Figas no Jornal de Notícias

Figas no Jornal de Notícias
Aquando da entrevista ao JN nos seus 120 anos.

Poder

Pensamento do Conde:
O poder não reside em quem pensa que manda mas sim em quem desobedece.

domingo, 29 de março de 2009

Abril: jardim de esperança

ABRIL; JARDIM DE ESPERANÇA

No jardim de Abril,
cravos floridos,
cortados,
nas armas de soldados amigos colocados
se passearam pela cidade!
Ao seu encontro veio a Liberdade,
casamento feliz durante 35 anos,
mas, agora,
olhando os cravos,
já bastante pisados;
sinais de desenganos,
o Povo diz que os quer renovados
e outros do jardim da Esperança cortados,
porque de tantos enganos já se cansa,
e o que quer ser é ser feliz.

Quem escuta o que o Povo diz?
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar-Portugal
Gondomar, 29 de Março/2009

quinta-feira, 26 de março de 2009

Ó eu-

Ó EU

Ó eu, desculpa esta mania que tenho de querer entrar por ti dentro, sem te pedir licença, ó eu.

Que mania! Vê lá tu do que, agora, me lembrei: tirar meu olho esquerdo (o direito, para a pontaria na vida faz-me jeito) e metê-lo boca a baixo para ver como és por dentro, ó eu.

Com livre trânsito, meu olho esquerdo trataria de fazer uma completa reportagem de ti, que sou eu, mas que és tu por dentro, ó eu.

É que tu vives no meu corpo, por dentro, no mesmo condomínio, mas levas vida secreta. Nunca apareces às assembleias de condóminos, ó eu.

Escuta, ó eu. Tu mandas-me sempre recados, mas nunca apareces!

Quantas vezes, o meu eu por fora, ao querer fazer uma coisa, logo tu, ó eu por dentro, só porque te sentes com direito a metade da sociedade do meu corpo, mandas-me uma mensagem, do género:
-“Não faças isso, ó palerma”. Já ando a ficar irritado com teus recados.

Há anos atrás, eu não te ligava ou não te ouvia, mas agora, volta e meia e meia volta, estás sempre a dar palpites sobre a vida do meu eu por fora!
Por isso, ó eu por dentro, abre teus secretos escaninhos dos teus secretos fucheiros ao meu eu por fora. Deixa que meu olho esquerdo te ponha o olho em cima. Deixa-o filmar tudo. Responde a todas as perguntas. Não te escondas. Não te disfarces.
Tu adoras disfarces. Tocas a harpa de todos instrumentos, mas logo foges para esconderes tua música preferida!

Quando meu eu por fora ri tu te ris por dentro. Quando tu por dentro choras o meu eu por fora ri! Assim não nos entendemos! Não.

Eu, por fora, tenho que ser independente. Não tenho que te dar satisfações. Aliás, não sei bem em que compartimento moras no meu corpo, que é teu apartamento. Não sei se moras na cabeça,, na barriga ou no coração! Mas, quando o meu olho regressar, depois de ter lido o seu relatório, tomarei uma decisão.

Talvez tenhas mesmo que sair de mim, ó eu.

Tens vivido sempre escondido dentro, ó eu, mas o meu eu por fora é que paga as favas. Ouve cá cada uma! A ti nunca dão castigo!
Ah, mas, de certeza que o meu olho esquerdo, quando regressar ao seu lugar, vindo do teu interior, me vai contar tudo.

-“Então, que notícias me trazes, ó olho? Que viste? Como é meu eu por dentro?. Porque é que está sempre a intrometer-se no meu comportamento? Tanto é amoroso, sarcástico, irónico, crítico, corrosivo, como deixa de ser e torna ao mesmo! Porquê?”

-“Sabes, teu eu por dentro é uma nebulosa sentimental, que pulsa sob a cosmicidade do sentir e não tem forma concreta. Está sempre a evoluir!Mas ele dá-se bem contigo, com teu corpo, embora nele viva escondido! Gosta do teu sorriso, do que dizes, do que escreves, do que fazes e do teu ar maroto, mas pediu-me para não pensares em o expulsar, porque senão o teu eu por fora logo fica morto. Ele não diz que não terá problemas em fazer campismo, por algum temp, no infinito!”

Calei-me.
Agora, a cada asneira que o meu eu por fora faz, meu olho direito culpa meu eu por dentro, enquanto o olho esquerdo com ele se ri, até que um dia esta brincadeira acabe. Isto é: meu corpo ficar vazio do meu eu por dentro e ele andar por aí, vadio, na companhia do sol, da lua, das estrelas, do vento, em toda a natureza, mas sempre escondido......por dentro!
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Auror: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar-PORTUGAL
Texto escrito em Julho de 2001

quarta-feira, 18 de março de 2009

Consciência amiga

Consciência amiga!

Melhor amigo não tenho
Que minha própria consciência,
Pois é com ela que me avenho
No bem e na indecência!

Diz-me para não procurar amigos
E lhes evitar meus embaraços,
Para ter meus braços estendidos
E ajuda em firmes passos.

De amigos não faço escolha
Nem deles escolho o melhor,
Porque,
Para que um amigo seja especial
Basta ser amigo normal!

De amigos não faço recolha
Nem escolho o maior,
Qualquer normal
Já é especial!
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Autor: Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque
Gondomar-PORTUGAL

terça-feira, 17 de março de 2009

Desejos deitados


Um quarto,
quatro paredes,
mobília,
noite escura,
janelas fechadas,
lá fora estrelas em vigília,
no quarto não se passa nada,
só o meu ressonar,
o ressonar dela,
o acordar para o xixi
e novamente ressonar!

Na noite coada,
coada a madrugada,
eis hora de levantar,
e dois corpos acordados,
espantados, estremunhados,
olham-se, trocam beijos,
e já levantados olham a cama,
e nela desejos ainda deitados,
sem sinais de acordarem,
a ressonar!
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Autor des original
Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque

sexta-feira, 13 de março de 2009

Versos hipócritas

Escrevo. Que é o escrever? Que faço?
que tenho para fazer?
o mundo está mal,
passa fome,
a Terra cada vez mais destruída,
o Homem pior!
que escrevo?
que faço para melhorar a vida?

Escrevo banalidades
como outros já escreveram!
cometo barbaridades
como outros já cometeram!

Entretanto, músicos tocam belas melodias!
poetas fazem belas poesias,
mas o mundo, sempre pior todos os dias!

Todavia,
vamos falando sempre d'esperança;
a tal, a sempre desejada:
uma Terra sem ganância e a Terra respeitada.


Escrevo. Que é o escrever?
banalidades para alguém ler,
mas mesmo sempre permanecer!

Entretanto, músicos tocam belas melodias,
poetas fazem belas poesias,
nas pautas,
nos versos das hipocrisias!

terça-feira, 10 de março de 2009

Tu não sabes o valor que tens!

Tu não sabes o valor que tens,
mas eles sabem, e tu sabes quem!
Eles sabem que tens bom lombo,
(quanto mais largo melhor)

Tu não sabes o valor que tens,
mas eles sabem, e tu sabes quem!
eles sabem que tens boas pernas e bons pés,
tudo isso eles sabem!

Tu não sabes o valor que tens,
mas eles sabem, e tu sabes quem!
eles só vêem teus braços,
mãos, costas,
(quanto mais largas melhor)
tuas pernas e pés,
fazem de ti um número, um aparelho,
para fazerem um novo mundo velho,
só isso lhes interessa!

Por mais evidente que seja,
por mais evidente que pareça,
eles não vêem nem contam com a tua cabeça!

A tua cabeça não lhes interessa!

Tu não sabes o valor que tens,
mas bom seria
que aprendesses a não mostrares só teus braços,
tuas mãos, tuas costas, mãos e pés,
mas sim mostrares, primeiro, o que és:
Mulher ou Homem, que outros não comem.
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar-Portugal

quarta-feira, 4 de março de 2009

Palco

Quando surjo no palco da vida,
o expectador fica expectante,
não sabe se sou actor principal,
palhaço,
ou simples figurante!


Quando rio não faço rir,
quando choro não me levam a sério,
não sabem se sou tenor
ou menino de coro!

A vida é um palco.
o resto é maquilhagem,
com muito,
muito pó de talco!

Nem sempre quem vai na carruagem
tem do cavalo a mesma linhagem!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar-PORTUGAL

terça-feira, 3 de março de 2009

A criação do mundo florestal

 
Posted by Picasa



Eu ia a passar
quando a vi no ar
e pensei:
quem é lhe pode chegar?
Apontei a fenda
a uma amiga
ela mostrou-se ofendida
disse que também tinha,
mas escondida,
não a queria mostrar
nem a pôr ao ar!