Com filtro

Nota prévia do autor:
Este poema, publicado no JN, em Março de 1998,
inseri-o agora aqui,
porque alguém (estás-te a rir?)
disse que eu era um especialista em gases!

COM FILTRO
Entrei num restaurante,
espirrei,
-"Santinho", ouvi.
Francamente, gostei!

Continuei a espirrar,
não podia parar,
não acharam mais piada
e acharam-me malcriado,

Algo me correra mal!
Seria do vinho ou tacho?
Sei que até espirrei por baixo!

No ar
ficaram odores de vários matizes,
taparam-se narizes,
chamaram-me mal-educado.

Saí embaraçado,
culpei o feijão!

Pensei em fazer queixa do restaurante,
mas decidi,
após reflexão,
usar em baixo um vedante,
tipo tampão,
com filtro.

Agora, novamente
e finalmente,
entro em qualquer restaurante,
onde a comida cheira bem
e outros cheiros que do meu corpo vêm!
mas já me consideram bom tipo
graças ao meu vedante,
com filtro,
que seria, sem dúvida,
em Bruxelas invenção de "premier prix".

Agora,
quando, de novo, espirro,
não importa de que lado,
logo oiço- -"Santinho".

Eu,
embora fique com o tampão molhado,
digo sempre:
-"Obrigado"
como manda a boa educação.
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Falta dizer,
que estes filtros,
com gases saturados,
dão boa iluminação,
para ficarmos bem iluminados!

Aliás,
se cada um de nós usasse um bico de gás,
à saída da nossa pessoal ETAR,
teríamos iluminação pessoal durante o nosso andar,
e, além disso é económico e prático.

Bastam só alguns gramas de feijão!
Experimentem.
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Cuumprimentos do Figas ( a javardar) e... já agora,
os modernos que mudem os filtros e os antigos as cuecas!