Figas no Jornal de Notícias

Figas no Jornal de Notícias
Aquando da entrevista ao JN nos seus 120 anos.

Poder

Pensamento do Conde:
O poder não reside em quem pensa que manda mas sim em quem desobedece.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009


TORRADA POLÍTICA
-“Há tanto tempo que tinha aquela torradeira eléctrica!”, lamentava-se!
Meu amigo tinha-a comprado num ano, em que por coincidência, um candidato em Gondomar as oferecia grátis e que com elas ganhou a Câmara!
Aquela torradeira do meu amigo era de robusto fabrico alemão e tinha durado até agora!
Sexagenário, de hábitos frugrais, meu amigo gostava de pequenos-almoços simples. Um clássico galão ,com uma boa torrada, e logo ficava pronto para as agruras da crise! Agora, descoroçoado com sua torradeira avariada, desabafou que, devido ao elevado défice financeiro pessoal, pensara em ir à Câmara ver se haveria alguma de sobra. Visto atravessarmos, novamente, um período eleitoral podia ser que tivesse sorte! Respondi-lhe que tal era improvável, porque na altura foi uma promoção pessoal do candidato! Agora, seria mais fácil ele apanhar um ida, de borla, a Fátima, uma exursão Rio Douro acima ou lugar num dos almoços grátis, ou uma ida de avião a Lisboa!
-“Não. Nunca apreciei muito o rancho de tropa. As batatas nunca prestavam ou nunca chegavam!” retorquiu-me.
Eu não percebi onde ele queria chegar. Que raio! Que é que as batatas tinham a ver com as torradeiras?
Continuei: -“Se fosses árbitro terias mais facilidade em obter um apito dourado do que, agora, uma torradeira”.
-“Sabes? Já decidi. En qunto isto não melhora vou comprar um torradeira numa loja dos chineses. Não tenho que aturar discursos eleitorais de como se governa para as pessoas, não para benefício próprio!"
-“Vê-se”, interrompi.
-“Depois, quando a coisa melhorar compro outra, de boa marca.
-Tu mandas. Até porque o candidato, que ofereceu torradeiras, e que se recandidata, diz que os Gondomarenses é que mandam!”. Disse eu.
-“Tu acreditas?”, perguntou-me
-Não sei. Depende se precisam ou não de mais torradeiras, mas, normalmente o dado sai caro”.
Despedimo-nos. Fiquei a pensar nas batatas. Será que tem a ver alguma coisa com os nabos de Gondomar?

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