Figas no Jornal de Notícias

Figas no Jornal de Notícias
Aquando da entrevista ao JN nos seus 120 anos.

Poder

Pensamento do Conde:
O poder não reside em quem pensa que manda mas sim em quem desobedece.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

PORTO NOVO

Porto,
que já foste mar,
que foste vida,
que foste do trabalho a capital,
agora,
alegria em ti não pode passear,
só a tristeza sentida!

Porto,
tens tristeza por companhia,
solidão nas tuas ruas.
Perdeste luares há muitas luas!

Triste, andas de rasto,
precisas de boas bengalas
ou até de canadianas!
Teu rio perdeu lastro!

Tens Sé Catedral,
muitas igrejas, capelas,
mas em ti faltam devotos
para nelas acender velas!

És quase cidade museu,
não sei que mais te dizer,
preferia que fosses para o céu
do que assim te ver sofrer!

Há quem prometa tratar de ti,
como Colombo tratou o ovo,
muitas promessas já vi,
só me falta ver um Porto novo,
.... com mais povo.
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar-PORTUGAL

quarta-feira, 17 de junho de 2009




PORTO DESALMADO
Quem, como eu, viu o Porto muito movimentado, do Porto fabril, do Porto comercial, cheio de trabalhadores e compradores, porque dos arredores ia-se ao Porto tudo buscar, fica com um nó na garganta e no peito, e consternado, por ver ver, agora, um Porto desalmado!

Custa a acreditar que, às 15h20, do dia 17 de Junho de 2009, a Rua do Almada fosse uma rua fantasma, apenas nela se sentindo a saudade do intenso movimento, até à década de 80, de cargas e descargas de ferro, aço, ferragens, e ferramentas, das casas que faziam da Rua do Almada a rua especializada do ferro, aço, ferragens e afins!

É do conhecimento geral que o burgo do Porto tem vindo a perder burgueses, (citadinos, se quizerem) que escolheram os arredores para viver e porque já não é no Porto que está o seu posto de trabalho.

O Porto, muito bonito para a fotografia, para a pintura, já não responde em espaço do seu velho casario, decrépito e abandonado, à exigênca moderna duma sociedade motorizada, com espaço para as pessoas e carros. Onde é que os moradores modernos, com com automóvel, metem o dito? Na rua?

Não me compete resolver a questão, mas o que me parece é que os políticos do Porto têm que ser criativos em atrair habitantes para o Porto e não deixar que os seus habitantes sejam atraídos pela concorrência dos concelhos limítrofes!

Foram-se as ilhas do Porto, foi-se a indústria fabril, foi-se o povo das ilhas, o pequeno comércio está a ir! até o próprio Vinho do Porto já não é embarcado nos cais tradicionais! Que é que fica para, durante o dia, segurar o interesse de viver no Porto. Será que o futuro do Porto será escuro de dia e brilhante à noite! O Porto da noite?
Os políticos têm a palavra, porque basta do Porto ter perdido 50 habitantes em 10 anos? Não dêem casas. Criem condições geradoras de riqueza.
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar-PORTUGAL

domingo, 14 de junho de 2009

Vastidão dos sentimentos

Vastidão dos sentidos

Sei que virás,
Estou aqui,
Aqui não estive antes,
Mas é aqui que te espero.

Não me tragas prendas,
Vem só,
Tu és a plenitude,
Só tu és a vastidão da planíce dos sentidos,
Eu apenas grão,
Muitos como eu fazem chão,
Onde te deitas.

Espero ser teu amante perfeito
Para me deitar no teu leito.
Espero-te,
Podes entrar, sem bater,
E levar-me contigo,
Mas não te preocupes em levar pelos ares
E subir a não sei onde,
Tenho tonturas,
Basta-me a planície e a sua vastidão.
Basta-me o chão.
Dele sou um grão!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(figas de saint pierre de lá-buraque)
S. Pedro da Cova, 14/06/2009

Poesia estrelada

Poesia estrelada

Desculpa, poesia,
Mas estou farto de ser parvo.

Hoje,
Venho, aqui, cumprimentar-te,
Dizer-te um poema
E ver teu lindo sorriso,
Depois batem-me palmas,
Delas não preciso,
Hoje,
O que quero é convidar-te a ir lá para casa.

Minha casa tem muitas janelas.
Vem.
Fico à tua espera.
As janelas estão abertas
E eu, numa delas,
A pensar em ti,
A ver as estrelas.

Se eu não mais aparecer,
Já sabes o que estou a fazer.
Vem.
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Autor deste original inédito:
Silvino Taveira Machado Figueiredo
( o figas de saint pierre de lá-buraque)
S. Pedro da Cova, 14/06/2009

sábado, 13 de junho de 2009

Oito poemas ao Porto,

do Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque

-Silvino Taveira Machado Figueiredo-

Gondomar




O Porto é loiça fina

Ó Porto,

mais um campeonato no papo,

no futuro terás muitos mais,

aos vencidos deves ficar grato,

porque são apenas... os demais!



Tua granítica pedra a tua força,

tu és raíz, és tronco desta Nação,

teu futebol é de fina loiça

cada jogador artista ou artesão!



Pode todo o poder de ti não gostar

ou não gostar de quem em ti mora,

não te importes, isso há-de passar,



Sabemos que o povo da cidade te adora

pelo teu nome e pelo que sabes jogar,

quem te ignora e não ama

que se vá embora.

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(in Comércio de Gondomar, 8/5/2003)


Raíz dum país

Pego num cálice de vinho do Porto,

aproximo-o dos meus lábios,

cheiro seu odor,

calculo sua idade,

meto a língua no interior,

e eis que,

por mim dentro,

entra um puco duma cidade,

raíz dum país,

seu alimento.



Quando bebo um cálice

de vinho do Porto,

sinto-me feliz!

tal é natural,

porque bebo um pouco duma cidade

e um pouco de Portugal

(in Jornal de Notícias , 703//2009










Porto vintage

O Porto é, mais uma vez,

campeão de Portugal,

coisa tão banal,

tão natural,

que quase já nem ligo,

pois é como que eu

me admirasse de ter umbigo;

coisa muito importante,

mas o Porto,

com a teimosia de ser sempre campeão de Portugal,

acaba por ter sua razão quando diz,

de modo natural,

que o Porto é uma nação em Portugal

e dele sua raíz!



Seu presidente, até já prometeu,

para o ano ser campeão, outra vez!



Dessas promessas gosta a gente,

será a coisa mais natural,

pois o Porto representa a raça,

o querer e a vontade duma cidade vencer;

a dum povo,

donde veio o orgulho de ser português,

eternamente.

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(in Jornal de Notícias, 8/04/2008)


Abram o rio, abram o mar

O Porto ficará vazio

se povo nele não morar,

o Porto ficará muito frio

se sua gente o não amar.



O Porto está ficando velho,

É preciso um Porto novo.



Aqui vai meu conselho:

Dêem o Porto ao povo.

Abram o rio.

Abram o mar.

Deixem o futuro entrar.

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(in Jornal de Notícias, 2/11/2009)











Vinho do Porto

Pés de videiras,

em encostas xistosas,

bafejadas por um sol sem igual,

dão vinhos de provas gostosas

e de doçura divinal.



Vem do Alto-Douro Douro abaixo,

a Gaia chega, para descansar,

depois, com Porto, é um bota.abaixo

para qualquer festa festejar.



No Douro se faz,

em Gaia se faz de morto,

mas Porto é um estandarte nacional,

que leva seu a muito porto.



O Porto não é um vinho banal;

é vinho que alimenta a alma do corpo

e levanta, também,

o nome de Portugal

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(in Jornal de Notícias, 9/02/2000)




Um rio de querer

Imaginem,

imaginem águas dum rio,

com águas vivas,

um rio com brio!



Não,

não imaginem,

esse rio existe,

com foz numa cidade,

aparentemente triste,

mas só aparentemente,

porque a força do seu Rio Douro

fez do Porto e sua gente,

um rio de alegria,

um rio de força,

um querer permanente!

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(in Jornal de Notícias, 20/05/1997









Porto fino, fino Porto.

Porto, Douro é o rio que te banha,

rebelos foram teus barcos,

que te trouxeram Porto fino das montanhas,

em pipas de muitos arcos!



Navegar o revolto Douro foi façanha,

muitas vidas tiveram seus carrascos,

mas dourados são teu faustos

e teu vinho de muita fama!



Foste rio tormentoso,

agora, manso, sem correria,

bebes teu Porto saboroso!



O Porto, à mesa dá alegria,

é sabor doce e licoroso;

principio e fim de poesia!

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(in Jornal de Notícias, 8/02/2008)






To the Porto

What is the place of a city,

in the time,

famous by its wine?



What is the meaning of old stones,

from where began new world,

new frontiers,

new history?



How taste a good wine?

Where is it?

Guess it.

Come to Porto,

patrimony of the World,

to feel, in the body,

-all that is so natural-

the strength of the old stones;

our open soul,

the soul of Portugal.

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(in Jornal de Notícias) 28/04/1997



Nota do Autor: Além destes tenho mais duas dúzias.

Cumprimentos a todos
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quarta-feira, 10 de junho de 2009

Expectativa abstrata

 
Posted by Picasa


O Figas,
olhando para ontem,
esperando o acontecer,
abstrato,
sem ponto exacto num facto
do seu viver,
enquanto esperava comer!
....xxxxxxx.......
No restaurante , em Celorico de Basto.

domingo, 7 de junho de 2009

Paguem aos eleitores

Em 21/10/1999 escrevi e foi oublicado na imprensa local o seguinta artigo:

"O Homem está, cada vez mais, mais materialista! Está rareando o espírito de servir sem interesse!
Fiquei de "boca aberta", quando, como delegado (independente) do PS a uma secção de voto, soube que os elementos que compunham as mesas eleitorais eram remunerados com mais de seis mil escudos, cada! Todavia, os delegados nada recebiam! Bonito!
Não acho correcto, porque os partidos devem ter, entre os seus militantes, quem deva dar o exemplo de servir, gratuitamente, o acto mais nobre num regime democrático: o de votar.

Nas subsequentes conversas, tidas com vários elementos partidários, apercebi-me que: se, antes, havia dificuldade em arranjar elementos para as mesas, agora, até já se guerreiam e alguns ficam zangados por terem sido preteridos- "é que são seis contos bons de ganhar", dizia alguém.
"Que democracia é esta: em que os da mesa recebem, mas os delegados não?", pensei!.

Realmente, parece que ainda estamos na república das bananas! Porque uns comeram-nas e os outros escorregam nas cascas!

Eu já tinha tido esta ideia, porém nunca a tinha vertido para o papel, como proposta visando a diminuição da abstenção do Povo nos actos eleitorais, porém, ao verificar a grande percentagem de abstenção, aqui vai a minha a proposta:

Já que pagam aos membros das mesas eleitorais, já que os eleitos vão comer de "bons tachos" durante quatro anos, proponho que se remunere, simbolicamente, cada eleitor, com um senha de mil escudos para o almoço ou para o lanche, em cada acto eleitoral.

Seriam, mais ou menos, uns sete milhões de contos gastos para combater a insuficiência ética de participação democrática, mas compensava!
O Povo ia votar e depois, ia para a patuscada!

Se já pagam aos que estão nas mesas, sentados, podiam dar algum aos eleitores, para petiscarem de pé, aos balcões encostados!
De certeza que as eleições seriam mais alegres; com os comes e bebes!"

Hoje, só acrescento que não concordo com o voto obrigatório, porque a abstenção seria maior na revolta do voto em branco ou nulo. Acho sim, que num sistema capitalista, já que os eleitores são juízes que ditam sentenças e, como sabemos, estes são remunerados, os eleitores, também juízes, deveriam ser remunerados.

Afinal, após o votos, os eleitos começam lgo a "mamar", mas que é que antes dão aos eleitores? Só promessas. Num sistema capitalista os votos também devem ser vendidos (não com electrodomésticos) mas postos em leilão. Por que não criar uma Bolsa de Votos?

Os Partidos poderiam fazer OPA,s, mas nada de Off-Shores. Quem desse mais levava os votos, mas tinham que dar bons dividendos durante o mandato. Esta ideia poderia dar lugar a uma nova actividade comercial; a de Corretores de Votos. Esta coisa de votar de borla, só para outros engordare, tem de acabar e passar à história. Num sistema capitalista, onde só impera o interesse do capital, vender o voto também será normal!

Já agora, adaptando a fórmula de Lavoisier: Tudo se compra, tudo se vende, nada se dá. Paguem aos eleitores. Já.