O poeta, sem emprego,
Come parca refeição
E come, quase a medo,
Restos d’inspiração!
Olhando secas batatas
Antes bem regadas de azeite
Agora de gorduras parcas
Que não fazem rimas fartas
Outrora d’outros deleite.
Olhando a garrafa
Sente impulso d’urgência
Abana-a, sem estafa,
Procurando escorrência.
Lá conseguiu uma gota
No final tentou fazer poesia
Mas eis que saiu torta
Ao poeta desempregado
Por não ter subsídio
Para as rimas do mercado!
E num ato de coerência
Chamou ao inspirado
Poesia d’ escorrência!
E como poeta português
Não sabe se uma por dia
Se uma por mês.
Não sabe se
Com barriga vazia
Fará farta poesia.
Era o que pensava
Enquanto comia seca batata
Não descascada!
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Autor deste original:
Silvino Figueiredo
(figas de saint Pierre de lá-buraque)
Gondomar
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
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