Poema inspeccionado!
Há muito que o não via!
Era um poema que manco parecia,
Porque curvado, vergado
Com a poesia que com ele trazia!
Entrou-me na oficina
Para que eu lhe verificar a rima.
Dei-lhe o meu olhar,
Pus-me a verficar,
Estava tudo bem.
Qualquer poema está bem
Quando o poeta o escreve
Com o sentimento que tem!
Porém,
O poema não estava contente,
Achava que ninguém o aliviava
Da poesia que carregava!
-“Seria que quem ninguém a via?” indagava.
Insistia
Queria um certificado de qualidade
Para a poesia que transportava!
Fiz-lhe a vontade.
Na margem do poema exarei,
Com a minha pena:
“Certifico que neste poema,
Mesmo que pareça deficiente,
Não interessa as palavras que nele se lê,
Mas sim o que com ele se sente
Para além do que se vê”
Foi-se embora, satisteito,
Com andar mais escorreito,
Foi então que nas suas costas li:
Paz e Amor
Era por isso que ia carregado,
Com seu peso poético curvado!
Chamei-o e disse:
Que para que mais aliviado se sentisse
Fosse melhor que Paz e Amor distribuísse
E que na época mais natural
Seria pelo Natal!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)
Gondomar
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
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