Figas no Jornal de Notícias

Figas no Jornal de Notícias
Aquando da entrevista ao JN nos seus 120 anos.

Poder

Pensamento do Conde:
O poder não reside em quem pensa que manda mas sim em quem desobedece.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Nada de novo sob o sol

Nada de novo sob o sol!

Desde os primórdios, que o Homem procurou sustento para a sua sobrevivência.
Primeiro foram os frutos silvestres, a pesca, a caça e, já mais tarde, com o desenvolvimento da agricultura, foi a terra que, graças à sua capacidade de produzir bons pastos ou cereais, originou a fixação de povos inteiros durante séculos até à revolução industrial, e esta, com seu desenvolvimento, depressa captou os braços ocupados na lavoura para si e, por arrastamento, para o comércio e serviços. Em escassos dois séculos, a agricultura deixou de ser a actividade principal do pessoal activo passando para as novas ofertas de trabalho, que ofereciam rendimentos superiores e com menor esforço e mais regalias! Pouco a pouco, a terra deixou de ser sinómino de fixação dos povos, tendo então começado os fluxos migratórios em direcção aos grandes centros industriais, situados em vários países, onde a Revolução Industrial florescia, com a oferta de revolucionários produtos para a melhoria do bem estar humano. Hoje em dia, é uma percentagem residual que se ocupa na agricultura, mas que, graças à alta tecnologia, abastece os supermercados dos bens necessários. A grande maioria dos braços activos estão nas áreas do comércio, serviços e turismo!
São as remunerações obtidas nestes sectores que permitem uma vida moderna de ter casa com boas condições; bom salário, férias, subsídio de Natal, ter carro, assegurar a educação dos filhos e acesso à protecção na saúde de cada um e da família, assim como perspectiva de boa reforma! Não mais a tradicional exploração dumas pequenas leiras, mais um porco ou dois, com os respectivos presuntos a defumar numa casa de xisto, sem condições e mais uns alqueires de milho pão garantem a vida moderna desejada.

Os povos, desde sempre, foram imparáveis nas suas migrações. Hoje, assiste-se ao nomadismo de populações africanas emigrarem para a Europa ou para a América. Veja-se a alta pressão dos mexicanos em saltar o muro para os States! Veja-se a pressão dos africanos em invadirem a Europa, por qualquer brecha! Porém, quando a indústria claudica, por acausa de qualquer anomalia, seja por crise financeira ou outra, os povos não se fixam na terra, mas tentam logo migrar para junto de fontes de ocupação que garantam a retoma do estatuto perdido! Porém, não é mais a actividade agrícola que seduz ou que satisfaça as necessidades pretendidas, que vão muito par além da antiga e frugral maneira de viver, quase que sem luxos, porque luxos não havia!
Para a maioria, entenda-se.

Tomei conhecimento, através duma reportagem na televisão, que na Freguesia de Santa Cristina de Longos, Concelho de Guimarães, em quatros anos a população passou de 2000 pessoas para 800, devido ao facto do encerramento de fábricas de calçado e de cutelarias. Estes 60% de população perdida emigrou para Mónaco, sul de França e para Angola. Certo é que não se fixaram na terra! Deram o salto!

Daqui para a frente, com o derrube das fronteiras, com a flexibilidade das leis laborais, com a permanente deslocalização das fábricas (tipo circo itinerante) dum continente para o outro, quase que não mais se justificará perspectivar ter casa fixa, mas sim uma auto-caravana, para trabalhar um ano num sítio, mais dois ou três noutro, e assim sucessivamete, com a casa às costas e com um Magalhães na mão!

Será a circum-navegação laboral de cada português. Ficar na terra a cavar é que não! Navegar é preciso, dirão. Mas será que isto é novidade! Se a malta anda pelo mundo a passear, então não será novidade andar por esse mundo, a "caçar"! Não há nada de novo sob o sol!
....................xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.................
Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar-Portugal

Sem comentários: