sexta-feira, 30 de agosto de 2013
Névoa
NÉVOA
Duma névoa,
Do céu do tempo infinito,
Surgiu um vulto
Perante os presentes,
Também já de névoas saídos
E a si parecidos!
O vulto tinha um letreiro na testa:
“Poeta”!
Vinha montado numa égua de palavras
Que foram aladas, recitadas,
Escouceadas,
Dizendo que da névoa, donde vinha,
Era para lembrar aos animais racionais,
Que as névoas são disformes,
Como os todos os homens!
E que a eles não se aplica a verdade matemática;
De que
"a soma dos quadrados dos analfabetos é igual à ciência do quadrado da hipotenusa."
Não. o poeta; um noesis
Disse que o conhecimento aumenta quando à névoa se eleva!
Depois, o poeta, na égua das palavras montado,
Foi-se embora!
E agora névoas?
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar
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