Somos governados por analfabetos e iletrados?
Povo com conhecimento é motor de desenvolvimento.
Fomos grandes quando tivemos conhecimentos das artes de bem marear.
Demos novos mundos ao mundo, mas limitamo-nos a ser “caixeiros-viajantes” da Europa, beneficiando do lucro imediato do levar e trazer! Fomo-nos habituando a essa simplicidade, mas quase sem nada fazer. Quando por holandeses e ingleses corridos dos mares logo ficámos sem as benesses do comércio, não aproveitando a oportunidade de termos desenvolvido a componente industrial. Fomos quase sempre mais comerciantes do que fabricantes. Temos maior pendor para o individual do que para o coletivo! Outros povos, por exemplo holandeses e ingleses, nomeadamente estes últimos, souberam aliar à sua expansão imperial marítima toda a panóplia dos meios tecnológicos emergentes pós revolução industrial; a eletricidade e o vapor, produzindo assim bens e infra estruturas por outros povos desejados. Portugal foi ficando para trás, regressando à sua ruralidade e à sua sobrevivência quase só numa base agropecuária.
Fortemente influenciados pela Igreja e pela manutenção senhorial das terras, caímos na habitual modorra portuguesa, a que chamam de brandos costumes e que nem a implantação da República tirou, visto que após um pequeno período de mais liberdades, iluminadas por luzes da revolução francesa, voltámos à normal situação de povo submisso a quarenta anos de ditadura e com défice de educação! Porém, a maior pobreza é constatarmos que de analfabetos somos ainda um milhão! Se hoje há mais doutores (incluindo engenheiros de domingo e os com canudos de créditos lusófonos) muitos estão desempregados, porque a questão fulcral, além do baixo nível de escolaridade do povo português é o fraco poder organizacional industrial, embora haja um nicho de empresas modernas, que já muito exportam sem recorrer a políticas de baixa retribuição salarial! Concluindo: Uma vez por todas, é imperioso definir uma política rápida escolarização de toda a população conducente às ciências geradoras de riqueza, apoiadas por fortes incentivos à investigação e divulgação mundial dos produtos nacionais. A Monarquia apoiava os Descobrimentos, a República tem de apoiar os novos navegadores industriais a descobrir mundo para Portugal. O paradoxo é agora termos licenciados em teorias, mas quase analfabetos nas práticas! Não basta não ser analfabeto nem iletrado, o que importa é saber fazer algo, de concreto.
Trinta e oito anos após a Revolução ter um milhão de analfabetos?! Essa não.
É preciso acontecer uma política socialista na educação- não ao Deus dará- ou então ficarmos na mesma do:
-“O Senhor Doutor é que sabe. Eu não”, -continuando a vivermos da eterna caridade de quem sabe aprender para produzir e vender e não pedir para comer!
Já agora, uma pergunta: Por quantos analfabetos e iletrados somos governados?
Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(o Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)
S. Pedro da Cova-Gondomar
domingo, 9 de setembro de 2012
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