Figas no Jornal de Notícias

Figas no Jornal de Notícias
Aquando da entrevista ao JN nos seus 120 anos.

Poder

Pensamento do Conde:
O poder não reside em quem pensa que manda mas sim em quem desobedece.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Estamos fritos!

Antes da Revolução Industrial havia o monopólio das terras por parte dos senhores!


Hoje há o monopólio das indústrias, de bens e de serviços por parte das grandes multinacionais; os novos senhores da era da economia global! Se antes os trabalhadores que serviam eram escravos, hoje são chamados de” empresários independentes em nome individual” trabalhadores (que ficam amarelos) a recibos verdes, e “colaboradores” (quase à força) ao serviço dos omnipotentes do capital, em todo o lado omnipresentes.

Antes, reinos e impérios buscavam casamentos de conveniência para fortalecimento ou aumento dos seus domínios. Hoje, o mesmo objetivo é através da agregação ou fusão de empresas para domínio transnacional.

Nas ditaduras, era o ditador que mandava e estabelecia regras, (o condicionamento industrial, por exemplo) que tinham de ser cumpridas. Embora houvesse favorecimentos às famílias da sua cor, havia limites que não podiam ser ultrapassados para além do permitido, por exemplo os preços fixados! Tudo era subjugado ao poder ditatorial! Num regime democrático (era aqui que eu queria chegar) dizem reinar a livre iniciativa e a livre concorrência, mas, mas, pergunto eu. o que é que vemos? Vemos que tal concorrência é só de fachada, porque os grandes vão comprando (abafando os mais pequenos) até chegarem ao monopólio liberal. Vejamos o paradigmático caso dos combustíveis. Apesar da existência de diversas marcas distribuidoras, o que num mercado concorrencial devia originar preços diferentes para a mesma quantidade e qualidade, o que se verifica é a cartelização dos preços praticados. Assim, até o Dr. Marques Mendes, um político do status-quo, realçou o facto de nas principais auto-estradas, os preços, apesar das descidas dos preços a montante mantiveram iguais nos diversos postos de abastecimento das diversas marcas, sendo exatamente os mesmos, à milésima! É o tal monopólio democrata-liberal, em que quem manda é o capital, impondo a sua ditadura. Para disfarçarem, criaram a Autoridade Reguladora da Concorrência, que mais não faz que o papel dum fiscal de Câmara, que vê um edifício a ser construído sem licencia, mas que não se atreve a embargar, porque outros poderes mais altos se alevantam!

Não restam dúvidas que, neste andar, com a acumulação do capital, cada vez mais em menos mãos, biliões de braços às suas cabeças serão obedientes. O Ocidente corre o risco de ser subjugado pelo Oriente, invertendo-se assim o que antes durante séculos aconteceu. Na Ásia, biliões de seres humanos, são utilizados, quase que em regime de trabalho escravo; em condições degradantes, mas produzem o que o Ocidente quer comprar, fechando os olhos e metendo a os direitos humanos e sociais na gaveta!

Se antes o Ocidente conquistava o Oriente pela força demonstrada e aplicada, hoje é a vez do Oriente conquistar o Ocidente pela força da economia baseada na força do trabalho em condições infra-humanas.

Nesta batalha, de capitalistas, quem se lixa são os novos escravos (hoje chamados de trabalhadores, de colaboradores, de empresários em nome individual, etc. Uns e outros são usados pelo grande capital, numa disputa para ver quem enriquece mais depressa. Atualmente, tudo passou a ser traduzido em números! O Homem passou a ser um número não um Ser. E por falar em números, os chineses são um bilião e quatrocentos milhões, os indianos um bilião e duzentos milhões. Se a isto juntarmos o resto da Ásia, imaginem! Num terço do Mundo vivem três quintos da população. Estamos fritos!

Afinal, o Ocidente, que passou séculos crescer!

Agora parece que para sobreviver o remédio é encolher!

Autor: Silvino Figueiredo

Gondomar

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