Figas no Jornal de Notícias

Figas no Jornal de Notícias
Aquando da entrevista ao JN nos seus 120 anos.

Poder

Pensamento do Conde:
O poder não reside em quem pensa que manda mas sim em quem desobedece.

domingo, 31 de julho de 2011

Sair à rua

Sair à rua,
É encontrar o inesperado:
O amigo desencontrado,
De luto, e um beijo, súbito,
É encontrar enviados de Jeová,
Que garantem o Além, cá!

Ver nas montras artigos em promoção
E ter a sensação de antes ter sido levado.

Esperar tnansporte atrasado,
Ver repartições em greve,
De alguém que algo mais pede.

Ver animais abandonados
E carros mal estacionados.
Polícias a assobiar
E alguém a pagar multa, sem contar!

Ver pares abraçados,
Colados,
Mas não casados!

Na praia o mar a vazar,
Lançar o anzol e nada pescar!


Vir embora
Com o espanto a bailar no olhar!

Sair à rua tudo pode acontecer;
Ver o que não se quer,
Ouvir o que está para vir!

Não sei para que se monta um circo!
Pois sair à rua,
Encontrar uma ETAR a não funcionar,
E o ambiente a cheirar mal,
É suficiente para rir
Neste florido Portugal;
Jardim à beira-mar plantado
Mas muito mal tratado!

Sair à rua
É encontrar o inesperado!
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Autor: Silvino Figueiredo
Figas de Saint Pierre de Lá-BuraqueGondomar

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Olhos quadrados

Olhos quadrados

Os olhos futuros serão quadrados
Como janelas,
Com sentimentos debruçados nelas,
Vendo para todos os lados!

Deixarão de existir olhos redondos,
Amendoados
Ou olhos em bico.

Ter olhos quadrados será mais bonito
E liga bem com o quadrado do Homem,
Que, tendo, até agora, olhos redondos
Tem a mente quadrada!

Além disso,
Olhos quadrados dispensam sobrancelhas
E pestanas,
E no canto do olho não ganham remelas,
Porém,
Olhos quadrados podem usar cortinas
Ou persianas, vendo tudo entre elas
Sem abrir as janelas!

Mais do que nunca,
Neste mundo desconfiado,
É preciso ver ao quadrado!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)Gondomar

Barco de papel feito por Sofia.

Barcos de papel feitos por Sofia

Alguém, que do mar bebia
Versos de fantasia, era a Sofia,
Como barcos de papel,
A vogar no mar,
E no regresso,
Ao porto da sua mente,
Descarregavam azúis-turquezas,
Brisas e maresias
E com com eles fazia versos,
Poesias de encantar a gente,
Que são, de poesia,
Um mar, para nele,
como uma bóia poéica,
Nadar,....... vogar!

Quem do mar versos bebia
E poesia fazia era a Sofia,
Que, agora, sentada em seu jardim,
Olha o mar da eternidade, sem fim!
Mas, de vez em quando,
Uma onda; um poema do seu olhar,
Chega até nós para nos encantar!
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Autor deste original inédito:
Silvino Taveira Machado Figueiredo
(Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)Gondomar

domingo, 10 de julho de 2011

Que calor!

Que calor!
Que calor!
Meu transpirar enche o lagar,
Que outrora era para a cozedura do vinho,
Mas agora depósito da minha gordura
Onde cai gota a gota, devagarinho!

Que calor!
Que calor!

Que fazer?

Ir para junto do meu amor?
Oh, mas ele também está a arder!

Que fazer?

O melhor
É ir com ele para a cama
Sob lençóis fresquinhos
Para a gordura arrefecer,
Manejando o amor com doçura
Para a ternura em nós crescer!

Que calor, amor,
Temos que trabalhar para emagracer!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)Gondomar

sábado, 9 de julho de 2011

Acho grande a distância

Sempre que corro para ti
Acho que é grande a distância,
E mesmo que o carro tenha muitos cavalos
Seu galope me parece a trote
E em cada curva lamento não ser reta,
Mas coisa certa,
E só penso nisso,:
Quando a ti chegar
E parar o motor
Abastecer-me de amor
Na tua estação de serviço,

Só quero da super,
Para no teu corpo,
Com forma bem delineada;
Cheio de curvas:
Corpo perfeito,
Poder correr rápido, e a direito,
Até à tua linha de chegada!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)Gondomar

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Olhos e bocas buscantes.

Passo por eles

Passo por eles,
Eles são muitos,
Mesmo muitos,
Com rostos variados,
Com bocas e olhos buscantes!

Todos têm identidade,
Mas eu não os conheço,
Preservam sua privacidade,
Têm esse direito,
Está na Constituição,.
Mas a Constituição não tem restaurantes!

São muitas as bocas
E olhos por pão buscantes,
Estendendo a mão à caridade,
Mas escondendo a identidade,
Apenas gente,
Que talvez conheça o Presidente
Que zela pela Constituição,
Mas a Constituição não tem restaurantes
Nem a Assembleia dá ceia
A olhos.............e bocas
Buscando por pão!
E são muitos, mesmo muitos,
Mas os deputados
Não são nossos criados,
Não servem à mesa,
Estão apenas ocupados
A comer de bons ordenados
As boas sobremesas,
Depois arrotam leis,
Que vós bem sabeis,
E que vos levam à rua,
Com bocas e olhos por pão buscantes,
Direito que está na Constituição,
Mas a Constituição não tem restaurantes,
E a Assembleia só tem deputados enfartados,
Que, de vez em quando, arrotam esperança
De que, um dia,
Todos encherão a pança!

Esperem, como eles, sentados!
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Autor deste original:
Silvino Taveira Machado Figueiredo(o figas de saint pierre de lá-buraque)

domingo, 3 de julho de 2011

Poema de anos, a um sobrinho.

Poema de anos, a um sobrinho,

Não sei quantos fazes,
Mas é uma bonita idade!
Muitos sóis por ti já passaram,
Mas ainda andas na “lua”,
Porém, vais descobrindo a Verdade
Em cada dia que passa pela tua mocidade!

Muitos já te chateraram,
Mas muitos mais chatearem teu tio,
Mas, acerca da idade,
Quem me dera ter a tua,
Não a minha,
De cuja vela
Já ardeu mais de metade do pavio!
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Autor deste original:
Silvino Taveira Machado Figueiredo
Figas de Saint Pierre de Lá-BuraqueGondomar
Que puta de vida!

Vida feliz
vida boa
vida assim assim;
a que calhou a mim,
vida de rico
vida de pobre
vida de remediado
com vida que me passa ao lado
vida de ódio
vida de amor
vida azul
vida preta
vida de treta
quantas vidas há na vida?

A de estar bem
a de estar mal
a de estar em casa ou num hospital
a de bem viver
e a de viver mal
afinal, quantas vidas queremos ter
de nascer até à Morte?

Só há uma vida pelo meio,
cada um teve a sorte
de viver com que ao mundo veio.

Que puta de vida!

Há os altos e os baixos
e dias de azares e de sortes!
toda a vida é sortida,
mas, quando a Morte vem
toda a vida vivida
pela saudade é sentida,
mas há sempre quem diga:
-“Esta vida é fodida!”
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Autor deste original: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque
Gondomar