Figas no Jornal de Notícias

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Aquando da entrevista ao JN nos seus 120 anos.

Poder

Pensamento do Conde:
O poder não reside em quem pensa que manda mas sim em quem desobedece.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Candidatos paus para todas as colheres?!

CANDIDATOS PAUS PARA TODAS AS COLHERES!?


Genericamente, os políticos da nossa praça acicatam e usam a emotividade para guiar o eleitorado, qual rebanho de ovelhinhas para as opiniões por si defendidas, embora, muitos deles, no papel de “pastores do rebanhos”, apenas cumpram ordens dos donos dos pastos políticos! Se usassem mais racionalismo e menos emotividade haveria maior o consenso possível. Assim não. A análise fica muito limitada! A ilustrar esta prática temos a recente reforma, ordenada pelo Governo, da agregação de freguesias, com o fim de adaptar a organização territorial de Portugal, vinda do século dezanove, aos tempos modernos!

Não faz sentido algum, num mundo moderno, que largou carroças, burros, iluminação de velas e azeite, comunicação por mensageiros e pregões nos pelourinhos, que passou ao mundo dos automóveis, aviões, Internet, Rádio, Televisão, idas à Lua, que políticos defendam um sacrossanto e cristalizado modelo, com quase duzentos anos!

Exemplo de subserviência a interesses vários e a prática do sim senhor e genuflexões contínuas verificou-se em diversas Assembleias Municipais que, quando chamadas a pronunciarem-se, votaram, por unanimidade na manutenção do modelo vigente. Por exemplo: os Presidentes de todas as Juntas de Gondomar (12) votaram todos contra a agregação! De admirar que nem tivesse havido uma abstenção? Não. Não, não é para admirar, porque quem nasceu para servi só sabe ajoelhar!

Agora, uma vez consumado o plano de fusão/agregação de várias freguesias, resta desejar que saibam fechar as capelinhas e comecem a construir catedrais, para que deixem de pensar nas freguesias que se foram, mas sim no que agora são. Não vá, agora, as Assembleias de Freguesia serem palco de gladiadores das freguesias agregadas, com cada um a lutar pela sua junta defunta, esquecendo-se da recém-nascida!

Será que, em África, os países construídos a régua e a esquadro (Angola e Moçambique, por exemplo) por nações europeias colonialistas, com vários povos no mesmo território, uma vez independentes defendem pelas partes ou pelo todo?

Em Portugal o Povo é o mesmo, e se é certo que a reforma foi feita de cima para baixo (manda quem pode) e com pouca participação de baixo para cima, não podemos defender a utopia do poder locar mandar no central.

Agora, que a agregação está em marcha, curioso é notar que, muitos dos que, unanimemente, não queriam ser agregados, invocando a perda de identidade e especificidades próprias das suas freguesias, alguns estejam, agora, já dispostos ou mandados, quais “paus para toda a colher”, pelos donos dos pastos políticos a serem candidatos a governar o novo território gerado pela agregação! Como diria o saudoso Fernando Pessa : “E esta, hein?”

Sugiro que quem votou pela manutenção do modelo antigo não possa ser presidente do moderno, caso contrário criará a desconfiança, entre o eleitorado total, de que irá defender só a sua antiga freguesia. Por isso, recomendo que saibam fechar as capelinhas de interesses e comecem a construir uma catedral de desenvolvimento económico e social nos territórios agora agregados, ou seja: que vilas e cidades, agora unidas, saibam beneficiar da massa territorial acrescentada e fazer valer o seu novo peso político a todos os níveis.

Por mim, um Gondomarense, que passou a ser um eleitor do território agregado das antigas freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova, assumo que sou um Fanpedrense, que dará algumas sugestões para o seu bem -estar. Todavia, sendo eu S. Cosmense de nascença, saúdo a união de Valbom, S. Cosme e Jovim, três freguesias numa, que ficam com a maior frente ribeirinha gondomarense sobre o Rio Douro. Que saibam dinamizar todo o seu potencial económico, em todas as vertentes.

Assina um Gondomarense:

Silvino Taveira Machado Figueiredo

Gondomar

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