçada de prender o malfeitor. Hoje, isso compete á Polícia profissional e remunerada. Desculpem estes pequenos desvios, mas o intuito é realçar que o Movimento Associativo foi forte desde o início. Criou um rico Património Nacional, teve o seu apogeu, digamos que desde a implantação da República até aos finais da década de oitenta. As Coletividades tradicionais, atualmente estão a atravessar um momento de apatia. Muitas já desapareceram e algumas mais desaparecerão, embora outras novas Associações, por exemplo: de Defesa do Consumidor, dos Direitos Humanos, de Defesa do Ambiente, etc, estejam, a surgir, acompanhando o evoluir da Humanidade. Todavia, já não são do tipo tradicional, mas com fins muito específicos de defender causas ou influenciar políticas. A todas as Associações os Governos e Autarquias têm de dar melhores apoios, para que, sem complexos políticos partidários, sejam bons parceiros sociais no desenvolvimento e aplicação de melhores políticas ao serviço do bem-estar comum e ao fortalecimento da cidadania. Afinal, as Associações existem. Há, ainda, o capital da boa vontade dos seus dirigentes. Se ganharem algum, pouco mais que nada, nunca tal compensará a dedicação a uma boa causa!

Quanto a mim, é preciso avançar nas seguintes direções.

Rapidamente e em força avançar para que muitas mais Associações sejam IPSS. Promover o assalto (no bom sentido) dos jovens no comando das Associações, porque deles é o futuro! Rapidamente, a criação da Confederação Nacional de Associações, para a parceria com o Governo. Que nas Associações se possam debater assuntos de interesse geral ao bem comum.

Os resultados aparecerão, porque, ainda, como disse um destacado dirigente duma Coletividade de S. Pedro da Cova, muitos milhares de contos, disponíveis pelo Governo, para as Associações, não foram utilizados, devido à má informação, o que deriva, obviamente, duma deficiente formação dos dirigentes. Estes, têm de ser, urgentemente, apoiados, senão, sem eles, as Associações fecham. Com elas perdem-se a oportunidade de muitos O.T.LS,s e A.T.L,s, Centros de Dia para a terceira idade, etc.

O tempo altera o comportamento social do Homem. No campo da restruturação das Associações ou Coletividades, há muito a mudar e que adaptar às realidades atuais. Em frente.

Assina. Silvino Taveira Machado Figueiredo

Gondomar

(Nota do autor: Artigo publicado (por partes; três, em 16/Fev/1999, 28/Fev/1999 e 15/Março/1999) no jornal Notícias de Gondomar. Já lá vão 12 anos! Talvez sirva para alguma reflexão da situação atual do Associativismo. Este artigo sofreu alguma correção ortográfica!)



domingo, 9 de setembro de 2012

Por quantos analfabetos e iletrados somos governados?

Somos governados por analfabetos e iletrados?

Povo com conhecimento é motor de desenvolvimento.


Fomos grandes quando tivemos conhecimentos das artes de bem marear.

Demos novos mundos ao mundo, mas limitamo-nos a ser “caixeiros-viajantes” da Europa, beneficiando do lucro imediato do levar e trazer! Fomo-nos habituando a essa simplicidade, mas quase sem nada fazer. Quando por holandeses e ingleses  corridos dos mares logo ficámos sem as benesses do comércio, não aproveitando a oportunidade de termos desenvolvido a componente industrial. Fomos quase sempre mais comerciantes do que fabricantes. Temos maior pendor para o individual do que para o coletivo! Outros povos, por exemplo holandeses e ingleses, nomeadamente estes últimos, souberam aliar à sua expansão imperial marítima toda a panóplia dos meios tecnológicos emergentes pós revolução industrial; a eletricidade e o vapor, produzindo assim bens e infra estruturas por outros povos desejados. Portugal foi ficando para trás, regressando à sua ruralidade e à sua sobrevivência quase só numa base agropecuária.

Fortemente influenciados pela Igreja e pela manutenção senhorial das terras, caímos na habitual modorra portuguesa, a que chamam de brandos costumes e que nem a implantação da República tirou, visto que após um pequeno período de mais liberdades, iluminadas por luzes da revolução francesa, voltámos à normal situação de povo submisso a quarenta anos de ditadura e com défice de educação! Porém, a maior pobreza é constatarmos que de analfabetos somos ainda um milhão! Se hoje há mais doutores (incluindo engenheiros de domingo e os com canudos de créditos lusófonos) muitos estão desempregados, porque a questão fulcral, além do baixo nível de escolaridade do povo português é o fraco poder organizacional industrial, embora haja um nicho de empresas modernas, que já muito exportam sem recorrer a políticas de baixa retribuição salarial! Concluindo: Uma vez por todas, é imperioso definir uma política rápida escolarização de toda a população conducente às ciências geradoras de riqueza, apoiadas por fortes incentivos à investigação e divulgação mundial dos produtos nacionais. A Monarquia apoiava os Descobrimentos, a República tem de apoiar os novos navegadores industriais a descobrir mundo para Portugal. O paradoxo é agora termos licenciados em teorias, mas quase analfabetos nas práticas! Não basta não ser analfabeto nem iletrado, o que importa é saber fazer algo, de concreto.

Trinta e oito anos após a Revolução ter um milhão de analfabetos?! Essa não.

É preciso acontecer uma política socialista na educação- não ao Deus dará- ou então ficarmos na mesma do:

-“O Senhor Doutor é que sabe. Eu não”, -continuando a vivermos da eterna caridade de quem sabe aprender para produzir e vender e não pedir para comer!

Já agora, uma pergunta: Por quantos analfabetos e iletrados somos governados?

Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo

(o Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)

S. Pedro da Cova-Gondomar

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Porque não digo bem de Valentim Loureiro

Não posso dizer bem de Valentim Loureiro porque não quero dizer mal de mim e a mimha consciência está em primeiro.


Silvino Taveira Machado Figueiredo

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Volta Sócrates, estás perdoado.


Volta Sócrates. Estás perdoado.

Volta Sócrates, estás perdoado. Fostes para Paris, estudar. Estás quase a ser doutor, muito melhor que o Relvas. Com os créditos que obtiveste, como o melhor caixeiro-viajante que Portugal teve, ainda vais ser um Professor-Doutor! Fartas-te de vender computadores Magalhães e maravilhas das energias renováveis! Para ti era tudo Simplex, porém a conjuntura internacional tramou a tua inigualável convicção discursiva! O povo não te compreendeu, agora comprova o provérbio “atrás de mim virá quem bem de mim dirá”. O Povo mudou de Governo e esperava ficar melhor. Ó ficas! Ficou, realmente, foi mais aliviado da carteira e de trabalhos! Agora, vive mais descansado! Dedica-se mais à família! Tu, aí de Paris, deves estar a divertir-te com os resultados obtidos por estes novos cientistas contra as políticas socialistas. Agora, os atuais governantes são todos liberais e seus resultados fenomenais! Vê lá tu que tudo programaram para que o défice em 2012 fosse 4,7%, porém, mas já vai em 6,9%. Não te preocupes, a culpa, como no teu tempo, é sempre dos outros!
Este Governo é especialista em espoliar pobres, reformados e afins, no final o resultado é o défice ser quase o dobro do esperado! Tu, Sócrates, podes vir, até porque o sistema prepara a indigitação da Drª Cândida de Almeida para Procuradora Geral da República, a tal que diz que os políticos não são corruptos nem Portugal é um país corrupto! Ela diz que pergunta, interroga, mas eles dizem que não! Eles de nada sabem! Então, se eles não confessam é porque não são corruptos! Ai esta Cândida, tão cândida! Se ela encontrar um político corrupto quebrará a virgindade da inocência dos políticos em Portugal! Ai esta Cândida, tão cândida!

Sócrates, como vês, estarás seguro, o Seguro é que deixará de estar! Já podes mandar vir teu primo da China, porque o caso Freeport já foi ao fundo como os dos submarinos! Que saudades temos de ti! Estamos enjoados de gaspares e seus pares! Volta. Estás perdoado. Pelo menos, estamos convictos que a RTP será nossa e não perderemos a bancada pública para assistirmos ao circo político! Volta, estás perdoado. Além disso és um grande artista e o Coelho já não consegue tirar filhos da cartola!

Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo

Gondomar