O ninho do Papi
Tesouras metidas à sebe:
Traque traque, a sebe alinhava,
Que linda ficava, mas,
Eu devia saber, mas não sabia,
Que no meio da sebe, desalinhada,
Um ninho de melros havia!
Com uma simples tesourada,
A sebe levou carecada
E o ninho ficou descoberto, à luz do dia!
Parei o das tesouras o traque traque,
Quase que me deu um baque!
Seria o ninho do Papi?;
Nome a que a um melro minha neta tinha dado
E que andava sempre por ali!
Eu estava desolado,
A medo, do alto da escada, espreitei,
Três filhotes, de bico aberto,
Esfomeados, decerto.
E, agora, com o ninho a descoberto,
Que aconteceria?
Tanto mais que iria chover,
E desgraça certa acontecer!
Até hoje não sei o que aconteceu.
Não quis ver.
Sinto alguns remorsos,
Um pouco de culpa!
O Papi, ainda anda por ali!
Minha neta, que de nada sabe,
Quando o vê, diz-me:
-“Avô, avô, olha o Papi, ali!”
-“Sim, estou a ver.”
-“Não devemos fazer mal aos melros”, aconselhei.”
O Papi levantou voo, assobiando!
-“Desculpa, disse eu.”
-“Ó avô, que é que disseste?!
-Estás a falar sozinho?!”
-“Nada Nada.”
Eu, estava a pensar naquela fatal tesourada!
A sebe ficou só meia cortada.
O resto fica para outro dia,
Fiquei a aguardar,
Para ver se o Papi tinha companhia!
………….xxxxxxxxxxx………………..
Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar
Nota: Depois de escrever,
com este dia de sol não resisti, fui ver se vida no ninho havia.
Sim. Vou ter companhia.
O Papi lá estava, a apanhar sol e a aquecer a prol!
Tirei uma fotografia.
Afinal, terei que ter mais milho no quintal
sábado, 1 de junho de 2013
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário