A Europa de riquexó e a Á sia de popó!

Título: A Europa de riquexó a Ásia de popó!

As duas grandes guerras mundiais, interromperam o ainda incipiente crescimento económico, europeu, mas após o fim da II Guerra Mundial, os americanos, através do Plano Marshall, injetaram biliões de dólares para a recuperação da Europa, que, lentamente, se levantou-se do chão, produzindo bens, necessários para a sua reconstrução, uso e consumo interno, passando, depois à busca de novos mercados Agregado à regalia de se ter emprego agregaram-se outros bens sociais; direito à saúde, às férias, à educação, à reforma, etc. O Ocidente democrático, evidenciava supremacia técnica e social sobre o resto do mundo! Duas filosofias de organização da sociedade digladiavam-se, uma, social-democrática, assente na participação dos cidadãos na eleição, por voto secreto, de vários órgãos estatais, com mandatos definidos, revalidados ou não! Outra filosofia, defendia maior centralismo de decisão; vértice duma pirâmide, cujas bases pouco participavam na definição das metas políticas e sociais, a atingir, apenas delas se exigindo o cumprimento dos objetivos, vindos de cima! Por fim, a queda da filosofia do comunismo, como melhor organização da sociedade, levou ex-regimes comunistas a cederem à tentação da maçã do modelo do desenvolvimento ocidental, permitindo que brancos os ensinassem a produzir boa lixa, (bem abrasiva!) com a qual agora bem os lixam!

Ou seja, América e Europa, industrializaram-se, enriqueceram e começaram a andar de automóvel, de avião, de iates, etc. enquanto na Ásia era de riquexó. Isto faz-me lembrar o Coronel Custer, que pereceu, juntamente com o seu famoso 7º de cavalaria, na batalha de Littlehorn, porque encontrou índios armados com espingardas Winchesters, iguais ou melhores do que as dos seus soldados! Tinha passado o tempo dos arcos e flechas! Mas, quem vendeu as armas aos Índios? Brancos, claro. Agora, a cena repete-se; outros brancos vendem e ensinam tecnologia a ex-comunistas, mas esqueceram-se dos bens sociai e não se importando com desumanas condições de trabalho, fechando os olhos, porque a cupidez do lucro fala mais alto! Assim, a mão de-obra chinesa, quase escrava, a cinco euros por dia, permite exportação de bens, produzidos, em condições desiguais, para a Europa, originando a sua desindustrialização, a falência das empresas e o aumento avassalador do desemprego, que vai ser durante muitos anos, porque a Ásia tem biliões de trabalhadores, para serem usados e deitados fora.

A China tem tido crescimento económico na ordem dos 10%, ao ano, enquanto a Índia anda por lá perto! Agora, em Portugal queixam-se que ganhar quatro euros à hora é pouco! Os chineses ganham seis, mas por dia! Admiram-se? Rezem para que não importemos enfermeiros chineses. Parece que chegou o reverso da medalha: Se calhar, agora serão os tesos europeus a andarem de riquexó, mas os chineses com brutos popós, com muitos cavalos! Para já, já nos cortaram férias e subsídio de Natal. Ao reduzir salários, subsídios e regalias até agora usufruídas, e já sem poder de compra, não admira que, se só remunerados com uma tigela de sopa, por dia, importemos menos e exportemos mais!

Será que vamos ter uma Ásia capitalista e uma Europa comunista, com um Mao Tzé Tung? Ou então, teremos que fazer uma muralha à volta da Europa.

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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo

Gondomar