Figas no Jornal de Notícias

Figas no Jornal de Notícias
Aquando da entrevista ao JN nos seus 120 anos.

Poder

Pensamento do Conde:
O poder não reside em quem pensa que manda mas sim em quem desobedece.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Entrevista (fictícia) do Figas com Valentim Loureiro



Nota prévia: A entrevista que se segue é pura ficção, porque apenas relato dum sonho, no qual sonhei as perguntas e respostas. É como diz o Major: “é tudo ficção”.
O autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar

“ENTREVISTA DO FIGAS COM VALENTIM LOUREIRO.
Figas- Em 1993, logo que veio para Gondomar, o jornal EXPRESSO, numa reportagem, denunciou o seu passado duvidoso na tropa, que levou à sua expulsão do Exército; o caso das batatas e outros. O senhor disse que iria processar o jornal, mas não o fez. Quais a razões?
Major-Sabe, senti-me incomodado com tantas mentiras, mas acabei por achar que não valeria apena incomodar-me! Afinal, eu até fui promovido a Major. Isso mostra a minha inocência e os altos serviços prestados à Pátria . Além do mais, sou tolerante!

Figas- Ganhou alguma experiência no seu serviço militar?
Major- Ó se ganhei! Convivi muito com o meu amigo Nino. Daí resultou ter adquirido muito ”esperto no cabeço” e alguns truques de magia negra, que mais tarde vim a aplicar na política!

Figas. Chegou mesmo a ser Cônsul da Guiné?!
Major. -Sim. Gostei sempre de estar ligado ao nosso antigo império. Gosto muito de cooperar.

Figas- Em Gondomar há vinte um arruamentos com o nome de D.Miguel –O Absolutista-. Identifica-se com o miguelismo e o seu absolutismo?
Major-Não.Eu sou um democrata. Gosto que os outros façam o que eu quero, convencendo-os com as minhas palavras, não com armas.

Figas- A sua ascensão política levou a que os seus inimigos digam que as armas que usa não são legais.
Major-Mentira. As minhas armas são todas legais. Simplesmente uso-as numa melhor estratégia de ataque e defesa!

Figas- É acusado, enquanto dirigente da Liga de Futebol Profissional de exercer o magistério de influência junto dos árbitros e outras instâncias.
Major-Não senhor. O que acontece, sendo eu uma pessoa muito simpática e afável, é as pessoas gostarem de me agradar. Nada mais. Não tenho culpa de ser assim.

Figas-O senhor gosta de impor a sua autoridade, do género do “sabe com quem está a falar?” Acha-se acima da lei?
Major-Quem? Eu? Não. Repare que eu até estou a correr o risco de ir dentro!
Logo não sou mais que os outros?

Figas.- Gosta do xadrês?
Major.- (aqui o Major sorriu)) Não. Gosto mais de peões em carne e osso.

Figas.-Nas últimas eleições,ficou por esclarecer a desistência de um eleito na sua lista, que deu lugar a que uma sua filha entrasse para vereadora! Não acha pouco ético, numa República haver uma gestão camarária tipo familiar, a adivinhar uma sucessão monárquica?
Major.-Não sou eu que faço as leis. Se é permitido, não sei por que razão não hei-de ter o aconchego familiar nas decisões difíceis, com a maior transparência, que tenho que tomar! Aliás, nós convivemos muito e aproveitamos para discutir os assuntos em família.

Figas.- Depois de ter abandonado o Boavista e de o ter entregue a seu filho, que deu no que deu, caso não possa recandidatar-se à Câmara pensa propor sua filha?
Major: Nem sempre os filhos saem ao Pais. Realmente, meu filho não deu conta do recado, mas tal não significa que um dos meus não saia a mim.

Figas.-Acha que o caso do “Apito Dourado”, que levou à sua condenação com pena suspensa, o vai afectar na sua recandidatura?
Major- Como sabe, meti recurso da sentença. Estou tranquilo, porque já depois de acusado, nas últimas eleições os Gondomarenses até reforçaram a maioria de vereadores e deputados. Pode ser que até, no próximo acto eleitoral, sejam eliminados os representantes da oposição. Só dão chatices.

Figas- Explique por que é que o senhor foi capaz de fazer a Sede da Liga, em sete meses, mas ainda não fez uma Sede para a Junta de Freguesia de S. Pedro da Cova, a única das doze do Concelho instalada num apartamento alugado, que nem mastro tem para içar uma bandeira!
Major-Peço o direito de reserva para não responder. Não é por ser terra de comunistas e socialistas, mas há razões que a razão desconhece!

Figas-O Dr. Marques Mendes, enquanto líder do P.S.D, retirou-lhe confiança política, porque achou que o seu comportamento não era ético em termos políticos. Porém, a seguir o senhor ganhou as eleições, com maioria reforçada!
Major-Sim. Ele enganou-se. Percebe pouco de política. Perdi a confiança dele, mas continuo a ter a dos Gondomarenses. O Dr. Marques Mendes é que foi corrido do da presidência do partido! Está fora da política! Eu ainda cá estou! Quantos são? Quantos são? (risadas)

Figas- É amigo do Dr. João Jardim. Já o visitou e passou férias com ele. Aprendeu alguma coisa com ele?
Major-Trocámos experiências! Claro que alguns dos seus truques, aplicados numa região autónoma, podem ser aplicados a nível concelhio!

Figa-Considera-se um seu clone do Dr. João Jardim?
Major- Não. Nós somos únicos. Irrepetíveis.

Figas-Embora o metro ainda não tenha chegado, o senhor pôs Gondomar no mapa e reivindica ter feito obra em Gondomar. Acha que será recordado pela obra que fez ou pelos trabalhos que deu à justiça?
Major- Eu fiz obra. Quanto à justiça, confio na justiça dos Gondomarenses. Repare que, como já lhe disse, mesmo já depois de acusado, até me reforçaram a maioria. Isso diz tudo.

Figas-Na sua idade, e com a sua experiência, acha que dava um bom comissário europeu?
Major-De comissões tenho experiência. Mas, quando acabar a minha carreira política, talvez vá para as Ilhas Cayman! Talvez convide o meu amigo João Jardim.
Tenho lá uns investimentozinhos. Além do mais, estão no Pacífico. Aqui está a ficar tudo muito turbulento! Muito agitado!

Figas- É visto em quase todas as procissões no Concelho!
É um dever institucional ou é mesmo um crente?
Major-Apesar de ter a consciência tranquila, é um bom exercício físico. Em ritmo lento, próprio para a minha idade. O Povo gosta. Cai bem.

Figas- Acha que já merece uma estátua em Gondomar?
Major-Não. Porque sou um homem de baixa estatura e nela nunca conseguiriam ver a grandeza da minha alma e colocá-la em estátua.
Depois, um dia, poderia me acontecer como ao Sadam.
Sou muito modesto. Gosto de passar despercebido"
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Autor deste sonho; ficção:
Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar

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