Figas no Jornal de Notícias

Figas no Jornal de Notícias
Aquando da entrevista ao JN nos seus 120 anos.

Poder

Pensamento do Conde:
O poder não reside em quem pensa que manda mas sim em quem desobedece.

sábado, 11 de julho de 2009

O JN deu um pontapé na poesia!




O JN deu um pontapé na poesia!
Já estava avisado, desde semana passada, mas esperei para crer. Sim, é verdade!
Como diz o poeta; “o mundo é composto de mudança”.
Também a poesia, que tinha lugar de honra no JN, levou um pontapé. Foi para a rua, que valores mais altos se levantam! Foi bom enquanto durou.

Era no JN que poetas populares, aqueles que, de vez em quando, punham em versos seus sonhos, suas críticas, seus amores e viam seus poemas vir à luz do dia!
Aliás, o JN, honra seja feita, foi sempre um jornal com maiores ligações ao povo, nomeadamente ao da zona norte do País. Daí ser natural a realização do concurso de quadras ao S. João, Não sei se tal concurso também vai acabar. É natural.
Isto dos jornais está a dar uma grande volta! A mudança de paradigmas de acesso à informação também os atinge!
Quando a informação em papel nos chega às mãos já dela, antecipadamente, sabemos, tanto pela rádio, pela TV ou pela Net! Além do mais, os jornais, quase que metade das suas páginas só trazem publicidade! Ora para ler publicidae há os jornais gratuitos.

O leitor não precisa de pagar papel. O futuro da informação tende a evoluir para plataformas e suportes electrónicos em detrimento do papel.

As vendas de jornais diários tem caído acentuadamente nos últimos anos, por isso é natural que os jornais tentem diminuir custos, sacrificando os poetas, que, como se sabe, são vistos como idealistas e não dão a ganhar muitos carcanhóis. Por isso, rua poesia!

Por mim, que desde sempre mandei alguns dos meus poemas para o JN e tive o prazer e honra de ver a publicação de muitos deles, assim como vários artigos, só me resta agradecer. Tudo que mandei, por carta ou e-mail, foi sempre acompanhado “para eventual publicação”. Também muito do que enviei não viu a luz do dia.
Reconheço que o JN é dono do espaço, eu dono do que escrevo sem ser obrigado a enviar para publicação para quem quer que seja.
Por isso estamos quites. Cada um segue seu caminho.

Por fim, deixo uma sugestão. Ao longo de décadas, o JN publicou poemas dos seus leitores, e nele surgiram lindos poemas sobre vários temas, inclusive muitos dedicados à cidade do Porto, além de outros temas!
Como o Jornal de Notícias tem editora própria, seria ótimo que alguém, o Pina, por exemplo, e mais alguém, fizessem uma colectânea, aí com uns duzentos poemas dos leitores. Podia ter o título de “Poemas de Poetas Leitores”.
O JN fazia uma edição, inseria-a na normal distribuição comercial, e o produto da venda podia reverter para a UNICEF ou outra insituição do género. Também não ficaria mal, aí em Coimbra, o JN promover e organizar um encontro, como despedida e para se conhecerem, de todos os poetas que colaboraram. Iria quem quisesse e pudesse e cada um pagaria o seu! Quanto à poesia, ela saiu do JN, mas anda por aí, como o Santana!
Sou quem sabem, até um dia, com poesia.
Silvino Taveira Machado Figueiredo
(o figas de saint pierre de lá-buraque)
S. Pedro da Cova- Gondomar

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