Figas no Jornal de Notícias

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Aquando da entrevista ao JN nos seus 120 anos.

Poder

Pensamento do Conde:
O poder não reside em quem pensa que manda mas sim em quem desobedece.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Trezentos cavalos mal ferrados!

Era um bom negociante de gado. Especialista em gado asinino. Lentamente, de feira em feira, foi vendendo burros de melhor condição, até porque beneficiou dum subsídio para criar a espécie, em vias d’extinção! Não. Não era burro nenhum! Tanto é que dos muitos subsídios, que recebeu, poucos burros se viu, a não ser um Mercedes, de trezentes cavalos, novinho em folha! Aliás, de burros já tinha passado para o negócio de cavalos, e já era frequentador da feira da Golegã! Quem via desfilar seus burros e cavolos ãhs de espanto exclamava!

Como a sua ascensão económica foi muito rápida, ele não teve muito tempo em se adaptar do galope dos cavalos aos trezentos cavalos do Mercedes. Não. Não era um Mercedes chinês, comprado numa loja dos trezentos! Era mesmo um Mercedes, a sério, com trezentos cavalos sob o capot. Como era muito religioso, muito crente, era raro enganar toda a gente! Sempre havia quem escapava! A prevenir tinha posto um terço e uma imgagem de Nº Srª de Fátima, a baloiçar no interior da bomba! Todavia, como também era muito supersticioso, não fosse o diabo tecê-las, mandou colocar uma ferradura prateada na grelha do radiador, contra o mau olhado. Má vista teve ele, quando, naquele dia, pouco tempo após ter comprado aquela máquina, (constava que para impressionar o futuro parceiro, dono duma coudelaria de Alter do Chão) despistou-se e espatifou o carro e a vida.

Verificado o óbito, a opinião médica foi que ele morreu do acidente, enquanto que, sabem como é?!, o perito da companhia de seguros, ao analisar os destroços, vendo só aquela ferradura no radiador, vertiu para o relatório que ”que divido ao Mercedes ter trezentos cavalos, mas só uma ferradura, o acidente deveu-se aos restantes cavalos não estarem devidamente ferrados. Eram muitos cavalos para uma só ferradura!”.

Até hoje, não se sabe como acabou a batalha jurídica, para os familares receberem a indemnização, visto que havia um seguro contra todos os riscos. Quanto a Nossa Senhora de Fátima não ter evitado o acidente, atribuiu-se ao facto de ela enjoar nas curvas. Ora, foi, precisamente numa curva que ele entrou a direito...! Pró céu?
De burro ou a cavalo!?
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(figas de saint pierre de lá-buraque)
Gondomar

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