Figas no Jornal de Notícias

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Aquando da entrevista ao JN nos seus 120 anos.

Poder

Pensamento do Conde:
O poder não reside em quem pensa que manda mas sim em quem desobedece.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Micro Identidades!


MICRO IDENTIDADES!

A atual questão de redução do número de freguesias, agregando vários territórios numa só freguesia, mostra o paradoxo dos nossos políticos autarcas, que defendendo e beneficiando do desenvolvimento da sociedade defendem a manutenção duma estrutura administrativa territorial vinda do século XVIII!

Mouzinho da Silveira, numa das suas reformas, reduziu de oitocentos concelhos para o número atual de pouco mais de trezentos! Com essa reestruturação, muitas freguesias, herdeiras do modelo paroquial, tiveram que integrar outros concelhos! Claro que, à época, não havia participação do povo nestas questões. Como hoje, mas sob roupagem diferente, as mudanças são sempre impostas, vindas de cima, ou porque devido a lutas políticas internas ou impostas por terceiros, que é agora o caso da Troika a impor esta redução de freguesias, porque da nossa parte ficaria para as calendas gregas! Normalmente, o Povo, sempre menos esclarecido, sempre manobrado por políticos; quais pastores que querem preservar suas ovelhinhas no redil, não vá o inimigo tosquiar sua lã, vai na cantiga de quem invoca falsas e micro identidades territoriais!

No caso de Gondomar, com doze freguesias, que hoje são só quase apenas gestoras de espaços para mortos e não para circulação dos vivos, mendigando esmolas às Câmaras, exemplo clonado por centenas de municípios, rejeitou, por duas vezes, em Assembleia Municipal, a redução de freguesias. Nem uma menos sequer! Todas imprescindíveis! Por sua vez, os fregueses, de cada freguesia, (educados pelos mestres) clamam justificações de que a sua freguesia não tem nada a ver com a próxima, esta também não com outra e esta com aquela outra! São as tais micro identidades! Mas, afinal, se em Gondomar são todas diferentes, onde estão os Gondomarenses?! São povos diferentes em cada freguesia? De diferente cor? Com língua diferente?

A experiência histórica diz que os poderes e interesses instalados resistem às mudanças, por receio de perderem seus tachos, neste caso arengando sacrossantas micro identidades territoriais que, segundo eles, quais raças arianas, não podem ser miscigenadas com povos da vizinhança! Por este exemplo se vê a hercúlea tarefa da busca da união na Europa e da identidade europeia, pois cada um, estando no grupo, só pensa no seu interesse individual. Ou seja, através da participação no coletivo querem defesa-comum, mas ninguém quer ir para a tropa!

Portugal só foi grande no tempo dos Descobrimentos! Daí para cá só temos tido o gosto de ser pequeninos! Por mim, acabava com todas as freguesias nas grandes áreas metropolitanas, passando os edifícios a Lojas do Cidadão e as atuais Câmaras a desempenhar o papel de Juntas de Freguesia, subordinadas ao poder central duma só Câmara para toda a área metropolitana. Mas, isso, infelizmente, só acontecerá no tempo dos meus bisnetos, como várias Troikas pelo meio. Já agora, quando é que Gaia e Porto se juntam? De que é que estão à espera? Seria outra Budapeste. Eu sou por Porgaia.

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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo

Gondomar

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