Figas no Jornal de Notícias

Figas no Jornal de Notícias
Aquando da entrevista ao JN nos seus 120 anos.

Poder

Pensamento do Conde:
O poder não reside em quem pensa que manda mas sim em quem desobedece.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

A fé e seus acotos comerciais

A FÉ E SEUS ACTOS COMERCIAIS (printed)

Este assunto é melindroso. Leitores deste texto, após algumas linhas, vão-me chamar hereje, comuna, ateu e quejandos, mas eu ralado. São uns santos!

Então é assim: o Homem é um ser sem Fé. O que chama de Fé é não passa dum mero acto comercial. O que faz, à semelhança do que tenta fazer com o ambiente, é moldar os deuses aos seus desejos. Inventar rituais para mitigar sua má consciência!
Um deus não nasce, faz-se!

Relações entre homens e deuses são relações comerciais, não de Fé. Todo o folclore à volta dos rituais, além dos dogmas, vão mudando por vontade dos homens, mais não são que demonstração de obediência colectiva perante teólogos e teocratas, que de religiosos nada têm, mas sim apenas “pastores”, que tentam perpétuar a obediência das ovelhinhas e determinar tempos da tosquia da sua lã financeira! Um deus não nasce, faz-se! Fazem-no!

O acto de fazer oferendas aos deuses não é mais que uma tentativa de suborno;
ora para que faça chuva, para que faça sol, para livrar um filho da tropa, da doença, para que o clube fique campeão, para que saia o euromilhões, a lotaria, não perder nas acções, sair da crise, arranjar amores, desfazer maus olhados, etc, etc. Enfim, crendices!
Um deus não nasce, faz-se

Depois de muito oferecer, de muito rezar, de pedir a todos os deuses e santos, se o que pede é realizado acontece logo é considerado milagre e os representantes dos deuses recebem o prometido, caso contrário nickles! Surge a descrença e o rogar de pragas aos deuses, que não atendem os pedidos dos suplicantes. Há ainda a parte comercial de comprar bulas e indulgências para acesso facilitado ao Paraíso! Há ainda quem, fazendo promessas, paga a terceiros para as cumprir em seu lugar. Há os que, tendo dinheiro, morrendo um familiar encomendam muitas missas (mau sinal) para que o defunto tenha as boas graças divinas, não vá Deus (a julgar pelas conhecidas barbas, já um pouco velhote) pode esquecer-se!

A discriminação também reina na entrada do Paraíso. Quem mais tem mais cunhas mete! Acho que, também neste caso, o Governo devia dar um subsídio social mínimo para missas a cada morto dos lares sociais. Seriam as missas mínimas! Tipo vacinas contra o Inferno! Pelo menos quatro por ano, como as estações!

Sou do tempo em que, em Gondomar, quando morria alguém, com posses financeiras para impressionar sua dor pela partida do querido defunto, ( nem que fosse um estupor) a família contratava um grupo de mulheres; as carpideiras, que se ponham, momentos antes do levantamento do corpo, em altos gritos de pesar! Ai meu meu Deus, era mais um “santo” que partia! Tudo isto, muitas vezes, acompanhado dum numeroso grupo de meninos órfãos, vindos dos orfanatos do Porto, de capa negra e cabeça rapada. A troco duns trocados, serviam para dar um ar de grandiosidade à alma que partia!

Conclusão: Se houver dinheiro criam-se lobbies para corromper S. Pedro!
Por isso, digo que a Fé e seus actos folclóricos são meros actos comerciais.
Um deus não nasce, faz-se!

O pessoal confessa-se, recebe a extrema unção e finge que vai lavado de alma e perodoado dos pecados. É como firma que pede auditoria às contas, em que auditor diz estar tudo certo, mas depois verifica-se trafulhice e os seus gestores vão presos, embora, como o Dias Loureiro, digam que não se lembram de nada. Talvez nem se lembrem de term vivido!
Quantos não irão daqui, com certificados de garantia de vida santa, direitinhos para o Inferno, se é que o há!? As suas pseudo boas acções não têm qualquer valor na bolsa celestial!

Só para efeitos exteriores, e como acto de subimssão, os homens gostam de dizer, em relação ao divino, “Seja feita a vossa vontade”, porém o que gostam é seja feita a vontade humana, porque pensam que os deuses devem servir os homens, não o contrário. Um deus não nasce, faz-se

Ao longo da história, o Homem tem criado milhares de deuses e de religiões, do tipo usa e deita fora, para correcção de comportamentos imorais e não éticos .
Na impossiblidade das ameaças dos castigos humanos susteram bestialidades humanas criaram imaginárias penas eternas, decretadas por imaginários deuses!
Um deus não nasce, faz-se!

O caso ainda ficou mais agravado com a vinda de Cristo, dizem que deus feito homem, que ensinou o venha a nós e o perdoai-nos senhor. Ou seja, o pessoal pode fazer todo o tipo de asneiras, porque há sempre um deus que perdoa!
Um deus não nasce, faz-se!

Além do mais, se realmente teolólogos e teocratas acreditassem no que pregam, e passasem da teoria à prática, seriam os mais humildes de todos nós, sem o capitalismo e ostentação evidenciados e sempre encostados ao poder!
Um deus não nasce, faz-se!

Esta é a minha opinião. Só concorda quem quiser.
Não me importo que acreditem em deuses, mas não me obriguem a acreditar.
Um deus não nasce, faz-se! Eu faço o meu.
Aliás, em caso de aperto, dizem:-“Ai meu Deus”.
Por isso, embora dizendo que só há um Deus, mas cada um tem o seu!
Um Deus não nasce, faz-se! Cada um tem o seu!
......................................xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx...........................
Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar

Sem comentários: