Figas no Jornal de Notícias

Figas no Jornal de Notícias
Aquando da entrevista ao JN nos seus 120 anos.

Poder

Pensamento do Conde:
O poder não reside em quem pensa que manda mas sim em quem desobedece.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Setembro, outra vez!

SETEMBRO, OUTRA VEZ!


Este mês é Setembro, outra vez!

D’outros Setembros já não me lembro,

Mas, a este Setembro chegado

Estou eu, nele embarcado,

Neste navio de tempo, sem dono,

Mas com rumo ao seu destino;

Caminho do Outono, navegando

E pirateando a beleza dos verdes,

Os castanhos, os dourados

E, ao porto do destino chegado,

Depois de recolhido o viço do Verão,

Descarrega a melancolia da Natureza despida,

E tudo fica no chão!



A Natureza prepara-se para a letargia do sono,

E cobre-se com o manto branco do Inverno,

Até nova Primavera renascida;

Nova vida em pleno!



Ao cais do tempo chega sempre o barco de Setembro,

Neste estou embarcado, de outros não me lembro,

Mas, todos os meses me trouxeram até aqui,

Porém, não sei qual deles me leva,

Estou no cais, à espera!

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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo

(o figas de saint pierre de lá-buraque)

Gondomar

domingo, 28 de agosto de 2011

Passeios em cor-de-rosa!

Passeios em cor-de-rosa!




O Concelho de Gondomar, com a Câmara presidida por Valentim Loureiro, está no top ten das mais endividadas de Portugal!

Se, para muitos, é difiícil perceber porquê, agora fica mais fácil entender a razão de tal desvario! Claro que muitos gostam de ripostar, “deve, mas fez obra”. É verdade! Mas fazer obra com dinheiro dos outros não custa nada, até porque quem manda fazer nada paga!



Uma das obras recentes, dignas de figurar no cardápio das maneiras espatafúrdias de se gastar dinheiro público, em tempo de crise, é mandar pintar os passeios da via pública, neste caso os da Via da Conduta! A seguir, talvez, venha o envernizamento do pavimento. Ainda hoje, ao passar por lá, comentei que não tarda, após o próximo inverno, devido às passadas, aos milhões dos peões, sobre o pavimento, a tinta comece a desaparecer e o cinzento do asfalto venha ao de cima, ficando todo pintalgado de cinzento, cor de tijolo e amarelo!

Pergunto a mim mesmo se a tinta usada foi a da Valentine e qual o lobby de interesses envolvidos em tão “grandiosa obra de urgente interesse público para o bem estar da população gondomarense”! Pessoalmente, acho que com o dinheiro gasto em pinturas, seria muito melhor e de interesse geral, visto que por ali passam milhares de “atletas” por dia, praticando exercício físico, colocar, não mais um cartódromo, mas sim um check-point, médico, uma vez por semana, provido dum elemento de enfermagem ou médico, para verificar a tensão arterial dos “atletas” interessados, assim como dar informação suplementar.

Se a moda pega em pintar os passeios do Concelho, então qualquer dos eventuais candidatos à Câmara, pode, no seu programa de acção prometer pintar os passeios de cor-de-rosa! Ficariam uma maravilha e dariam a sensação dum bem estar celestial, e o pessoal ficaria contente de viver num nabal com um governador armado em pintor, além d’outros ofícios!

Mandar pintar os passeios da Via da Conduta é meter água. É má conduta nos gastos públicos! Gondomar, assim, até parece um principado do Dubai, não dos mais endividados de Portugal!

Para quando mandar encerar ou envernizar?! Tudo é possível com tal governar!
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Nota final: Já depois de ter escrito este desabafo, hoje, ao ler o JN soube que Gondomar está a ser vigiado pela Troika! Será que vão dar dinheiro para envernizar os passeios? Certo é que, depois de muitos concertos, Gondomar está a ficar sem conserto!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo

Gondomar

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Conversa celestial.

-Ó avô, um dia tu vais morrer, não vais?


-Vou.

-Então vais-te juntar com o avô Manel, que está no céu, não vais?

-É possivel. Pode ser que o encontre nas obras!

-Ó avô, mas no céu não se trabalha, só se descansa!

-Ó minha querida neta, mas a ociosidade é um pecado.

-Ó Avô, o que é a ociosidade?

-É não fazer nada. É estar na sorna.

-Mas, o avô Manel gostava de trabalhar!

-Então, o descanso eterno, para ele, deve ser um castigo!

-Pois, deve ser!

-Devia ir para o Inferno. Pelo menos, lá, uma pessoa pula!

-Jogam à corda?

-Sim, com o rabo do Diabo!

-Mas, se encontrares o avô Manel no Céu, vê lá se lhe arranjas algum trabalhinho. para estar entretido.

-Tá bem. Quando o encontrar, convido-o para almoçar, depois peço ao dono do restaurante, para lhe dar emprego a lavar a loiça.

-Mas no Céu não há restaurantes, avô.

-Ó minha neta. Então, no Céu, só se descansa? Não há restaurantes!

Sim senhor. Tu não ouves os trovões?

-Sim

-Então, fica a saber que é quando servem feijoada à transmontana, e depois, os que fazem alguma coisa, (por exemplo; os que tratam das almas mais velhinhas, empurrando as cadeiras de rodas) vão ao quarto de banho. Por isso é que as nuvens ficam negras e há os meteoritos.

-Ah!

-Quando as nuvens são brancas, é sinal que funcionam como esplanadas, para o chá das cinco.

-Ó avô, tu estás a brincar?

-Estou, porque eu só vou para o Céu se lá tiver alguma coisa para fazer.

-Podes fazer os teus poemas, para os anjinhos, por exemplo!



-Mas,os meus poemas não são para anjinhos.

Então, tu achas que se o teu avô morrer, com oitenta ou noventa anos, tem direito ao descanso eterno, com tão pouco tempo de vida!?!

Isso é um negócio da China, que a Igreja promete! Viver alguns anos e merecer o descanso eterno, como prenda!

Cheira-me a conto do vigário!

-Então não é bom?

-Sim, é como aqui na terra, em que os políticos, com meia dúzia d’anos de serviço, ganham logo direito à reforma, e por inteiro! É céu no terra!

-Então, tu podias ser político, para treinar!

-Ai minha, neta. Não há como ser criança, para dar bons conselhos! Um dia, vais perceber que ser político é ter o Diabo como conselheiro e prometer delícias celestiais! Depois vem o FMI?

-O que é o FMI?

-Acabou esta conversa. Agora, vou-te contar a história da Gata Borralheira, queres?

-Sim.Conta, avô, enquanto não vais para o céu, mas ainda demora muito!

-És uma convencida!

-O avô Manel, que está no Céu, já me tinha dito.

-Tá bem. Quando eu morrer, para onde eu for eu digo-te. Telefono-te ou mando-te um e-mail!

-Ó avô, estás a brincar?

-Vamos lá à história. Aproveitemos, enquanto o céu está azul e as nuvens são brancas!

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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Conversa celestial



-Ó avô, um dia tu vais morrer, não vais?

-Vou.

-Então vais-te juntar com o avô Manel, que está no céu, não vais?

-É possivel. Pode ser que o encontre nas obras!

-Ó avô, mas no céu não se trabalha, só se descansa!

-Ó minha neta, mas a ociosidade é um pecado.

-Ó Avô, mas o que é a ociosidade?

-É não fazer nada?

-Mas o avô Manel gostava de trabalhar!

-Então, o descanso eterno, para ele, deve seu um castigo!

-Pois é!

-Então devia ir para o Inferno. Pelo menos, lá uma pessoa pula.

-Jogam à corda?

-Sim, com o rabo do Diabo!

-Mas, se encontrares o avô Manel vê lá se lhe arranjas algum trabalhinho.

-Tá bem. Quando o encontrar, convido-o para almoçar e depois peço ao dono do restaurante, para lhe dar emprego a lavar a loiça.

-Mas no Céu não há restaurantes, avô.

-Ó minha neta. Então, no Céu, só se descansa? Não há restaurantes! Sim senhor. Tu não ouves os trovões?

-Sim

-Pois ficas a saber que é quando servem feijoada à transmontana, e depois, os que fazem alguma coisa, vão ao quarto de banho. Por isso é que as nuvens ficam negras!

-Ah!

-E quando as nuvens são brancas, é sinal que funcionam como esplanadas, para tomarem o chá das cinco.

-Ó avô, tu estás a brincar?

-Estou, porque eu só vou para o céu se tiver alguma coisa para fazer.

-Podes fazer os teus poemas, para os anjinhos!

-Os meus poemas não são para anjinhos.

Achas que, se o teu avô morrer, com oitenta ou noventa anos, tem direito ao descanso eterno?! Isso é um negócio da china, que a Igreja promete! Viver cem anos e ter o descanso eterno, como prenda! Cheira-me a conto do vigário!

-Então não é bom?

-Sim, é como aqui na terra, em que os políticos, com meia dúzia d’anos de serviço, logo ganham direito à reforma, e por inteiro! É céu no terra!

-Então, tu podias ser político, para treinar!

-Ai minha, neta. Não há como ser criança, para dar bons conselhos! Um dia, vais perceber que ser político é ter o Diabo como conselheiro e prometer delícias celestiais! Depois vem o FMI?

-O que é o FMI?

-Acabou esta conversa. Agora, vou-te contar a história da Gata Borralheira.

-Conta, avô, enquanto não vais para o céu, mas ainda demora muito!

-És uma convencida!

-O avô Manel, que está no Céu, já me tinha dito.

-Tá bem. Quando eu morrer, para onde eu for eu digo-te. Telefono-te ou mando-te um e-mail!

-Ó avô, estás a brincar?

-Vamos lá à história. Aproveitemos, enquanto o céu está azul e as nuvens são brancas!

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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo

Gondomar

domingo, 21 de agosto de 2011

Dispoas palavras.


Dispo as palavras



Oiço palavras, dispo-as,

Em cada uma vejo sedução,

Amor, ódio ou revolta!

É preciso cuidado com cada palavra solta!

Eu apanho algumas palavras,

Levo-as para a cama,

Com elas jogo dominó,

Com elas sonho que ficam todas casadas

E nenhuma só,

Mas, no final do jogo,

Já de dia, descubro que,

No meu sonho profundo,

Palavras ditas ou escritas

É que governam o Mundo;

Servem para mandar, insultar,

Matar ou explorar,

Além de fazerem poesia!



Palavras ditas, ficam no ar

Ou caem no chão!

Eu apanho algumas,

Outras não!



Nas palavras também há discriminação!

....................xxxxx.........................

Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo

(Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)

Gondomar

Dispoas palavras.


Dispo as palavras



Oiço palavras, dispo-as,

Em cada uma vejo sedução,

Amor, ódio ou revolta!

É preciso cuidado com cada palavra solta!

Eu apanho algumas palavras,

Levo-as para a cama,

Com elas jogo dominó,

Com elas sonho que ficam todas casadas

E nenhuma só,

Mas, no final do jogo,

Já de dia, descubro que,

No meu sonho profundo,

Palavras ditas ou escritas

É que governam o Mundo;

Servem para mandar, insultar,

Matar ou explorar,

Além de fazerem poesia!



Palavras ditas, ficam no ar

Ou caem no chão!

Eu apanho algumas,

Outras não!



Nas palavras também há discriminação!

....................xxxxx.........................

Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo

(Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)

Gondomar

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Ao Cássio de Melo

Dos seus sonhos,
Nos seus intervalos,
Desenhava-os,
Retratava-vos,
Pintava cavalos
E leopardos
E dava-lhes,
Na sua mente,
Imensa pradaria,
Onde a liberdade passeava,
E em cada quadro
Dava-lhes movimento!

Era pintor,
Animais gostava de pintar,
Neles resplandecendo a cor!
E nele, por eles,
Brilhava seu amor!

Aos homens dava sua comprensão,
Porque, nem sempre,
Nobres e livres,
Como cavalos e leopardos são!
Apenas pardos!

Agora, que da vida partiste,
Cavalos e leopardos,
Por momentos, ficarão parados,
Em reflexão, depois,
Na imensa pradaria da vida
Livres correrão,
Até que, alguém, tão bem como tu,
Retrate sua liberdade em quadros.

Tu podes descansar, em paz,
Nos arcos-íris das côres,
Onde tua alma jaz.

...............xxxxxxxxx.......................
Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(o figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)Gondomar

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Corpo; altar da dor e da saudade!

Quando alguém parte;
foi fogo
que de seu corpo sua alma levou!
ficando só alicerces, como altar,
no corpo de quem ficou,
onde arde a dor da saudade,
mas, com a argamassa da dor
e com pincéis procure a beleza da côr
para pintar novo interior,
nova paisagem,
onde, com claridade
sobressaia o amor
por quem partiu de viagem.

Nos corpos que ficam,
ficam como altar,
onde a dor, como fogo lavra
tentando que, dos alicerces,
a vida lavre como lavrava;
a melhor homenagem,
a quem partiu de eterna viagem,
que onde quer que esteja
na vida de quem ficou se reveja!
..........................xxxxxx...................
Autor deste original e inédito:
Silvino Taveira Machado Figueiredo
(o Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)Gondomar

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Amuado!

Amuado!

Não,
Não quero escrever por escrever,
Para quê?

Tenho que ter algo para dizer,
Mas acontece que ando amuado
E da poesia afastado!

Ela não chama
Nem eu a procuro,
Ando mais entretido com a política
E com o Governo, que aturo,
E suas lérias!
Ando ocupado com a minha crítica,
Ao Primeiro-Ministro,
Que nem três meses de serviço tem,
Mas já vai de férias,
-Vejam bem-
Para recuperar!
Para fazer reflexão!
Meditação!
Porém, quem entra para uma empresa
Só passado um ano é que tem férias,
Mas o “grande patrão” não!

Com três meses de trabalho
E com o país em crise,
Lá vai ele, o Primero, de férias,
Para reflexão!
O que me deixa amuado com a poesia,
Sem inspiração!

Um primeiro-ministro,
Rapaz novo,
Que ainda agora começou a trabalhar
E já extenuado,
Dá razão ao Povo
Para ficar amuado,
Pois no regresso de férias,
Após a sua meditação,
Deve inventar um imposto
Para o seu gelado!

Do meu já nem eu sei do pau!
Estou amuado!
............xxxxxxx.................................
Autor deste original:Silvino Taveira M. Figueiredo

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Um par de jarras

Duas jarras

Desde que conheço a casa
Elas lá estão,
Uma no centro do mesa,
Outra num móvel do corredor,
Cada uma sempre enfeitada,
Cada uma com seu odor,
Que lindas são!

Quem as vê
Não sabe escolher,
Fica pelas duas enlevado
Pelo arranjo de flores
Nelas realizado,

Ora numa cravos,
Ora noutra são rosas,
Às vezes são coroas,
Por vezes gladíolos,
Zínias, Cécias,
Lírios, Orquídeas
Misturadas entre avenca
Ou outro género de verde,
Mas daquele par de jarras
Nenhuma nunca vazia esteve!

A dona,
Muito perfecionista,
Dava uma boa florista.

Em cada semana,
É como na cama,
Faz as mudas
Com flores do seu jardim,
Felizmente que a florista;
Minha conquista,
Só enfeita as jarras,
Mas ainda não a mim!
Mas, a prevenir,
Tem crisântemos no jardim.

Se eu for cremado,
Quero que seja com flores,
Para que o ar fique perfumado
Com o perfume de cardo.
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Autor: Silvino Taviera Machado Figueiredo
(Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)Gondomar