Figas no Jornal de Notícias

Figas no Jornal de Notícias
Aquando da entrevista ao JN nos seus 120 anos.

Poder

Pensamento do Conde:
O poder não reside em quem pensa que manda mas sim em quem desobedece.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Campeonato dos debates

CAMPEONATO DOS DEBATES.
Já começou o campeonato de futebol. Agora vai começar o campeonato dos debates.
Já foi tempo, em que o eleitorado se deixava levar por tiradas discursivas impressionistas. Nesta fase, interessa muito mais as políticas propostas do que o espectáculo dos apresentadores. Os principais protagonistas, um homem e uma mulher, neste espectáculo eleitoral do faz de conta, fazem papéis diferentes; ele faz o papel de palhaço rico e promete avançar, avançar. Fazer o novo Aeroporto de Lisboa, TGV, auto-estradas etc. etc.! Enfim, o progresso. Ela, mulher prudente, puxa-lhe pelo abraço e diz para travar, travar! Não gosta de dívidas! Enfim, engatar a marcha atrás!
Faz o papel do velho do Restelo!
O Povo vê o espectáculo e ri, ri! Mas, a situação não está para rir. Graças à Drª Manuela Ferreira Leite, as escolhas agora são claras. Quem quiser avançar e mais políticas sociais vota à esquerda, quem quiser travar, marcar passo e mais privatizações vota à direita! A escolha já está feita entre os eleitores. Os debates, pouco ou nada adiantam. Não haverá vencedores, só veremos bons actores. Empates.
Mas que vamos ver e ouvir boas tiradas discursivas, para todos os paladares, lá isso vamos, mas, como diz o Povo:
-“Paleio não enche barriga”.
Uns terão de avançar para as encher.
Outros, à espera que lhas encham!
...........................................xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx...........................................
Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Rua das Bocas, 880
4510-204 S. Pedro da Cova
Gondomar

Abecedário

Abecedário

Amar
Beijar

Carícias
Delícias

Especiarias
Fazem
Gemer
Horas
Intensas

Júbilo
Kermesse
Lúdico

Mel
Novo
Opíparo

Presente
Querido
Redentor

Sabor
Total
Ubérrimo

Viciante
Xarope
Zénite!
.....xx...
Silvino Figueiredo
(Figas)
Gondomar

domingo, 30 de agosto de 2009

O sacrificio do autarca!






Li, no JN, que Valentim fez o "sacrifício", este fim de semana, de ir a Covelo, inaugurar o Parque de Merendas, mas fê-lo na qualidade de autarca, não de candidato, vincou! Mesmo assim, só fez esse "sacrifício", porque a isso foi obrigado depois da insistência duma multidão, imagino, que cercou a Câmara e o arrastou até lá! Coitado! Os políticos não dão ponto sem nó, mas ele não é desses!
Acreditem que ele até nem queria. Vejam lá as coisas a que um político é obrigado a fazer. E como sofrem, para bem do povo! Parecem Cristos, embora não crucificados!

O sacrifício do autarca!

terça-feira, 25 de agosto de 2009


O VETO PESADO, QUE ALIVIOU O JEEP!
A actuação do Exmº Senhor Presidente da República, com os seus vetos, o último, (que aliviou seu jeep de férias), sobre as uniões de facto, leva-me a concluir que quer levar a Manela para Belém! Não invocou inconstitucionalidade do diploma, aprovado na Assembleia da República! Apenas achou que não foi suficientemente discutido! Agora, estamos nesta de interpretar se foram muito ou pouco discutidos!
Não, senhor Presidente. Já deu para notar que seus vetos não faclitam a acção do Governo e que dão força à Oposição.
O senhor não pode fugir à sua conotação com P.S.D, embora seja o Presidente de todos os portugueses.
O povo já demonstrou que não gosta de pôr os ovos no mesmo cesto. Por isso mesmo, Manuel Alegre não ganhou!
Sá Carneiro, também tentou vender a ideia dum governo e um presidente da mesma cor, mas a resposta que o Povo deu foi eleger um presidente de sinal contrário.
Olhe que se a Manela for para S. Bento, o senhor arrisca-se a que o Povo não lhe dê cavaco, o tire de Belém e seja outro a comer os pastéis!
Se o regime fosse monárquico, o senhor já teria o epíteto de "Cavaco I; o Vetador"!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009


TORRADA POLÍTICA
-“Há tanto tempo que tinha aquela torradeira eléctrica!”, lamentava-se!
Meu amigo tinha-a comprado num ano, em que por coincidência, um candidato em Gondomar as oferecia grátis e que com elas ganhou a Câmara!
Aquela torradeira do meu amigo era de robusto fabrico alemão e tinha durado até agora!
Sexagenário, de hábitos frugrais, meu amigo gostava de pequenos-almoços simples. Um clássico galão ,com uma boa torrada, e logo ficava pronto para as agruras da crise! Agora, descoroçoado com sua torradeira avariada, desabafou que, devido ao elevado défice financeiro pessoal, pensara em ir à Câmara ver se haveria alguma de sobra. Visto atravessarmos, novamente, um período eleitoral podia ser que tivesse sorte! Respondi-lhe que tal era improvável, porque na altura foi uma promoção pessoal do candidato! Agora, seria mais fácil ele apanhar um ida, de borla, a Fátima, uma exursão Rio Douro acima ou lugar num dos almoços grátis, ou uma ida de avião a Lisboa!
-“Não. Nunca apreciei muito o rancho de tropa. As batatas nunca prestavam ou nunca chegavam!” retorquiu-me.
Eu não percebi onde ele queria chegar. Que raio! Que é que as batatas tinham a ver com as torradeiras?
Continuei: -“Se fosses árbitro terias mais facilidade em obter um apito dourado do que, agora, uma torradeira”.
-“Sabes? Já decidi. En qunto isto não melhora vou comprar um torradeira numa loja dos chineses. Não tenho que aturar discursos eleitorais de como se governa para as pessoas, não para benefício próprio!"
-“Vê-se”, interrompi.
-“Depois, quando a coisa melhorar compro outra, de boa marca.
-Tu mandas. Até porque o candidato, que ofereceu torradeiras, e que se recandidata, diz que os Gondomarenses é que mandam!”. Disse eu.
-“Tu acreditas?”, perguntou-me
-Não sei. Depende se precisam ou não de mais torradeiras, mas, normalmente o dado sai caro”.
Despedimo-nos. Fiquei a pensar nas batatas. Será que tem a ver alguma coisa com os nabos de Gondomar?

sábado, 22 de agosto de 2009

Sair do quebranto

Só olho o espanto,
não a maçada do normal,
só o sobrenatural,
doutro modo
não saio do quebranto.

Vejo o sol nascer,
subir e descer,
a natural estupidez humana
e o natural desejo de cama.

Oiço o tocar dos sinos,
por homens ou meninos
que acabam de morrer!
A caminho do Nirvana?

Para quê
gastar o olhar em coisas aborrecidas?

Que chatice
a chatice de todos os dias
sem que saia do meu quebranto!

Porém,
imagens nunca esquecidas
é quando passas sobre a areia,
sob maresias!

Então,
faço uso do meu olhar,
só para te olhar,
mirar,
para ver um Espanto.

Tu és um Espanto!

Só tu me fazes sair do meu quebranto!
me pôes a imaginar,
a preparar velas e mastro
para em teu mar navegar!
...........XXXXXXXXXXXX................Autor
AUTOR: Silvino Tveira Machado Figueiredo
Gondomar

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Arreios

No teu olhar havia sede,
de mim fizeste uma fonte,
derrubaste grossa parede,
alargaste teu horizonte.

Juntamos nossas planícies
e nossos cavalos selvagens,
houve amorosas pantominices,
que espantaram paisagens!

Lembraste daquela cavalgada,
em que quase perdeste o freio?
Como foi difícil seres domada!

Sei que foi um belo passeio,
tu passaste a andar arreada
e eu de botas de cavaleiro!
.............xxxxxxxxxxx..............
Autor deste original inédito:
Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

ENTÃO COLIGO EU

ENTÃO COLIGO EU
No bloco de partamentos políticos, onde moram os partidos portugueses, os condóminos não se entendem! Apesar de viverem todos da política, acham que só um é que deve pagar as despesas do condomínio geradas pela crise, o P.S.!

As recentes declarações de Ferro Rodrigues, nas quais sugeria que em caso de o P.S. não ganhar a maioria absoluta deveria aliar-se ao BE ou ao PCP e, em última alternativa ao P.S.D. originaram reacções do género:
“Isso nunca em tempo algum”, ou “Jamais”, como dizia o Mário Lino!

Então, se não querem ajudar, que pretendem os partidos de esquerda?
Querem empurrar o Sócrates para os braços da Manela?
Não vêem que ela é muito mais velha que ele? Será que o B.E. e o P.C.P. sonham, algum dia, ter maioria governamental?
Apetece-me glosar o poema “Caranguejola”, de Mário Sá Carneiro, quando diz:
-“ Deixa-te de ilusões Mário”.
Neste caso é: Deixai-vos de ilusões Jerónimo e Louçã.

Como não estão dispostos a ajudar, eu, que até dei força ao BE nas últimas eleições para dimnuir a dose de arrogância do Sócrates por nova maioria absoluta, (que não aprecio) coligo-me com o P.S.
Não adianta dar força a quem não quer ajudar! Para ficarem sentados, a gozar o espectáculo, isso não.
Mas, atenção P.S., o sentido da governação terá de ser à esquerda, com limpeza geral da corrupção a nível governamental e local, antes que Portugal caia na anarquia geral.
O meu voto não é fixo e vai sempre no sentido do interesse nacional.
..........................................xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx...............................
Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar

sábado, 15 de agosto de 2009

Nevoeiro

Hoje,
em Portugal,
está um espesso nevoeiro,
verdadeiro ou virtual.

O nevoeiro,
que importa?

Não faz qualquer diferença
a quem tudo olha com indiferença,
é o que a todos digo.

Nevoeiro?
Que lhes importa?

O que lhes interessa
é que vejam até o seu umbigo!
.........xxxxxxxxxx..........
Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A seriedade rende votos?



A SERIEDADE RENDE VOTOS?

“À terra onde fores ter faz como vires fazer”. Após o 25 de Abril, após dezenas de anos de ditadura, com a chegada da liberdade, depressa a embriaguês do poder tomou conta de muitos governantes nacionais e locais! A rápida constatação de quase impunidade dos seus actos corruptos e não de acordo com o interesse píblico, a que por juramento estão obrigados, levou a que muitos políticos levassem â letra o aforismo popular e, vendo exemplos anteriores, construissem sofisticados esquemas de compadrios e tráfico de influências, não seguramente de interesse público, que agora, lentamente, estão vindo à superfície e que, actualemente, em teoria, é de bom tom outros condenarem tais comportamentos, mas a vergonha é tanta que, na corrida para as Autarquias, já há candidatos que só prometem outros valores. Em Gondomar, um candidato da oposição só promete Competência e Seriedade. Em Lagos, também do mesmo partido, encontrei um que promete Soluções de Verdade. Realmente, o que precisamos é de competência, seriedade e soluções de verdade. Mas será que o Povo vota em quem promete seriedade ou em quem dá electrodomésticos ou é especialista em contas na Suiça?

Para que serve um chefe?

Queremos um deus
um presidente
um rei
um imperador
partidos e governos
queremos que vejam que somos gente
oiçam nossa voz
nossa dor e o que temos de menos

nada somos se não repararem em nós
só eles nos apontam direcções
só eles nos dão medalhas
comendas
condecorações
subsídios
só eles tratam dos jardins dos lírios!

Que seria de nós sem chefes?
Só eles nos dão bons tabefes!

Ter um rei
um imperador
um presidente
faz jeito
eu sei
embora a muita gente isso enerva

mas embora eles se sirvam da gente
também nos fazem muito jeito
para
de vez em quando
ou a eito
os mandar à merda!

Para que serve um chefe?
......xxxxxxxx........
Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar

terça-feira, 11 de agosto de 2009

OLHA A MALA
PREPARATIVOS
-“Sou sempre eu que tenho de fazer a mala. Não queres saber de nada”
Ele era mais do género de se preocupar com títulos de transporte, horários, datas, dinheiro, cartões, passaportes, previsões meteorológicas, reserva reconfirmada no hotel, etc.
Quanto ao resto, um par de calças, umas cuecas, uma camisa, uns xanatos e pouco mais bastava. Sim, bastava, mas era se sua cara metade não lhe enfiasse mais umas calças, mais uns calções e bermudas, pólos, T-shirts, mais sapatos, mais peúgas, lenços, shampôs, pastas, escovas, protectores solares, escovas, lâminas. Ele ia vendo a mala a engordar, a engordar. Parecia um camelo com a bossa pronta a espichar! Ele percebia bem a lógica da cara metade, que queria malas leves, mas carregava-as como um burro! O marido era um incapacitado, com mais de 90%, devido a uma prótese na anca! Só levava uma pequena bolsa, a tiracolo, e sua bengala preta, tipo pinguelim, que lhe dava estilo.
A preocupação da partida para férias implica uma série de trefas, que muito stress causam! Avisar o padeiro, o vizinho, pagar contas, trancar bem as portas, incluindo a da adega, pôr as jóias em lugar secreto, etc, etc. Ufa! Que trabalheira!
Ela levou a cabeça ao cabeleireiro, para restauro de estilo, ele levou o melão ao barbeiro, para a carecada do costume, a fim de reduzir o atrito nos cem metros bruços! Por pressão da esposa, condescendeu em que uma manicure e podóloga (tratadora de cascos) fosse lá a casa fazer uma revisão unhal! Ficou impressionado com o equipamento da podóloga. Trazia material que mais parecia para grande operação . Como preparação, os pés mergulharam numa larga tina de jacuzzi, para os tornar as unhas molengas e deixarem de ter aquele aspecto de charruas artesanais! Verdade que ele, por vezes, usava-as no jardim!
Cada passada, com pés nus, com unhas a fundo, abria logo uma vala de feijões!
Olhando os pés, ele notava , perfeitamente, que a jovem podóloga, bem desunhada e descascada,, pensava:
-“ Que pés!. Este labrego há muito tempo que não corta as unhas nem tira os calos!
Nem sei se lhas corte ou recomende umas ferraduras”.

Foram longos minutos de cortar unhas, rapar peles, tirar calos, lixar, amaciar e pôr cremes.
Ai, que fino! Ele sentia-se como bailarino pronto para un Pas de Deux. Só faltava pintar as unhas. Azul, de preferência, à Porto! No final, ele nem quis saber da conta que a esposa pagou. Tenha sido uma prenda, mas , pela expressão dela pareceu que lhe tinham arrancado uma unha a sangue frio!
Tudo isto acontecera na véspera. O comboio partia às seis da manhã, mas à meia-noite ainda a cara metade do incapacitado fazia revisão de tudo. Foi então que ele resolveu fazer um brilharet, e disse: –“Ah! Já me esquecia. Falta o canivete suíço”
Ele não era nada sem o canivete. Servia para tudo! Neste caso para cortar chouriços e fazer sandes alentejanas antes do Algarve.
A VIAGEM
Despertador para as cinco da matina. Como tudo estava preparado de véspera, foi só vestir a roupa destinada à viagem, tomar um iogurt, dar umas trincas numas tostas e aguardar por táxi particular. Meia-hora depois, ei-los a caminho de Campanhã. Nos bilhetes lia-se: linha 6, partida 5h47, carruagem 3, lugares 42-44. Dez minutos antes chegou o Alfa. Foi só entrar e, com a ajuda de terceiros, as burras das malas foram colocadas no respectivo compartimento. A partida foi à horinha.
Sentados, turistas, empresários e outros vários, faziam dos lugares guichets, onde, cabeceando pagavam tributos de sono à noite, que ainda os aconchegava, dando como troco a beleza de algumas estrelas, no céu cintilando. O revisor, ao ver os bilhetes de dois em um, ou seja a esposa, olhou a documentação da incapacidade, sorriu! Picou os bilhetes e disse muito obrigado. Por estas e por outras ele apreciava a filosofia das políticas sociais socialistas; ajudar a quem precisa ou não pode. Neste caso, á pala da incapacidade do marido ela viajava de borla!
A primeira paragem foi em Aveiro, onde uma família turca. Olhavam e tornavam a olhar para os lugares. Espantados por não encontrarem os lugares certos. As crianças, iguais em todo o mundo, irrequietas, alaparam-se logo nos lugares disponíveis, os melhores, frente a frente, com mesa entre eles para jogar cartas ou afins!
A viagem corria calmamente. Os alvores da manhã iam raspando nas janelas e entrando, sem pedir licença! Não se sabe quanto a CP paga na zona de Estarreja e Cacia, que mais parece um túnel de desinfecção do material circulante e passageiros. Aquele cheiro a gases, de certeza que garante a imunidade do pessoal contra a gripes de todas as estirpes, mas é preciso ter muito cuidado. Não vá exagerarem na dose e transformarem a zona num Auschswitz para exterminação dos passageiros.
Chatice, para os turcos, foi em Coimbra terem entrado portugas que os expulsaram dos lugares errados. Valeu-lhes a intervenção do incapacitado:
-“Do you understand english?”
-“Yes”
-“Let me see your tickets, please
Olhando os bilhetes, informou:
-“You must go back. Your wagon is number six. Your sets are there”
-“Thank you”
“Not at all”
A situação estava resolvida. A viagem seguiu, sem turcos!
Em Lisboa, nova cena da dança das cadeiras. Um jovem casal inglês, bilhetes em punho, fixou o olhar num casal alemão, entretido a jogar cartas depois de terem comido umas salsichas de Frankfurt.
Algo estava errado. O rapaz alemão, loiro, ar gaiato, certo da sua eficiência, exibiu os bilhetes.
Um casal inglês preparava-se para o assalto aos seus lugares! Chamado o revisor, este resolveu a situação. O casal inglês foi convidado a ir para a carruagem da primeira classe. Foi a vitória da libra sobre o marco. Parece que tinha havido erro na emissão dos bilhetes
Conclusão desta situação: os alemães mostraram assertividade, os ingleses, como sempre, beneficiaram da anarquia portuguesa, demonstrada a duzentos e vinte kms à hora do Alfa!
Depois de Pinhal Novo, última paragem antes de chegar a Tunes, onde aconteceria o transbordo para Lagos; destino final do incapacitado e esposa. O Alfa, principalmente na serra Algarvia, passava de velocidade alfa para velocidade be(s)ta, passando de velocidade de galope para a trote, de cinquenta, sessenta kms hora! No olhar de muitos passageiros notava-se o desejo de: -“Façam o TGV depressa”
Aquelas curvinhas não faziam diferença quando o combóio, a vapor, andava a setenta, oitenta à hora. Mas, actualmente, para um Alfa! Ó faz favor. Façam o TGV, mas depressa.
Assim não vale. É como fazer uma maratona, em bom piso durante trinta kms, mas depois nos últimos dez, obrigarem os corredores a fazer corta-mato!
Para passar o tempo, Oo incapacitado utilizou o canivete suíço no corte dumas rodelas de chouriço, enfiadas num bocado de casqueiro e foi até ao bar beber uma cervejola ao bar.
A esposa preferiu um chá: um Ice-Tea! Finalmente Tunes. Dez minutos de espera para apanhar o recoveiro até Lagos.
OLHA A MALA.
As malas foram, como de costume, colocadas no compartimento a elas destinadas. Os donos controlavam a situação na paragem em cada estação, mas não evitaram que, em Portimão, (onde saíram muitos passageiros) um negro deitasse mão a uma das malas e saísse com o ar mais natural deste mundo, caminhando pelo cais. Valeu a rapidez da reacção da mulher e do incapacitado, que quase ia atropelando tudo e todos para ir em reforço da sua esposa, já em perseguição do larápio e aos gritos de:
-“Ei moço. Larga a mala. Essa mala é minha. Larga a mala”
Atrás dela, o marido incapacitado gritava:
“Ah seu filho da puta. Agarra que é ladrão” enquanto fazia desesperados sinais ao maquinista e ao revisor do comboio para esperarem um pouco. Na aflição da situação e em fracção de segundos lembrou-se do jeito que fazia ter o canivete suíço para trinchar aquele preto duma figa, porém, tal não seria possível ser porque tudo tinha ficado no comboio, que estava ali à espera da rodagem daquela cena dum filme. A bordo do comboio tinha ficado a outra mala, a mochila da esposa, bolsa do incapacitado com os bilhetes. Entretanto, o preto duma figa, perante uma senhora correndo atrás dele, seguida dum manco brandindo uma bengala, achou por bem abandonar a pescaria, logo agarrada e de regresso à carruagem. A arfar, o incapacitado logo tratou de agradecer ao revisor.

-"Parabéns", disse ele, sorrindo, e continuou:
-"Nunca vi um incapacitado, com mais de 90%, correr tanto"

-"Por acaso ando a treinar para os jogos paralímpicos"

Já no apartamento, puxou do canivete suíço e aparou uma unha, esgaçada na perseguição ao preto duma figa. Ele não é nada sem o seu canivete!
As férias foram ótimas.

Deputados, que representantes do povo?

DEPUTADOS, QUE REPRESENTANTES DO POVO?

Vem aí a campanha eleitoral para a eleição dos representantes do povo à Assembleia da República, mas é legítimo perguntar se serão mesmo representantes do povo. Tal legitimidade deriva só do facto de serem eleitos?

Olhando para o currículo dos actuais 230 deputados constata-se que 90% são licenciados ou doutorados; uns em direito,(estes em maioria), outros em economia, em engenharias, psicologia, história, etc. Com o antigo 5º e 7º ano os restantes 10%!

Sabendo-se que em Portugal a percentagem de licenciados e doutorados ronda os 10%, é legítimo colocar a questão se uma maioria de deputadps, oriundos duma pequena minoria da população, são realmente representantes da generalidade do povo português e se fazem leis e governam no interesse da maioria do povo ou se mais se preocupam na manutenção de privilégios das poderosas classes e lobbies donde oriundos.

Não seria mais correcto que 2/3 dos deputados tivessem estudos até ao 12ºano?
A Assembleia perderia qualidade?

Atendendo que se preocupam, e bem, com as quotas de mulhers na política, também a Assembleia devia espelhar a verdadeira composição académica do povo.

Até aqui, 35 anos após o revolucionário Abril, a Assembleia da República não tem demonstrado mais valia por ser maioritariamente composta por engenheiros e doutores para tirarem Portugal da cepa torta da Europa!
A próxima campanha eleitoral será mais uma procissão de engenheiros e doutores, que se propoêm governar Portugal, mas, se for como tem sido, mal!
.................................xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx..................
Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Redacção

Redacção

Papel;
filho da floresta,
folha branca diante de mim,
lembrei-me de ti quando,
como ela,
virgem,
em ti fazia redações!

Quantos erros dei?
Quem os corrigiu?
Correctores os nossos corações,
na nossa vida,
em vertigem!

Esta folha já não imaculada,
mas tu,
densa floresta,
com virgens papéis,
para me oferecer
e neles escrever
com a tinta da vida que nos resta.

Deita-te,
amor,
vamos escrever.
.........xxxxxx..........
Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(o figas de saint pierre de lá-buraque, de visita ao Conde das Bocas)

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Na política só de botas!


NA POLÍTICA SÓ DE BOTAS!

O terreno político está de tal maneira pantanoso, que para nele andar só de galochas ou de botas, bem cardadas! Claro que alguns, que trouxeram botas da tropa, têm-se aguentado bem, embora, ultimamente, devido às solas gastas, tenham, dado uns trambolhões! Parecem jeeps para todo o terreno, quase sempre sujos e quase nunca limpos!

Os casos de corrupção têm sido tantos, que tem enlameado tanto luxoosos gabinetes de políticos locais e nacionais, que agora só falam em necessidade de ética e transparência na política. Francamente, quem pensar em ir para a política é melhor ir de galochas e levar um bom desinfectante, porque tão cedo a situação não melhora. Tanta é a porcaria!

Triste e vergonhoso é a nossa branda justiça. para os políticos, com processos às costas, funcionar como uma lavandaria especial. Aplica-lhes lavagens, com detergentes especiais, e de recurso em recurso saem mais brancos que o puro branco das virgens!
Conheço dois que fumam charutos. Parecem dois puros de Havana, que mandam muita fumaça para a face dos portugueses suaves. Dizem que vão recandidatar-se.
Um diz que o povo sabe do que ele é capaz. Sim, lá isso sabemos! Outro diz que o povo que manda. São bons democratas! Estão na mão do povo! Entretanto, dão passas e travassas nos puros de Havana, frente dos portugueses suaves, donos das lavandarias especiais nos palácios da justiça!
..............xxxxxxxxxxxxxxxx.....................
Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
S. Pedro da Cova- Gondomar