Um dias descobres

Um dia descobres.

Um dia,
Após brincadeiras,
Em que levavas tudo a brincar,
Chegou a hora
Em quem começas-te a pensar,
Como o dia em que deixaste de beber o leite da tua mãe
E começas-te a não dizer sempre amen,
Aí sim,
Começas-te a ser tu,
A pensar que tinhas uma opinião
E uma solução, também,
Entretretanto
Como sempre,
A terra ia rodando
E tu sempre nela,
Fazendo-te gente,
De pé ou deitado,
Nela ouvias sinfonias dos elementos,
Ouvias poetas
Nas poesias de seus amores ou lamentos!
O mundo foi rodando,
Tua visão alargando,
Ias vendo novos horizontes,
Que existiam antes da tua existência,
E quando a terra acaba mais uma rotação,
De repente descobres que,
Nunca dela saíste,
E que nunca escolheste uma direção,
Porque ao fim e ao cabo,
Indo, com tua boca sempre em frente,
Acabas por encontrar o rabo,
E lá vais tu no caixão.
E lá se foi a tua opinião e tua solução!

A Terra é assim;
Roda nas alturas
E nos Homens provoca tonturas!
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Autor:
Silvino Taveira Machado Figueiredo(figas de saint pierre de lá-buraque)