Figas no Jornal de Notícias

Figas no Jornal de Notícias
Aquando da entrevista ao JN nos seus 120 anos.

Poder

Pensamento do Conde:
O poder não reside em quem pensa que manda mas sim em quem desobedece.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Regionalização? Qual?

Regionalização? Qual?
Normalmente, quando alguém está mal dentro dum grupo, pensa que a solução é dele saír, convicto que vai para melhor!
Todas as decisões devem ser maduramente ponderadas, com equilíbrio e bom senso, não só com emoções!

Quem defende a regionalização, tende a pensar egoísticamente, que ficará muito melhor, porque julga que vai só receber mais e nada dar!

Portugal, em si mesmo, já é uma região de Espanha. Nas regiões espanholas (antigos reinos) algumas do tamanho de Portugal, que se saiba não houve regionalizações!

Em Portugal, uma pequena região, ataca-se muito Lisboa, porque gasta o que Porto produz, vivendo “à grande e à francesa”, como gostam de dizer. Mas, vamos lá reflectir: Lisboa tem culpa de ter o Estuário do Tejo, um dos maiores, senão o maior da Europa? Tem o estuário do Sado e tem Sines!
Lisboa desenvolveu-se essencialmente pela sua posição estratégica no apoio ao tráfego marítimo de pessoas e bens!
O Porto, também ele se desenvolveu devido ao seu Rio Douro, que permitiu os escoamento dos vinhos durienses e a expansão da indústria téxtil.

O Algarve desenvolveu-se porque tem praias e sol, tendo beneficiado do progresso do pós era industrial, que originou o aparecimento de classes endinheiradas, que nele gastam e investem!

O recente caso de Viana do Castelo recusar, por referendo, integrar a comunidade de municípios do Minho e Lima, é um bom exemplo para reflexão! Porquê?
Porque, segundo o seu Presidente, Defensor Moura, iria perder dinheiro e peso político na região.

Imagino que aqueles que querem regionalizar, por exemplo conseguir uma região norte, estão a pensar em receber mais e não a dar.
Ora, só o dsitrito do Porto tem quase 1.900.000 habitantes, que comparados com os poucos mais de 170 mil do Distrito da Guarda, mostra a abissal diferença entre os dois. O distrito da Guarda tem menos habitantes do que o Concelho de Gondomar.

Visto de Trás-os-Montes, os transmontanos tem as mesmas queixas em relação ao Porto que os tripeiros têm de Lisboa! Será que os que defendem uma região Norte admitem que a sua Capital seja num dos Concelhos de Vila Real?
E a Região de Lisboa aceitaria que a capital da região ficasse em Portalegre? Também teria de abdicar de grande parte das suas receitas a favor do interior! Estou mesmo a ver o pessoal a torcer-se todo!

O distrito de Vila Real não chega aos 220 mil habitantes, com os 170 da Guarda, totalizam pouco mais de 20% da população do Distrito do Porto!
Depois, há que pensar que os dinheiros, nos dinheiros a que a região têm direito, pela sua área e pela sua população. Devem ser aplicados nas regiões menos desenvolvidas, ou seja inversamente proporcional ao desenvolvimento actual da cada uma. Será que ao criar-se uma região, onde Aveiro, esteja inserido, esta vá desenvolver Viseu e a Guarda? Esperem sentados! Acho que não.

Foi essa a razão, pela qual qual Viana não quis abdicar dos seus fundos para o seu desenvolvimento concelhio a favor de melhor desenvolvimento homogéneo da região do Minho e Lima.
Ou seja, Viana coçou para dentro! Não quis dividir os benefícios do seu porto de mar. Será que, o Porto dará às regiões do interior o que Lisboa não faz? É que nisto da regionalização todos pensam em só recebder, não em dar!

Nós entramos na Europa e recebemos, durante anos e anos, milhões a fundo perdido, mas não me parece que, com a nossa mentalidade, o Porto abdique dos seus dinheiros a favor de Vila Real ou de Bragança!
Se eu mandasse, durante dez anos, pelo menos, os dinheiros a ser transferidos para os ricos Concelhos do Litoral seriam reduzidos em 50% e o capital ganho seria posto à disposição dos Concelhos pobres do interior, para apoiar projectos de fixação de empresas e pessoas.

Os verdadeiros defensores da regionalização devem apoiar este ou outro esquema semelhante e não devem “empancar” naquela parte do Pai-Nosso, que é o “venha a nós”, e daí não saem!

Se os pequenos de cada região estão à espera que os grandes da sua região constituída sejam solidários, podem tirar o cavalinho da chuva, senão morre de pneumonia!
Viana deu o exemplo!
Outra coisa, antes de regionalizarem vejam os gastos actuais com as actuais Câmaras; seus presidentes, assessores, Juntas de Freguesia, etc, e vejam lá os ganhos conseguidos na tal regionalização! Não faz sentido a existência de mais de 4400 freguesias (muitas nem 500 eleitores têm) assim como as masi de 300 Câmaras. Está tudo obsoleto. Reduza-se a 50%, pelo menos, e já se ganha em “regionalizão”.Por ora fico-me por aqui.
Respeito quem queira a regionalização, mas não contem comigo e não me venham com a treta das regionalizações espanholas. O que houve foi o respeito (forçado) pelas antigas áreas que foram reinos: Leão, Aragão, País Basco, Navarra, etc. Aliás, Portugal já está regionalizado quase há mil anos! Falta nacionalizar as mentes!
Dividir não aumenta a Unidade
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Cumprimentos do Figas( um nortenho, mas que não vai na cantiga de que o Porto é uma Nação.Par mim, Portugal deve integrar, cada vez mais, um espírito de unidade universal, não individual.
É preciso que cada um, ao olhar para o seu umbigo veja a curta distância até ao chão! Verá que é um anão!

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