Figas no Jornal de Notícias

Figas no Jornal de Notícias
Aquando da entrevista ao JN nos seus 120 anos.

Poder

Pensamento do Conde:
O poder não reside em quem pensa que manda mas sim em quem desobedece.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Sociedade de lamentos!

SOCIEDADE DE LAMENTOS!

Nesta quadra natalícia, naturalmente ligada à natalidade, ouvi o cidadão Presidente da República lamentar o decréscimo da natalidade em Portugal. Dizia ele que abaixo de 100 mil nascimentos por ano, Portugal corre perigo da sua vitalidade.

Acho que não é grave, pois que quando éramos pouco mais que um milhão fomos uma das nações mais poderosas do Mundo! O que conta é a qualidade, não a quantidade. Aliás, a China está caminho de ser a potência mais desenvolvida do Planeta, reduzindo a natalidade para metade, e com 600 ou 700 milhões será uma timoneira da Terra!

Na economia globalizada, em que em tudo se trabalha para atingir sempre resultados superiores aos dos anos anteriores, verifica-se o paradoxo das políticas dos países industrializados não se preocuparem em apoiar políticas sociais, que permitam e estimulem maior produção familiar! Como é possível compatibilizar estímulo à natalidade se não há emprego ou é instável?

Como é que querem mais crianças se em vez de reduzirem o horário de trabalho ainda o querem aumentar para 60 horas? Como é que com tanto stress um casal relaxa para procriar? Como é que um casal (heterosexual) pode perspectivar ter três filhos? Onde garantir rendimentos para a educação? Para o transporte já não se pode ter um utilitário, mas sim um “carrão”por causa das cadeiras para crianças implicarem maior dispêndio!
O Povo diz que: “quem tem filhos tem cadilhos, quem não tem cadilhos tem.”.
Outro provérbio diz: “filhos criados trabalhos dobrados”.
Ter três filhos é ter três grandes problemas! Dar uns trocados no abono de família e mais um ou dois meses de licença de parto nada resolve. O trabalho na agricultura ocupou, durante milénios, a maioria da população mundial. Era bom ter muitos filhos para trabalhar porque a terra deles precisava!

Após a revolução industrial a riqueza passou para o tecido industrial, comércio, distribuição e assistência aos produtos vendidos. Actualmente, a maior indústria geradora de riqueza é o turismo para produzir descanso!
Passou-se da filosofia de enriquecer vendo os outros trabalhar para se enriquecer vendo outros a descansar!

Porque quase já ninguém quer ser lavrador e na ânsia de muito produzir, a mulher começou a ser vista como mais dois braços disponíveis; mais um simples número na máquina da produção, não como elemento matriz da sociedade e humanidade a preservar! Ora, se ao casal não são dadas possibilidades de criar três filhos, pelo menos, então não há sociedade, dita desenvolvida, que resista ao decréscimo da sua população! Como é possível produzir e querer vender a juzante, ou seja a consumidores, se não tratam de os produzir a montante?

Enquanto não apoiarem, verdadeiramente, políticas de estímulo à natalidade, não vale a pena lamentar que cada vez nascem menos crianças!
Não se esqueçam que ter filhos é ter sarilhos! Querem a solução chinesa?
Deixem-se de lamentações. Procurem matemáticos que resolvam a equação de pôr todo o mundo a trabalhar e a consumir! Quero ver.
Num sistema capitalista tudo se vende, tudo se compra, nada se dá.
Mas, uma criança não tem preço!
.........................................xxxxxxxxxxxxxxxxx...........................................
Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Rua das Bocas, 880
4510-204- S. Pedro da Cova

Sem comentários: