Figas no Jornal de Notícias

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Aquando da entrevista ao JN nos seus 120 anos.

Poder

Pensamento do Conde:
O poder não reside em quem pensa que manda mas sim em quem desobedece.

domingo, 4 de novembro de 2012

Alpinistas judiciais!




“Alpinistas” judiciais!

Ao ler a notícia, no JN, de hoje, que o Major, mais uma vez vai recorrer sobre a execução da pena da perda do mandato “que neste momento exercer”, dei comigo a pensar que em nos Palácios da Justiça, os pobres (sem ofensa) são “bobos” da corte enquanto os “nobres” se passeiam, em ricos trajes, empinando narizes e cobertos de brilhantes recursos judiciais, perante as majestades dos Juízes!

Em roda de amigos, costumo dizer que a Justiça é igual para todos, mas é como uma escada com muitos degraus, onde só sobe quem pode e donde se cai ileso ou ferido!

Outra analogia é a Justiça ser como uma alta montanha, a cujo alto cume só bons “alpinistas”, com dinheiro para sofisticados materiais, dos Alpes suíços, conseguem chegar! Os casos de Isaltino Morais e Valentim Loureiro, que foram pronunciados, julgados e condenados, mas nem um foi para a cadeia nem outro perdeu o mandato, são exemplo destes “alpinistas”, peritos em recursos para subirem degraus até ao cimo da escada ou cume da montanha judicial! A cada condenação respondem com mais uma apelação! Sobem mais uns degraus e Advogados e Estado agradecem, pelos honorários e custas que recebem!

Já é tempo da Troika, a exemplo de mandar cortar em tudo, também exigir cortes nos recursos judiciais! A Justiça quer-se célere enão um interminável espetáculo circense de acrobatas e palhaços, em números bufos, perante Juízes, que deviam ter mais juízo!

Estes “alpinistas”, já têm idade para terem juízo, porém, quanto mais velhos mais refinados na teimosia! Deram-lhes o brinquedo do Poder, agora não o querem largar! São uns egoístas! Só de rastos é que largam o brinquedo Mando! Os pobres, esses, na sua maioria, quando vão a Tribunal ficam-se logo pelo degrau da primeira instância!

Para quando a diminuição dos recursos disponíveis? Ou é só cortar nas Freguesias, Câmaras, Empresas Municipais, Institutos Públicos, na Educação, na Saúde, nas Fundações, mas na Justiça não se corta nos infindáveis recursos judiciais?!

Para já corte-se a designação de Palácios de Justiça para darem lugar à denominação de Lugares de Justiça, porque Palácios são para palacianos, não para Povo, enquanto Lugar de Justiça é mais abrangente.

Já agora, que os Juízes deixem, neste mundo, dito moderno, de vestirem como na Idade Média. Não me venham com a treta da manutenção da tradição, porque na Idade Média a justiça era muito mais rápida, quase sem recursos! Então, porque não cumprem a tradição de julgar rápido, sem muitas delongas e sem Sindicatos nem Ordens!

Autor: Silvino Figueiredo

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